Ruas são tomadas em defesa da educação e contra a Reforma da Previdência!

O dia 15 de maio mostrou a força dos trabalhadores, que encheram as ruas do Brasil inteiro contra os cortes de até 30% das verbas das universidades públicas. Mas não foi apenas pelos 30%! Mais de meio milhão de trabalhadores e estudantes se mobilizaram para protestar contra o conjunto das medidas do governo Bolsonaro!

Nacional - 21 de maio de 2019

O dia 15 de maio mostrou a força dos trabalhadores, que encheram as ruas do Brasil inteiro contra os cortes de até 30% das verbas das universidades públicas. Mas não foi apenas pelos 30%! Mais de meio milhão de trabalhadores e estudantes se mobilizaram para protestar contra o conjunto das medidas do governo Bolsonaro! Os cortes da educação, que também atingem a educação básica e até mesmo creches, são gravíssimos, mas são apenas a gota que transbordou do copo.

                A maioria da população já não suporta o governo Bolsonaro, seus ataques e declarações absurdas. Conforme as pesquisas feitas desde o 1o mês de mandato, o apoio ao governo derrete sem parar. Bolsonaro já tem os piores índices de aprovação da História, para um início de mandato. Enquanto isso, a economia andou para trás no 1o trimestre do ano, o desemprego não para de subir e a pobreza aumentou! A crise política, como sempre, vem como reflexo da crise econômica, e está só começando. O povo na rua é o elemento que faltava nesta equação para inviabilizar os ataques do governo. Faltava, mas não falta mais.

                No dia 8 de março, as mulheres já haviam saído com força às ruas e no dia 1o de maio, grandes manifestações ocorreram no Brasil inteiro, como há muitos anos não se via nesta data. O dia 15 de maio, que inicialmente seria apenas um dia de paralisação da educação, foi a continuidade deste movimento crescente, e se converteu em um dia geral de lutas, que contagiou amplos setores dos trabalhadores e preparou os próximos movimentos, sendo definida uma nova onda de protestos em 30 de maio, e a grande Greve Geral está marcada para 14 de junho.

Só a ação direta conquista! Os trabalhadores em ascenso encurralam um governo em crise!

                A correlação de forças entre as classes, hoje, mostra que os trabalhadores estão na luta e mobilizados. A onda de lutas de 2012, que culminou no levante popular de 2013, continua até hoje. Se estendeu através de um recorde de greves e manifestações com milhões de pessoas nas ruas em todos os anos seguintes, que culminaram na derrubada de uma presidente, em 2 Greves Gerais, uma megamanifestação em Brasília e a eclosão da luta das mulheres, estudantes, sem-teto, caminhoneiros e amplas camadas populares.

                Nem a eleição de Bolsonaro foi na contramão disso, pois é preciso entender que 2018 apresentou um recorde de não-votos (nulos, brancos e abstenções) e o governo foi eleito com pouco mais de 30% dos votos, ainda assim com uma maioria destes eleitores tendo votado em Bolsonaro apenas como forma de derrotar o PT, eleito nas últimas 4 eleições e responsável principal pelo buraco em que o país foi parar, e que Bolsonaro está aumentando ainda mais.

                O PT foi derrubado porque governou para os exploradores e, com o aprofundamento da crise, perdeu o apoio popular. Da mesma forma, Bolsonaro foi eleito por falta de alternativas e como um voto popular de repúdio a todos os demais políticos e partidos eleitoreiros. Mas nunca houve um refluxo, uma onda conservadora de massas, um giro histórico à direita nem qualquer movimento consistente em direção à ditadura, fascismo ou demais absurdos que o PT e o PSOL divulgaram. Estes partidos traidores construíram esta narrativa do fascismo e do medo com 2 propósitos: a curto prazo, justificar o voto no PT e em seus parlamentares; e estrategicamente, frear as lutas, atemorizando os ativista, apresentando as eleições como única saída. Mas esta política de fortalecer o regime democrático-burguês, assustar os trabalhadores e deixar em paz o governo Temer, e agora Bolsonaro, apenas fazendo críticas sem lutas, pensando nas próximas eleições, está sendo atropelada pelas ruas!

                Mesmo com o boicote da CUT aos atos de 1o de maio, e com a recusa de chamar uma Greve Geral até agora, numa trégua da principal central e dos partidos eleitoreiros de esquerda com Bolsonaro, com que a CUT chegou a anunciar que seria necessário sentar e conversar, a piora da vida dos trabalhadores e a continuidade do ascenso das lutas impôs um cenário em que a Greve Geral virá com força e pode ser o momento de enterrarmos a Reforma da Previdência e os cortes de Bolsonaro.

                O governo está em crise, cada vez tem menos apoio popular e já há rachas internos. Bolsonaro acena com a possibilidade de renúncia, enquanto avançam as investigações policiais que podem levar à condenação de seu filho senador e à comprovação de que ele é chefe de uma quadrilha associada às milícias do RJ. A hora de lutar é agora!

                O 15M mostrou que o caminho é a ação direta! Chamados de “idiotas úteis” e de “massa de manobra”, os manifestantes que eram previstos para serem centenas, foram centenas de milhares, e Bolsonaro nunca esteve tão na defensiva. É fundamental que o dia 30 repita e supere o dia 15, e que o Brasil pare completamente em 14 de junho. Os caminhoneiros precisam aderir a esta luta, os professores e estudantes seguirão à frente, os demais trabalhadores devem paralisar e, com uma forte Greve Geral, não haverá mais condição alguma de Bolsonaro impor suas medidas. Se é que ainda haverá condições de permanecer governando.

15M – Natal/RN

 

15M – Belém /PA

 

15M – Belo Horizonte/MG