Trabalhadores dos Correios e bancários sofrem com inflação e perda de direitos, e precisam deflagrar greve!

A data base dos trabalhadores dos Correios já se encerrou e a proposta do governo Bolsonaro é de reajuste abaixo da inflação! Não fosse uma decisão judicial estendendo a validade do acordo até o final de agosto, a categoria estaria descoberta de seus direitos e à mercê da patronal, que chantageia dizendo que, se os trabalhadores não aceitarem as migalhas propostas, perderão tudo que não é garantido pela CLT, eliminando todas as conquistas e direitos adquiridos através de muita luta.

Sindical - 18 de agosto de 2022

A data base dos trabalhadores dos Correios já se encerrou e a proposta do governo Bolsonaro é de reajuste abaixo da inflação! Não fosse uma decisão judicial estendendo a validade do acordo até o final de agosto, a categoria estaria descoberta de seus direitos e à mercê da patronal, que chantageia dizendo que, se os trabalhadores não aceitarem as migalhas propostas, perderão tudo que não é garantido pela CLT, eliminando todas as conquistas e direitos adquiridos através de muita luta.

Os trabalhadores bancários estão passando por uma situação semelhante. A diferença é que o Acordo Coletivo da categoria tem vigência até o final de agosto. Mas, da mesma forma que nos Correios, em razão do fim da ultratividade (que mantinha em vigor as cláusulas do acordo anterior, mesmo com ele expirado, até existir um novo acordo), os bancários também ficarão sem acordo coletivo, sujeitos á retirada de direitos elementares, como a licença-maternidade de 6 meses, parcelamento do adiantamento de férias, valores mais altos do Vale-Refeição, licença para acompanhar filhos doentes ao hospital, etc.

Os bancos, durante a pandemia, seguiram batendo recordes de lucros, em especial os bancos públicos como o Banco do Brasil e Caixa Econômica Federal, a quem Bolsonaro muito ameaçou privatizar. Mas, diante da inexistência de fontes de financiamento para o Renda Brasil, programa de distribuição de R$ 600, às vésperas da eleição, foram os lucros das estatais, em especial o Banco do Brasil e a Caixa, que salvaram as contas do governo.

Os Correios também obtiveram lucros crescentes nos últimos anos. E isso se deu às custas de muita sobrecarga de trabalho e da retirada de direitos da categoria, como o fim do pagamento do trabalho aos sábados, o corte do adicional de férias, e das cobranças extras no plano de saúde, que aumentaram muito nos últimos anos. Contudo, mesmo com todo o lucro, os Correios se recusam a pagar a PLR da categoria, e já não a pagam há muitos anos.

A péssima proposta aos trabalhadores dos Correios e a ausência de qualquer proposta aos bancários apontam uma tendência de que os reajustes sejam inferiores à inflação, e que as perdas salariais acumuladas por estas categorias fiquem ainda mais graves. Isso considerando a inflação oficial, mas a inflação da vida real é ainda muito maior, quando consideramos os custos com alimentação, transporte, aluguel, saúde e educação.
Diante disso, só existe uma saída: uma poderosa greve nacional! Sobram motivos para irmos à greve, e a ausência de propostas decentes torna inevitável a paralisação já!

Burocracia sindical da CUT e CTB não quer lutar

Enquanto os trabalhadores perdem e são desrespeitados, quem deveria representá-los age o tempo todo para impedir a mobilização, em nome de manter seus próprios privilégios. Os sindicatos e federações ligados ao PT, PCdoB, CUT e CTB, têm atuado muito mais preocupados com o calendário eleitoral para presidente do que com as campanhas salariais. Os sindicalistas traidores dos trabalhadores só pensam em duas coisas: eleger Lula e ganhar dinheiro para colocar no bolso, vindo da taxa negocial que eles impõe aos empregados em acordo com os patrões e governos.

Nos Correios, mesmo com todo o desrespeito nas negociações e com o ACT vencido, as direções sindicais ligadas ao PT, PCdoB, PSOL e PSTU se recusam a convocar a greve! Nos bancos, é a mesma coisa. Tudo se encaminha para encerrar a vigência do acordo sem uma proposta minimamente razoável, e os pelegos ligados à Contraf/CUT, composta pelos mesmos partidos (PT, PCdoB, PSOL e PSTU), não fazem assembleias, atos e muito menos paralisações.

O Movimento Revolucionário Socialista faz um chamado a todos os trabalhadores dos Correios e dos bancários para construirmos essas greves pela base, e buscar conquistas concretas nessas campanhas salariais. São necessárias grandes greves, inclusive buscando a unificação das duas categorias em

luta, para pressionar e derrotar o governo Bolsonaro e a patronal.
Não podemos confiar que nossos direitos sejam garantidos no processo eleitoral ou num próximo governo. Isso é ilusão, pois todos os principais candidatos são representantes dos banqueiros e grandes empresários, e vão atacar os trabalhadores, seja quem for a ganhar as eleições. A hora é agora. É preciso passar por cima das direções sindicais traidoras e lutar pelo que é dos trabalhadores!