Todo apoio ao #BrequedosApps! Entregadores de aplicativos organizam uma paralisação histórica em 01º de julho.

Uma das categorias mais precárias do capitalismo digital, os entregadores de aplicativos organizam uma grande paralisação, que já alcançou escala internacional, no dia 01º de julho. A mobilização, originalmente criada na maior cidade do país, ganhou força em outros estados, ultrapassou as fronteiras e chegou a capitais latinas, além de países como China, Austrália e Inglaterra.

Movimentos | Nacional - 30 de junho de 2020

Uma das categorias mais precárias do capitalismo digital, os entregadores de aplicativos organizam uma grande paralisação, que já alcançou escala internacional, no dia 01º de julho. A mobilização, originalmente criada na maior cidade do país, ganhou força em outros estados, ultrapassou as fronteiras e chegou a capitais latinas, além de países como China, Austrália e Inglaterra.

O movimento que começou virtualmente através de grupos de Whatsapp, com depoimentos de entregadores sobre a precarização do trabalho, a falta de itens básicos para proteção durante a pandemia, a diminuição na remuneração apesar do aumento da demanda, a falta de segurança e a exploração da pontuação imposta pelos aplicativos, conta com a adesão da população para não realizar pedidos no 1º de julho e boicotar os aplicativos. Nas redes sociais acontece uma ampla divulgação com as hashtags #BrequedosApps e #SomosImportantes para incentivar os consumidores a apoiarem e divulgarem a paralisação. Há ainda a orientação para os clientes avaliarem de forma negativa os aplicativos.

São quase 4 milhões de trabalhadores que atuam no setor de entregas, o famoso delivery, que teve um ápice nos últimos 3 meses, devido ao confinamento de parte da população. Se, antes, as condições de trabalho já eram consideradas precárias, em meio à pandemia, o setor, considerado como ATIVIDADE ESSENCIAL, viu as condições piorarem, e nem o básico está sendo garantido. Os entregadores estão muito expostos e o risco de serem contaminados é altíssimo.

É o lucro acima de tudo! O capitalismo esmagando cruelmente os trabalhadores.

Em meio à contumaz exploração sofrida pelos entregadores, foram divulgados dados vergonhosamente incontroversos: enquanto a demanda por delivery aumentou cerca de 30%, como anunciaram os gigantes do ramo Rappi, UberEats e Ifood, a remuneração dos entregadores permaneceu a mesma, e alguns relatam até mesmo a diminuição devido à concorrência entre as plataformas. Há relatos, ainda, de entregadores que chegam a ganhar 1 REAL por entrega!

Ao serem questionados sobre a precariedade do trabalho, os aplicativos afirmam que os entregadores não são empregados, e sim simples colaboradores. Outros chegam ao absurdo de defender a ideia de que os entregadores são empreendedores, suposta prestação de serviços sob o comando opressivo da tecnologia, considerando ilegítima a paralisação do dia 1º de julho, apesar de publicamente assumirem o respeito ao direito à liberdade de expressão e manifestação dentro dos limites legais.

Mais uma vez, a ganância dos capitalistas fala mais alto! Incansavelmente, os grandes empresários exploram miseravelmente os trabalhadores e ceifam vidas em troca de lucros e mais lucros.

O governo é incapaz de garantir o mínimo para que os trabalhadores possam fazer a quarentena de verdade. Ao contrário, estimulam a economia, visando APENAS o lucro, como é praxe deste sistema falido. O lucro, sempre, acima da vida! Se o governo tem dinheiro para salvar banco, supostamente em crise, tem dinheiro para garantir a quarentena paga para todos!

Enquanto parte da população permanece em casa, trabalhadores como os entregadores se veem obrigados a ir trabalhar para garantir sua subsistência, ao mesmo tempo em que o governo libera R$ 1,2 trilhão aos bancos.

Todo apoio a paralisação dos entregadores!!

A paralisação dos entregadores, já é considerada a maior de todas da categoria, reivindica:

– um  aumento do valor mínimo de entrega sem diferenciação entre bikers e motoboys;

– o fim da repressão para participantes de protestos e movimentos;

–  seguro contra roubo e acidente;

– distribuição de EPIs e licença remunerada em caso de doença;

– ajuda de custo para manutenção dos veículos.