NOSSO NOVEMBRO É NEGRO! NÃO HÁ CAPITALISMO SEM OPRESSÃO E PRECONCEITO!

Diante de governos que atacam os trabalhadores, para salvar os capitalistas do efeito da crise, são os setores oprimidos os que mais pagam esta conta. Mulheres, negros e LGBT+ são os primeiros a perder o emprego, a terem direitos e salários reduzidos, a sofrerem com o aumento da violência, da inflação e dos cortes de verbas sociais. Da mesma forma, o crescimento de discursos conservadores, de direita e reacionários tem como alvo principal os gays, os transexuais, os negros e as mulheres. São os setores apontados como culpados por as coisas não serem mais como antes, a sociedade estar se afastando da família, e todas as cretinices que a direita costuma repetir em situações em que sua estabilidade fica ameaçada.

LGBTQIAP+ | Mulheres | Negros | Opressões - 24 de novembro de 2017

Diante de governos que atacam os trabalhadores, para salvar os capitalistas do efeito da crise, são os setores oprimidos os que mais pagam esta conta. Mulheres, negros e LGBT+ são os primeiros a perder o emprego, a terem direitos e salários reduzidos, a sofrerem com o aumento da violência, da inflação e dos cortes de verbas sociais. Da mesma forma, o crescimento de discursos conservadores, de direita e reacionários tem como alvo principal os gays, os transexuais, os negros e as mulheres. São os setores apontados como culpados por as coisas não serem mais como antes, a sociedade estar se afastando da família, e todas as cretinices que a direita costuma repetir em situações em que sua estabilidade fica ameaçada.

Toda forma de opressão (LGBT+fobia, machismo, xenofobia, racismo, etc.) é parte da exploração capitalista, que precisa dividir a sociedade sob critérios de orientação sexual, cor, sexo e nacionalidade, para ocultar a verdadeira divisão social, entre classes, que existe no mundo, e melhor explorar os trabalhadores.

Por conta de serem os setores mais agredidos em qualquer época do capitalismo, e mais ainda diante das crises; e, também, por serem uma parte decisiva do ascenso que vivem as massas hoje em dia, havendo uma forte mobilização em especial da parte do movimento das mulheres, mas também ações do movimento negro e do LGBT+, toda e qualquer luta dos trabalhadores, assim como toda entidade da nossa classe devem incorporar e estar unidas às reivindicações dos oprimidos e combater de forma direta e incondicional o machismo, o racismo, a LGBT+fobia, a xenofobia e os ataques aos indígenas. Os oprimidos são parte indissociável e indispensável na luta contra Temer, o Congresso e o capitalismo.

Os negros sofrem um extermínio sob o capitalismo!

A violência contra os negros é parte da guerra de classes da burguesia contra os trabalhadores. Não entender isso é virar as costas ao genocídio que ocorre todos os anos contra a juventude negra, que é massacrada nos bairros pobres e favelas. Por ano, a violência mata 70 mil pessoas no Brasil. Este dado é chocante e representa mais mortos do que praticamente todas as guerras que já existiram. É praticamente a mesma quantidade de mortes na Síria, um país devastado por bombardeios aéreos, mísseis, uso de armas químicas, tanques de guerra, exércitos e combatentes de mais de 10 países ou facções armadas… E este verdadeiro massacre anual de vidas é concentrado sobre os negros em geral, e a juventude negra, em particular.

83 negros morrem assassinados diariamente no Brasil, sendo a maioria deles pelas mãos de policiais. A violência policial aperta o gatilho executando milhares, mas também se manifesta na enorme população carcerária, da qual mais de 80% é negra, e nas agressões, extorsões, estupros e humilhações que negros e negras sofrem da polícia racista.

A situação do negro não melhorou no governo Dilma, que criou a Força de Segurança Nacional, institui a “lei anti-terror” e criminalizou ainda mais os movimentos sociais, além de patrocinar iniciativas de militarização das favelas e bairros pobres, como a colocação de exército nas ruas e a instalação das UPPs no Rio (que mataram o pedreiro Amarildo, dentre tantos outros), em conjunto com o criminoso ex-governador Sérgio Cabral. O governo Temer manteve a política de cortes de verbas sociais, militarização das periferias e retirada de direitos, agravando a situação de todos os trabalhadores, em especial dos mais pobres, os de os negros são imensa maioria.

Mesmo medidas paliativas de atenuação dos efeitos do racismo, como a adoção de cotas nas universidades, o que defendemos, não avançaram substancialmente. Muito menos foram implantadas no serviço público. Não existem nas universidades privadas (onde mais de 80% dos negros estudam, sendo quase todos desprovidos de bolsas e tendo que pagar por um direito básico) e nem na política, na Justiça, na polícia ou qualquer outra instituição do Estado, deixando evidente que os negros seguem à margem do poder e do acesso às decisões importantes do país.

Os negros continuam recebendo os piores salários, com cerca de 65% do que recebe um branco pelo mesmo serviço; os piores empregos e sofrendo com o maior número de desempregados e precarizados. A mulher negra recebe ainda menos do que o homem negro, sendo, em geral, menos da metade do homem branco para o mesmo trabalho.

Os negros quilombolas, assim como os indígenas e os povos originários, têm ainda uma luta importantíssima sobre a questão da terra e do território, e que são alvo de uma campanha política, ideológica e armada de desproteção e expulsão de suas comunidades e casas, em benefício da especulação imobiliária, da grilagem de terras e da destruição ambiental e cultural. Estes ataques aos negros, sua História, seu território e sua cultura passam pelo desmonte da Fundação Palmares, mudanças nas leis, atuação de milícias de jagunços e ações policiais, ameaças de perderem suas terras, e pela constante “limpeza étnica” produzida pela burguesia, que se utiliza até mesmo das igrejas cristãs para desqualificar o negro e sua cultura.

“Não há capitalismo sem racismo”, como afirmou Malcom X; e a opressão racial é parte da natureza da exploração capitalista, devendo ser combatida junto com o próprio sistema que dela se alimenta. Ao mesmo tempo em que são os maiores atingidos pela crise capitalista, como parte dos oprimidos, e que desde a escravidão são o setor que mais é massacrado pelo capitalismo, os negros também são exemplo de resistência e luta. Dentre a vanguarda dos trabalhadores que vêm lutando, a juventude negra, o movimento popular e setores em que a maior parte dos trabalhadores é de negros têm sido os motores das manifestações de rua e das mobilizações no país.

É um mito e uma falsa consciência imaginar que, mesmo que “aos pouquinhos” e muito devagar, o racismo vai acabar enfraquecendo. Que as pessoas mais jovens são menos racistas, que “hoje as coisas estão melhores.”. Independente de que a luta dos negros e dos demais trabalhadores tenha intimidado as formas mais agressivas do racismo explícito, que hoje não encontra mais um ambiente tão propício para se manifestar, o racismo mais violento segue em alta. É o racismo institucional, policial, estatal. Este, na forma de assassinatos, desemprego em massa e superexploração, segue crescendo. Pode se fazer menos piadas sobre “macacos”, mas a polícia dá mais tiros pelas costas, há mais negros sem emprego, como escravos ou em condições degradantes. E é isto que o capitalismo tem a oferecer.

Não há capitalismo sem machismo!

Da mesma forma que o racismo, o machismo é intrínseco ao capitalismo, que quebraria sem ele. Ter que aumentar os salários das mulheres em mais de 20% (que hoje elas recebem a menos, por hora, pelos mesmos empregos), além de lhes dar os mesmos direitos, afora garantir a segurança, saúde, creches e toda a estrutura pública para libertar as mulheres das tarefas domésticas; todas são medidas possíveis e indispensáveis em um governo revolucionários dos trabalhadores, mas impossíveis dentro do capitalismo.

A divisão social do trabalho no capitalismo penaliza a mulher com a incumbência das tarefas domésticas e de educação e cuidados com os filhos sem qualquer forma de remuneração, instituindo uma dupla ou tripla jornada., desobrigando o Estado burguês de prover os custos com restaurantes coletivos, lavanderias públicas, creches, e assim por diante. Este trabalho feminino não pago, hoje, é de 23,4 horas semanais a mais do que os homens com os afazeres domésticos. É exatamente como um segundo “emprego”. Só que, neste caso, muito mais parecido a um trabalho escravo, por não ser remunerado.

Assim, o machismo e a misoginia são expressões ideológicas que acarretam não apenas mais exploração e sofrimento a mais da metade dos indivíduos do planeta, mas a manutenção do próprio capitalismo e da exploração de todos os homens. E, por isso, é necessária a mais ampla unidade de ação junto a todos os setores que lutem contra o machismo. Mas, interna e externamente à unidade de ação, é preciso dotar as mulheres trabalhadoras do seu próprio programa, de suas próprias organizações e de uma atuação classista e junto ao conjunto da classe trabalhadora.

Combater a LGBT+fobia e unir a luta dos trabalhadores

A sexualidade não pode ser tratada como forma de reprodução de força de trabalho, e sim como uma das formas de prazer humano a qual todos devem ter o direito, sem haver imposições morais ou legais sobre o que é correto, “natural” ou proibido no que se refere à privacidade, intimidade e relacionamentos pessoais de quem quer que seja.

O gênero (feminino ou masculino), construído socialmente, é também uma determinação do ser (dialética entre elementos biológicos, psicológicos conscientes/inconscientes e sociais), que faz com que a pessoa possa se identificar com aproximadamente 56 viarantes (para além da identificação binária de feminino e masculino). Ao ter um corpo que não corresponde com o seu ser, a pessoa deve ter o direito de orientar-se e viver sexualmente no sentido de poder dar vazão aos seus desejos, prazeres e possibilitar sua saúde psíquica.

No entanto, numa sociedade opressora e conservadora, as imposições da moral burguesa e os dogmas religiosos adentram no aspecto mais íntimo dos indivíduos e determinam até as questões de saúde pública, incluindo a restrição de tratamentos, a imposição criminosa de “curas” para doenças que não existem e a repressão e a violência física e psicológica contra os que não se enquadram na ditadura heteronormativa.

Tudo isso está a serviço de manter o status quo capitalista, e a classe dominante se beneficia desta situação. Portanto, a liberdade sexual não pode ser totalmente realizada sob o capitalismo já que este sistema se estrutura a partir da sociedade dividida em classes, em que, é preciso fomentar as diferenças do proletariado, para avançar no seu nível de exploração. Portanto, a luta pelo fim das opressões depende de uma luta diária, mas que tenha como eixo o fim do próprio capitalismo e da exploração.

O FIM DO RACISMO, DO MACHISMO E DA LGBT+FOBIA PRECISAM DA LUTA E DA REVOLUÇÃO!