Sem vacinas, Brasil chega a 250 mil mortes por Covid-19 e economia no fundo do poço.

O segundo mês de 2021 já se encaminha para o final, e parece que ainda estamos em 2020. O ano passado foi marcado pela pandemia, com o Brasil tendo um recorde de mortos de uma mesma causa (mais de 200 mil pessoas) e uma recessão profunda, com o PIB caindo mais de 4% ao mesmo tempo em que a dívida pública aumentou quase 1 trilhão de reais e se aproxima de 100% do PIB.

Nacional - 23 de fevereiro de 2021

O segundo mês de 2021 já se encaminha para o final, e parece que ainda estamos em 2020. O ano passado foi marcado pela pandemia, com o Brasil tendo um recorde de mortos de uma mesma causa (mais de 200 mil pessoas) e uma recessão profunda, com o PIB caindo mais de 4% ao mesmo tempo em que a dívida pública aumentou quase 1 trilhão de reais e se aproxima de 100% do PIB.

Neste ano, as más notícias também se multiplicam. O número de desempregados bate recordes, os salários estão congelados e a inflação começa a pesar com força no bolso dos trabalhadores. O IGPM (chamado de “inflação do aluguel”) registrou mais de 20% em um ano. A conta de luz não para de subir. A comida está caríssima. E o preço dos combustíveis explodiu. O botijão do gás de cozinha está custando mais de R$ 100, e o litro de gasolina passou dos R$ 5 no país todo e se aproxima dos R$ 6 em alguns locais. O diesel subiu mais de 35% nas últimas semanas, encarecendo os custos dos caminhoneiros e da maioria da população, que vê os preços de tudo subirem, junto com o aumento dos combustíveis.

Trabalhadores do ramo dos transportes, como caminhoneiros, taxistas, motoristas de aplicativo e entregadores por aplicativo estão entre os mais afetados. Mas ninguém escapa! Há 15 milhões de desempregados absolutos e o dobro disso em empregos precários. E até mesmo os servidores públicos sofrem com salários congelados há anos e uma ameaça de reforma administrativa que pode lhes roubar até 25% dos salários!

Enquanto isso, o Brasil tem pouco mais de 6 milhões de doses de vacina aplicadas, tendo imunizado com as duas doses necessárias menos de 1% da população. Mais de mil brasileiros morrem por dia, numa média que se mantém assim há mais de 30 dias. Chegaremos às 300 mil mortes oficiais em breve e o governo Bolsonaro e todos os governadores e prefeitos seguem governando para os grandes empresários, sem proteger a população. Nenhum governo, de nenhum partido, aplica medidas sérias de restrição ao funcionamento empresarial, e deixam que a população morra sem atendimento na rede de saúde.

O auxílio-emergencial não é pago há 4 meses para a maioria dos que precisaram dele no ano passado, e a retomada do auxílio neste ano, no valor de apenas R$ 300 e por poucos meses, é absolutamente insuficiente. Os novos presidentes da Câmara dos Deputados e do Senado, junto com o governo Bolsonaro e os líderes de todos os partidos, polemizam entre si sobre detalhes do auxílio, e nenhum deles defende um plano que realmente proteja a maioria da população, viabilize a quarentena para todos e cobre a conta dos mais ricos, que seguiram lucrando durante toda a pandemia.  

Enquanto economiza com vacinas, auxílio para os mais pobres e verbas na saúde e educação, o governo Bolsonaro irá pagar mais de R$ 700 bilhões em compromissos com investidores da dívida pública, apenas nos primeiros quatro meses do ano.

Produção de vacina para todos imediatamente.

Defendemos a quebra das patentes das vacinas dos grandes laboratórios, imediatamente, e a produção em massa das vacinas por laboratórios públicos, direcionando a produção do país para isto, num processo controlado pelos trabalhadores e que distribua vacinas gratuitas para todos nos próximos meses.

Sem este medida, é preciso ao menos comprar com urgência todas as vacinas disponíveis no mundo, e investir em contratação de trabalhadores da saúde, construção de novos hospitais e aquisição de equipamentos e materiais médicos. Não é possível que a vacinação siga neste ritmo, e se levem anos para vacinar todos.

Enquanto o trabalhador não for vacinado, deve ter garantida sua quarentena remunerada. Exigimos um salário mínimo para todos os desempregados ou trabalhadores informais, por tempo indeterminado, até a vacinação geral. E que os trabalhadores formais mantenham seus empregos, sem redução de salários ou de direitos, e também fiquem em quarentena até a vacinação de todos.