Simone Biles, 24 anos.

Os holofotes estão em Simone Biles, as manchetes gritam “A principal promessa de medalha dos Estados Unidos, desiste de final nas Olimpíadas”. São inúmeras as notícias. Ao contrário do que a equipe estadunidense e a própria mídia divulgaram ontem, Biles desistiu de competir em prol da sua saúde mental.

Simone fez questão de dizer aos milhares de telespectadores: “Não tenho mais medo de contar a minha história. Foi para focar no meu bem-estar, na minha saúde mental. Vocês sabem, a vida não é apenas ginástica. Ainda que seja algo grandioso os Jogos Olímpicos, no fim do dia, queremos sair caminhando daqui, não sair de muletas. Eu já não confio mais em mim mesma como antes. É uma droga quando você sente o peso do mundo e você sente como se não conseguisse retorno para o tanto que treinamos. Estamos totalmente preparados, mas é uma droga quando você está lutando contra sua própria mente. Tipo, você quer fazer aquilo por você, mas estão tão preocupada com o quê todos vão dizer, na internet.”

Em 2018, Biles divulgou ser uma das sobreviventes que sofreu abusos sexuais por parte de Larry Nassar, ex-médico da equipe de ginástica olímpica dos EUA. “A maioria de vocês me conhece como uma menina feliz, graciosa e cheia de energia. Mas ultimamente tenho me sentido arrasada e quanto mais eu tento abafar essa vozinha dentro da minha cabeça, mais alto ela grita.”

Biles representa a realidade das mulheres, a opressão e a exploração que é sofrida por todas as mulheres em decorrência desta sociedade patriarcal, machista e capitalista. Os Jogos Olímpicos escancaram o BASTA. Mas os meios de comunicação desvirtuam a luta com manchetes sensacionalistas, menosprezando o real motivo, da maior ginasta dos últimos tempos, ter abandonado a competição.

As mulheres não suportam mais serem oprimidas, desrespeitadas, humilhadas, ignoradas. Seja no esporte ou em qualquer outro lugar.

Tóquio 2020 vem deixando um legado: (R)EXISTÊNCIA FEMININA!

Ação Feminista Benedita Farias