PRISÃO PARA ROBINHO! ESTUPRADORES NÃO PASSARÃO!! CHEGA DE MACHISMO NO ESPORTE!

Novamente, acompanhamos o machismo estrutural em um caso de estupro. E em uma das áreas mais polêmicas, protagonista de tantos outros casos semelhantes: o esporte. Não é de hoje que jogadores de futebol protagonizam escândalos envolvendo o abuso a mulheres, e isto tem que acabar!

Mulheres - 15 de dezembro de 2020

Novamente, acompanhamos o machismo estrutural em um caso de estupro. E em uma das áreas mais polêmicas, protagonista de tantos outros casos semelhantes: o esporte. Não é de hoje que jogadores de futebol protagonizam escândalos envolvendo o abuso a mulheres, e isto tem que acabar!

Em 22 de janeiro de 2013, o jogador Robinho e mais cinco amigos participaram de um estupro coletivo de uma jovem libanesa em uma boate em Milão, na Itália. Na época, o caso não ganhou tantos os holofotes da mídia como neste ano, quando o Santos Futebol Clube anunciou a contratação do jogador. Desde novembro de 2017, Robinho já está condenado em primeira instância a nove anos de prisão por violência sexual em grupo. Mas o Santos, cujo técnico Cuca também cometeu um estupro coletivo em 1987 (neste caso, tendo como vítima uma criança!) não se importou com nada disso e defendeu Robinho até o final.

A repercussão nas redes sociais foi instantânea, coletivos feministas e grupos independentes, trabalhadores e trabalhadoras pressionaram pela rescisão imediata do contrato: um ato asqueroso, afrontoso ao movimento de mulheres, ao anunciar a contratação de um criminoso.

PELO FIM DA OBJETIFICAÇÃO DAS MULHERES, CULPABILIZAÇÃO DA VÍTIMA, DO MACHISMO ESTRUTURAL E DO PATRIARCADO! PELA LIBERTAÇÃO DAS MULHERES!

Os patrocinadores do clube de futebol, ao tomarem conhecimento da dimensão da campanha feminista contra o Santos, visando exclusivamente as perdas que poderiam ter, exigiram que o clube de futebol desistisse da contratação do jogador. Pressionado publicamente a manifestar-se sobre o caso, a diretoria dos Santos e o próprio jogador anunciaram a suspensão do contrato. Suspensão, e não rescisão, alegando que o caso ainda seria julgado pela segunda instância. O Santos ficou ao lado do estuprador, desrespeitando suas torcedoras, seus torcedores em geral, sua História e todas as mulheres e oprimidos no Brasil.

No último dia 10/12, o recurso apresentado pela defesa do jogador foi julgado, e a segunda instância italiana manteve a condenação e a pena de nove anos de prisão por estupro coletivo. É uma vitória da vítima e de todas e todos que lutam contra a violência à mulher! Diferente do caso Mari Ferrer e de diversos casos semelhantes, neste, especificamente, o criminoso foi condenado. Entretanto, apesar da condenação, o jogador não cumprirá a pena, por algumas razões, dentre elas o fato de que o criminoso está no Brasil e a Constituição brasileira veda a extradição de brasileiro nato. A justiça italiana poderia pedir que Robinho cumprisse a pena em território brasileiro, todavia seriam necessários diversos julgamentos e procedimentos, e a burocracia é tamanha que levaria anos; e mesmo que o criminoso entre na Itália não seria preso.

Apesar de condenado em duas instâncias a nove anos de prisão, o criminoso, estuprador pode, e provavelmente irá, continuar jogando futebol sem qualquer impedimento e em qualquer lugar do mundo, inclusive na Itália! Enquanto estes contratos milionários gerarem lucros à burguesia, pouco importa a idoneidade do contratado. O capital acima de tudo!

NÃO PODEMOS CALAR DIANTE DO MACHISMO E DESTA BARBÁRIE!

Assim como no Brasil, na Itália ainda há a possibilidade de a defesa apresentar recurso contra as decisões de primeira e segunda instância, o que provavelmente irá ocorrer. Do mesmo modo que no caso Mari Ferrer, a tese da defesa foi baseada em fotos das redes sociais, nas quais a defesa questiona a idoneidade da vítima, sua capacidade psicológica, além do absurdo de questionar o consumo de álcool. A defesa, novamente, como é comum nos casos de crime contra as mulheres, tenta culpar a vítima.

A culpabilização da vítima é consequência do patriarcado, desta sociedade machista que justifica qualquer ato do criminoso. Os crimes contra as mulheres são atribuídos à conduta da vítima, numa inversão de papeis, em que a agredida é julgada enquanto o criminoso é justificado. O caso Robinho é mais um dentre tantos no esporte e na sociedade em geral. O pouco caso e a certeza da impunidade demonstram que as mulheres, apesar de tanta luta, continuam sendo massacradas, seja física ou psicologicamente.

Recentemente, alguns áudios interceptados foram divulgados, e em todos o criminoso faz chacota da situação. Demonstra desprezo absoluto pela vítima. Um criminoso estuprador, julgado e condenado, dando declarações em tom de deboche sobre o estupro, numa expressão nítida do papel reservado às mulheres no capitalismo, no qual a mulher é objetificada, desrespeitada e oprimida. O capitalismo não sobrevive sem o machismo e todas as mulheres e lutadores devem estar solidários à vítima de Robinho e exigir punição severa a mais um estuprador impune.

– RESCISÃO IMEDIATA DO CONTRATO DO CRIMINOSO COM O SANTOS;

– QUE TODOS OS JOGADORES CONDENADOS POR CRIMES CONTRA AS MULHERES TENHAM SEUS CONTRATOS RESCINDIDOS!

– PRISÃO IMEDIATA PARA ROBINHO E QUE A JUSTIÇA BRASILEIRA DETERMINE QUE SUA PENA SEJA CUMPRIDA NO BRASIL!!!