Vacinação para todos já! Milhões de trabalhadores ainda morrerão antes dos governos capitalistas imunizarem a população.

A pandemia de Covid-19 já matou oficialmente cerca de 2,3 milhões de pessoas. E o número de mortes diárias nunca foi tão grande: acima de 10 mil por dia ao longo de todo mês de janeiro de 2021, tendo dias com mais de 16 mil mortos no mundo. A chamada segunda onda do vírus chegou com força e novas cepas do vírus parecem ser ainda mais contagiosas.

Nacional - 5 de fevereiro de 2021

A pandemia de Covid-19 já matou oficialmente cerca de 2,3 milhões de pessoas. E o número de mortes diárias nunca foi tão grande: acima de 10 mil por dia ao longo de todo mês de janeiro de 2021, tendo dias com mais de 16 mil mortos no mundo. A chamada segunda onda do vírus chegou com força e novas cepas do vírus parecem ser ainda mais contagiosas.

Apenas nos Estados Unidos, já são quase meio milhão de mortos pelo novo coronavírus, e países como Brasil, México e Argentina seguem com mortes crescentes, sendo um verdadeiro genocídio. Na Europa, países já muito afetados, como Itália e Inglaterra, voltaram a ter mortes sem parar. Outros países pouco afetados na primeira onda, como Portugal, agora estão devastados. O país teve quase tantas mortes apenas no mês de janeiro como teve no ano inteiro de 2020. Em todo planeta, o pior ainda não passou e a pandemia segue dizimando famílias e milhões de vidas!

Num sistema socialista, com planificação econômica e produção voltada aos interesses sociais da população, o investimento científico teria podido lançar uma vacina em muito menos tempo e já haveria doses suficientes para toda a população, pois a indústria seria direcionada para este esforço. No capitalismo, porém, há mais de 20 vacinas aprovadas ou em fase final de testes, com eficácias diferentes, e nenhum laboratório consegue produzir nem sequer as doses que já vendeu e se comprometeu a entregar.  

Neste contexto, é uma vitória da humanidade e da ciência ter conseguido produzir vacinas em poucos meses, seja pelas contradições e deficiências da produção capitalista, seja por que o lucro está acima das vidas neste sistema, e laboratórios e governos se preocupam mais com vendas, mercado e patentes do que em disponibilizar a imunização necessária para todos! E a produção de vacinas que salvarão dezenas de milhões é urgente!

As religiões, as teorias conspiratórias e o negacionismo andaram de mãos dadas nesta pandemia, menosprezando a necessidade de um meio eficaz de imunizar bilhões de pessoas. A produção anárquica existente no capitalismo também impediu que os esforços científicos mundiais convergissem e fossem somados para produzir uma vacina ainda muito antes, e mais eficiente. Mas, diante da situação concreta que temos, é preciso exigir vacina já! Nenhum outro método se demonstrou eficaz. Todos falharam enormemente! Por isto, os trabalhadores precisam das vacinas em massa, gratuitas, públicas e imediatamente!

Colocar obstáculos à compra desta ou daquela vacina é insistir no negacionismo, tanto de direita como de esquerda, que ainda não compreendeu a gravidade da situação. Devemos lutar pela quebra das patentes das vacinas e pela produção e distribuição estatal em massa, sob controle dos trabalhadores. Mas esta luta não pode nos impedir de exigir que, imediatamente, se comprem todas as vacinas disponíveis, e que o orçamento seja direcionado prioritariamente para isto.

Não se pode economizar com a vida de tantos milhares de trabalhadores em cada país, e o custo que tiver que ser pago deve ser cobrado dos grandes empresários, dos banqueiros e através do fim de isenções fiscais e não-pagamento da dívida pública. Não importa qual vacina seja, exigimos vacinação para todos já! Os governos capitalistas vacinam em ritmo de tartaruga e falam em concluir a imunização em mais de 1 ano. Isto é um crime!

Brasil, Argentina e México no fim da fila da vacinação

Independente de serem democracias burguesas, ditaduras ou teocracias, os governos capitalistas com maior capacidade política e econômica sabem que é preciso vacinar as populações o quanto antes, para que suas economias possam tentar se recuperar. A crise capitalista é muito anterior à pandemia de Covid-19, e se manterá apesar da vacina, mas é evidente que, restringindo os contágios, as internações e as mortes, parte da produção interrompida será retomada.

A burguesia não se preocupa com a vida das pessoas em nenhum lugar, mas seus setores mais lúcidos compreendem que a vacina, além de deter a matança de milhões, é urgente também para seus interesses comerciais. É isto que faz países como Israel, Emirados Árabes e Bahrein serem parte dos que mais vacinaram sua população. O sionismo e o fundamentalismo islâmico têm a mesma tática quando se trata de defender seus negócios. É o que outros países ricos também procuram fazer.

Mas não é o caso do Brasil. Mesmo tendo laboratórios que fazem parte do desenvolvimento de vacinas, e com capacidade de produção local de milhões de doses diárias, além de ter recursos para comprar todas as doses que necessita, o Brasil segue no fim da fila da vacinação.

O governo Bolsonaro deliberadamente sabotou a pesquisa, a produção, a autorização e a distribuição de vacinas. É uma ação genocida consciente, de morte e que se volta contra a própria economia do país. Tanto é assim, que uma parte considerável da burguesia brasileira rompeu com Bolsonaro, que é responsável por atrapalhar seus lucros! Da mesma forma, junto à população, os hospitais lotados e o aumento de mortes levam à queda da popularidade do presidente.  

A vacinação começou ainda em 2020 em mais de 50 países, e muitos deles já avançaram bastante na imunização percentual da população, ainda que esta velocidade devesse ser maior em todo o mundo. Mas, no Brasil, apenas 1% da população recebeu a primeira dose, e as vacinas disponíveis já acabaram. É um verdadeiro absurdo.

Por sua vez, na Argentina, onde os infectados e mortos dispararam nos últimos meses, a situação é similar. O presidente Fernandéz tentou aparecer como muito preocupado com a vacinação, adquirindo rapidamente as vacinas russas Sputnik V, mas o total de vacinados até agora é irrisório. No México, o presidente Lopez Obrador, pró-imperialista e negacionista, é outro exemplo de genocídio, com apenas 0,5% de vacinação até agora. E, ao contrário de Bolsonaro, estes dois governos se dizem de esquerda… Mas os fatos mostram que todos eles são inimigos dos trabalhadores.

Fora Bolsonaro/Mourão! Fora Todos!

Bolsonaro e seu vice-presidente, Mourão, desprezaram a pandemia desde o início. Trataram como se fosse apenas mais uma gripe, e que morreriam pessoas como em todos os demais anos. Não foram somente eles que pensaram isto, é bem verdade… Mas, como autoridades, seu menosprezo pela pandemia custou muito caro: 230 mil brasileiros mortos por Covid-19 e números que não param de crescer!

Em mais de um ano, não houve nenhuma correção de rumo de Bolsonaro, coisa que até o negacionista Trump foi obrigado a fazer nos Estados Unidos. Bolsonaro segue discursando contra as vacinas! Por isto, não há condições de imunizar a população com esta quadrilha obscurantista à frente do país. É preciso derrubar Bolsonaro, Mourão e o Congresso, pois todos são cúmplices deste assassinato em massa que ocorre no Brasil.

Defendemos a retomada do auxílio-emergencial imediatamente, para os 68 milhões de beneficiados, e extensão para outros milhões que nunca foram atendidos. E que o valor do auxílio seja de R$ 1100 por mês, o valor do salário mínimo, e não os míseros R$ 600 pagos em 2020, que são quase a metade disso.

O auxílio deve ser concedido por prazo indeterminado, até que todos estejam vacinados e a economia possa ser reaberta com segurança. Até lá, é preciso dar as condições para que todos os trabalhadores se mantenham em quarentena, com pagamento do auxílio aos que não tem emprego, e estabilidade aos que têm, sem redução de salários ou qualquer retirada de direitos.

Também é fundamental contratar milhares de médicos e trabalhadores de enfermagem, além de construir mais hospitais e comprar equipamentos. É necessário um plano emergencial de investimentos em saúde, e a vacinação é o ponto mais importante, com a produção e distribuição em massa das vacinas.