Traição! Temer oferece 3,6% aos trabalhadores dos Correios e pelegos sindicais aceitam sem greve!

Depois de perder milhares de trabalhadores nos últimos anos, sofrer com a sobrecarga de trabalho, perda de direitos e salários arrochados, os trabalhadores dos Correios tinham a esperança de poder recuperar conquistas e ter um reajuste digno de salário através da campanha salarial deste ano, e de uma greve que já tinha até data marcada para começar: 7 de agosto! Eis que o governo Temer e a burocracia sindical que controla a quase totalidade dos sindicatos impediu a deflagração da greve neste dia, somente porque recebeu uma proposta ridícula de 3,6% de reajuste salarial. Mas o pior ainda estava por vir.

Nacional | Sindical - 15 de agosto de 2018

Depois de perder milhares de trabalhadores nos últimos anos, sofrer com a sobrecarga de trabalho, perda de direitos e salários arrochados, os trabalhadores dos Correios tinham a esperança de poder recuperar conquistas e ter um reajuste digno de salário através da campanha salarial deste ano, e de uma greve que já tinha até data marcada para começar: 7 de agosto! Eis que o governo Temer e a burocracia sindical que controla a quase totalidade dos sindicatos impediu a deflagração da greve neste dia, somente porque recebeu uma proposta ridícula de 3,6% de reajuste salarial. Mas o pior ainda estava por vir.

Na noite do dia 14/08, após uma longa semana de enrolação, e já com o Acordo Coletivo de Trabalho da categoria vencido desde 1º de agosto, sem que tenha havido mais nenhum avanço na negociação, e sem sequer fazer um dia de greve para lutar e tentar conquistar mais, a pelegada sindical orientou aceitar a proposta de Temer. A mesma proposta que já era inaceitável 1 semana antes. Fez isto de forma covarde e sem paralisar o trabalho um único dia sequer. Fez isso de maneira inescrupulosa, assustando os trabalhadores sobre os perigos de lutar, e alegando vitória de manter direitos, que, na verdade, estão sendo perdidos dia a dia.

Sequer a pauta sobre o plano de saúde foi garantida! Este item será tratado à parte, através de uma comissão e da mediação do TST. É o pior dos mundos! O plano de saúde já teve seu desmonte iniciado, com a cobrança de mensalidade, que não existia, e reajustes absurdos na coparticipação, inclusão de dependentes e teto de gastos. E agora Temer e o Judiciário terão ainda mais liberdade de terminar de acabar com este direito.

PT, PCdoB, PSTU e PSOL: todos juntos na traição

Há alguns anos, surgiu uma nova federação de sindicatos em Correios, dividindo a mesa de negociações em duas. Embora esta realidade também exista nos bancários e entre os petroleiros, por exemplo, onde existe Contraf e Contec, e FUP e FNP, nos Correios as duas federações nunca se punham de acordo nem sobre deflagrar greve, nem quando encerrá-las e nem sequer sobre as datas de início das paralisações. Neste ano, as duas federações (Findect, da CTB/PCdoB e Fentect, da CUT/PT, junto do PSOL e PSTU) fizeram reuniões, comunicados e negociações conjuntas. Parecia um enorme avanço para a unidade e uma luta ainda mais forte. Nada mais errado…

A unidade das duas federações controladas por PCdoB, PT, PSTU e PSOL serviu para amordaçar ainda mais a categoria, intimidade com o risco do isolamento e da possibilidade de não ter seu acordo de trabalho renovado com as cláusulas sociais, já vencidas desde o início do mês. No relatório do “comando nacional” desmontando a greve e orientando a aceitação do acordo com Temer, todas estas correntes assinam juntas! Os trabalhadores vinham mobilizados, com manifestações tendo ocorrido no último período e uma enorme indignação com as condições de trabalho e a greve era o único caminho, não apenas para conquistar algo, como para interromper as perdas, que certamente vão continuar a partir do 1º dia depois da assinatura do acordo, a começar pelo plano de saúde. Apesar de todos os desmontes de greve em anos anteriores, esta foi uma traição sem precedentes!

Nós, do Luta Pela Base, rechaçamos esta atitude covarde e oportunista das duas federações, e fazemos um chamado a todos lutadores que reivindicam um sindicalismo classista e independente de governos: venha construir o Luta pela Base e uma ferramenta de luta e de organização contra a burocracia e os traidores! Só a luta da base da categoria, através da greve e da mobilização, independe de governos e autônoma em relação aos partidos pode nos levar a vitórias. Nenhuma confiança na Justiça e nas direções traidoras; toda confiança em nós mesmos e na nossa capacidade de mobilização! Viva a luta dos trabalhadores!

MOVIMENTO REVOLUCIONÁRIO SOCIALISTA