TODOS A SÃO LUÍS, PARA ORGANIZAR A LUTA DOS TRABALHADORES

Vivemos um período extremamente importante para os trabalhadores. Ao mesmo tempo em que uma série de ataques ameaçam a maioria da população com a perda de direitos históricos, a resistência das ruas mostra que a classe trabalhadora está de pé, e pode derrotar os ataques e obter conquistas.

Nacional | Sindical - 14 de abril de 2017

                Vivemos um período extremamente importante para os trabalhadores. Ao mesmo tempo em que uma série de ataques ameaçam a maioria da população com a perda de direitos históricos, a resistência das ruas mostra que a classe trabalhadora está de pé, e pode derrotar os ataques e obter conquistas.

              O cenário de polarização social se agrava, refletindo a crise histórica do capitalismo, que não consegue sair do atoleiro em que o mundo entrou desde a crise de 2008, e que se arrasta até hoje; ao mesmo tempo em que existe um processo de ascenso das massas, que produziu dezenas de derrubadas de governo, revoluções e lutas no mundo todo. No Brasil, a polarização social, embora menos intensa, é marcada pela instabilidade dos governos e do regime democrático-burguês como um todo, assim como pelas lutas, que não cessam desde 2012.

                Assistimos a uma situação de recordes de greves, de ruas tomadas por centenas de milhares e até milhões de manifestantes e de um repúdio geral aos governos, parlamentos e à política burguesa em geral. Por um lado, por mais odiados que sejam governos e parlamentares, seus compromissos com os banqueiros, grandes empresários e capitalistas do campo, os levam a que prossigam as iniciativas de atacar os trabalhadores. São propostas como o fim da formalização do emprego (com a liberação das terceirizações), a precarização dos direitos trabalhistas (a reforma trabalhista), o desmonte da Previdência Social, privatizações em grande escala, restrição ao direito de greve e de associação, etc. Porém, a reação também é recorde. Os estudantes protagonizaram ocupações de escola no país todo em 2016 e, desde serem a vanguarda no levante de junho e julho de 2013, estão cada vez estão mais presentes nas ruas. As mulheres vivem um ascenso impressionante, assim como se fortalecem as lutas e a organização de negros, LTGBT+ e indígenas.

                O resultado deste choque entre uma burguesia cada vez mais em crise e agressiva, contra um proletariado mais radicalizado, com menos ilusões institucionais e menos a perder, está em aberto. Vai depender da nossa capacidade de organização e de generalização das lutas a possibilidade da vitória. É neste sentido que bancários e demais trabalhadores se reunirão em São Luís, no Maranhão, nos dias 21 e 22/04.

                A partir da convocação da Frente Nacional de Oposição Bancária (FNOB), e da adesão de oposições e sindicatos combativos pelo Brasil afora, é possível realizarmos um encontro histórico, que ajude a massificar ainda mais a ação direta necessária para resistirmos aos ataques, e que também elabore politicamente para construir a alternativa estratégica para combater o capitalismo por inteiro, bem como apontar a saída de classe dos trabalhadores. O 14º Encontro Nacional da FNOB deve ser um ponto de partida da multiplicação das formas de luta pela base, por um sindicalismo combativo, e em unidade com outros setores da classe trabalhadora.

                O momento exige unidade de ação para lutar contra os patrões, governos, parlamentos e judiciário. Mas um combate implacável às burocracias sindicais e do movimento social também é imprescindível. São as direções traidoras quem têm impedido que as lutas tomem um volume capaz de impedir os ataques. E são elas mesmas parte destes ataques, como no caso da reforma trabalhista, em que foi a CUT quem primeiro propôs que o negociado prevaleça sobre o legislado; ou da Reforma da Previdência, que a Força Sindical está redigindo alternativamente com o governo Temer.

                Diferentes formas de organização podem ser adotadas, por fora ou por dentro de centrais como a CSP-Conlutas. O fundamental é que os setores mais combativos, democráticos e classistas atuem cada vez mais juntos e firmes no combate contra toda forma de exploração, opressão e contenção dos trabalhadores. Seja através dos sindicatos que já foram conquistados pela base, ou naqueles em que é a oposição quem defende estas propostas, é pela base que é a saída!

                Que o encontro do Maranhão abra caminhos neste sentido e fortaleça ainda mais nossas lutas específicas e gerais!

FRENTE NACIONAL DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA