Pavor na Rocinha! Pela Autodefesa e Legalização das Drogas JÁ!

A Favela da Rocinha no Rio de Janeiro, está vivendo um verdadeiro caos. Toque de recolher, tiroteios, comércios e escolas fechados, corpos sem vida espalhados pelas ruas, medo e pavor da comunidade pobre e trabalhadora.

Popular - 13 de outubro de 2017

A Favela da Rocinha no Rio de Janeiro, está vivendo um verdadeiro caos. Toque de recolher, tiroteios, comércios e escolas fechados, corpos sem vida espalhados pelas ruas, medo e pavor da comunidade pobre e trabalhadora.

Desde a instalação das UPP’s ( Unidade de Polícia Pacificadora) nas favelas do Rio, que começaram a partir de 2008, a promessa por parte dos governos foi de paz para a população. Mas a realidade mostra que esta promessa não se concretizou. Em 2007, antes das UPP’s, o numero de mortes por intervenção policial chegava a 1330. Com a instalação das mesmas, de fato o número teve uma queda, chegando a 523 em 2011. Mas em 2014 volta a subirem , e em 2016 atingiu 920 mortos. Somente em janeiro deste ano, 98 pessoas foram mortas pela polícia no Rio. Neste mês , um homem foi vítima de bala perdida e outros três foram vítimas em confrontos armados.

O tráfico dita as regras nas comunidade e aterroriza a vida dos moradores, com toque de recolher, ameaças, punições, extorsões e tarifas sobretaxadas de serviços básicos, como o gás. E também impede o acesso a saúde, educaçãoe outros direitos mínimos de chegarem ao morro.

Nesta guerra não há dois lados. É impossível de se posicionar ao lado do tráfico, ou da polícia\estado. Ambos são danosos à classe trabalhadora e a população pobre, já que muitas vezes é a própria polícia que abastece com armas e drogas as facções que lá mandam, como bem mostram filmes e novelas.

A legalização\descriminalização das drogas,apesar de polêmica, é a única alternativa para o fim desta guerra em que, só os pobres saem perdendo. O grosso do lucro com a venda ilegal não fica com aviõezinhos, fogueteiros, gerentes do tráfico, tão pouco com “o dono” do morro ou os mais altos cargos da hierarquia do crime. O lucro se concentra na mão dos investidores e estes fazem parte da burguesia deste ( e de outros) país, que produzem e distribuem a matéria prima para a produção de drogas totalmente nocivas, com incrementos tóxicos, que rendem mais lucro ainda.

Há cerca de três anos foi noticiada a abordagem de um helicóptero que continha cerca de 445 kg de pasta básica de cocaína. O helicóptero era da empresa de um dos filhos de Zezé Perrella (PDT-MG), ex senador. O advogado da família culpabilizou o piloto, disse que o mesmo não estava autorizado a transportar drogas. Por sua vez, o piloto também isentou os Perrella, numa jogada ensaiada para livrar o “peixe grande” da operação.

O fato é que a legalização não extinguiria o uso de drogas, mas acabaria com o tráfico e os traficantes, que são apenas agentes da burguesia, a real beneficiada com a ilegalidade. Pois a mesma não paga impostos, não tem de se preocupar com os reflexos em saúde e segurança pública, as mortes ocasionadas pela guerra pelo poder, ou qualquer outro dano causado pelo uso, produção ou distribuiçãode drogas.

É preciso legalizar, organizar o processo produtivo e de venda. Gerar empregos, tabelar impostos, mas também prevenir o uso, já que parte da alienação social seja causada por vícios em substancias psicoativas, que alteram a capacidade de discernimento da nossa classe, outro fator determinante. Essas medidas também devem ser aplicadas com álcool, tabaco e medicações de uso controlado, e não só de fachada como é hoje.

As comunidades do Rj e de todo o país devem saber identificar seus inimigos nesta guerra, e também saber que a polícia não está a serviço de nossa classe. Força Rocinha!