O que significa o incêncio no Museu Nacional do Rio de Janeiro?

Uma tragédia histórica – tanto no sentido quanto na proporção – abalou o conjunto da população brasileira numa das maiores perdas que poderíamos ter do nosso patrimônio científico e cultural.

No sentido mais realista deste fato, toda humanidade perdeu um acervo insubstituível da história da nossa e das outras espécies. Para termos noção da importância dos itens que estavam neste museu, encontravam-se: o crânio humano mais antigo das Américas, o maior meteorito já encontrado no Brasil, a maior coleção latino-americana de múmias, relíquias de civilizações extintas do continente, fósseis de dinossauros, ao todo 20 milhões de itens nas áreas de paleontologia, etnologia, arqueologia, botânica, zoologia e demais ciências.

Organização das Nações Unidas para a Educação e Cultura (Unesco) considerou que o incêndio que destruiu o Museu Nacional, no Rio de Janeiro, foi uma grande perda para o Brasil e para a humanidade. A tragédia foi comparada pelo chefe do setor de museus da entidade, Ieng Srong, à destruição das ruínas da cidade de Palmira, na Síria, pelos terroristas do Estado Islâmico.

Ainda não se sabem as causas do incêndio, mas o que se torna inquestionável é que o Museu Nacional sofreu ano após ano com sucessivos cortes nas receitas, sofrendo de forma sistemática com o sucateamento promovido pelo Governo Federal. Como é mostrado no gráfico abaixo, o Museu Nacional no Rio de Janeiro perdeu pelo menos R$ 336,3 mil no ano passado em relação à verba pública que recebia em 2013, segundo dados da consultoria de orçamento da Câmara dos Deputados.

O Museu Nacional resistiu até onde pode, desde 2015 que teve de fechar as portas em diversos momento por falta de verbas.

Além disto, em 2014, o Museu Nacional conseguiu 20 milhões de reais mas o governo não aplicou a verba, a qual estava destinada para ser usada para projetos mais urgentes, como a retirada de objetos guardados em álcool e, portanto, inflamáveis.  Ou seja, as medidas de prevenção foram feitas, todo este patrimônio poderia ter sido salvo e o Museu estaria de pé abrindo as portas pra população interagir com a ciência, história e cultura. Acontece que entrando e saindo governos, o avanço da humanidade segue sendo sacrificado para garantir o lucro dos banqueiros e mega empresários. O orçamento federal mostra de forma clara quais são os interesses do sistema político. Em 2017 o orçamento federal da cultura foi de 0,06%, da ciência e tecnologia 0,24%, enquanto os Juros e Amortizações da Dívida chegaram a 50,66%!

Isto nada mais é que um dos reflexos da PEC 55, mais conhecida como PEC do Teto de gastos que foi aprovada em Dezembro de 2016. Quase 2 anos após a aprovação desta lei, novas tragédias vão tomando o cenário nacional. O congelamento do orçamento público nas áreas da saúde, educação, cultura e tecnologia são uma das causas desta e das futuras catástrofes que estaremos enfrentando. Daqui a pouco serão hospitais e escolas tendo de fechar as portas por falta de verbas ou até acabando consumidos por outros tipos de tragédias.

Os trabalhadores são os únicos que possuem o interesse de levar adiante o desenvolvimento científico, histórico e cultural em benefício do conjunto do povo. A burguesia se reserva nesta mesquinha e auto destrutiva posição de utilizar estas faculdades para melhor controlar as massas trabalhadoras amplificando a tão cobiçada taxa de lucro.

Pela Revogação Imediata da PEC 55!

Pela Reconstrução do Museu Nacional do Rio de Janeiro!

Por 10% do PIB pra Educação, 5% pra Ciência e 2% pra Cultura!

Fora Temer! Fora TODOS!

Greve Geral nas Ruas e Voto Nulo nas Urnas!