MRS forma parte do Comitê pelo Reagrupamento Internacional dos Revolucionários, junto de partidos nos Estados Unidos, México e Argentina.

O Movimento Revolucionário Socialista, partido fundado em junho de 2013 a partir da fusão de organizações revolucionárias brasileiras, sempre teve como eixo de sua atuação o internacionalismo revolucionário. Em nossa trajetória conjunta, e no período anterior a ela, acompanhamos os processos revolucionários no Egito, Tunísia e Curdistão turco e sírio, com militantes enviados diretamente a estas regiões. Estivemos em Kobane poucos dias depois da liberação heroica da cidade das mãos do Estado Islâmico, na Praça Tahrir nas semanas seguintes à derrubada de Mubarak e em Túnis depois da deposição de Ben Ali. Também apoiamos a revolução na Líbia e demais processos insurrecionais onde pudemos colaborar, seja politicamente, de forma militante ou financeira.

Internacional - 13 de dezembro de 2020

O Movimento Revolucionário Socialista, partido fundado em junho de 2013 a partir da fusão de organizações revolucionárias brasileiras, sempre teve como eixo de sua atuação o internacionalismo revolucionário. Em nossa trajetória conjunta, e no período anterior a ela, acompanhamos os processos revolucionários no Egito, Tunísia e Curdistão turco e sírio, com militantes enviados diretamente a estas regiões. Estivemos em Kobane poucos dias depois da liberação heroica da cidade das mãos do Estado Islâmico, na Praça Tahrir nas semanas seguintes à derrubada de Mubarak e em Túnis depois da deposição de Ben Ali. Também apoiamos a revolução na Líbia e demais processos insurrecionais onde pudemos colaborar, seja politicamente, de forma militante ou financeira.

Nestes anos, também fomos incansáveis em tentar estabelecer vínculos programáticos e organizativos com diferentes organizações em diferentes países, com reuniões internacionais na Argentina, México, França, Espanha, Tunísia, Turquia e América Central. Nossa experiência que conseguiu ir mais adiante tinha sido a Corrente Revolucionária Internacional (CRI) junto da Convergência Socialista, da Argentina. A ruptura interna deste partido e algumas diferenças políticas e metodológicas nos impediram de ir mais adiante e terminaram por encerrar a existência da CRI, mas entendemos que foi uma experiência bastante positiva no geral e que cumpriu um papel importante de vanguarda em relação a inúmeros processos revolucionários e sempre a partir de um ponto de vista principista em defesa da revolução socialista, na teoria e na prática.

Até que chegamos à situação atual, em que pudemos avançar junto a um dos setores da ex-CS argentina, que se construiu como CS La Verdad e, agora, PSL, em conjunto também com o FSP dos Estados Unidos e o POS do México. O avanço da luta de classes ocorre como parte de uma situação mundial revolucionária, em que os de cima já não podem se manter estáveis e os de baixo já não querem permanecer da maneira como estão. A maior crise da história do capitalismo gera mais miséria, desemprego e dívidas, e a resposta dos trabalhadores tem sido mais luta. Crises, guerras e revoluções se multiplicam e colocam na ordem do dia a necessidade de uma direção revolucionária.

Não por acaso, direções social-democratas, stalinistas, reformistas e eleitoreiras em geral assumem governos burgueses, traem as lutas e se desmoralizam junto às massas. As Frentes Populares são os maiores obstáculos às conquistas dos trabalhadores em muitos países, assim como as organizações burguesas tradicionais avançam em seus ataques. Contra ambos “blocos” dos exploradores, é urgente construir uma saída socialista revolucionária, democrática, de base e da ação direta.

O CRIR surge neste momento para unificar revolucionários dos quatro países mais importantes politicamente das Américas. O MRS se orgulha de ter debatido durante mais de 1 ano com os camaradas do CRIR, participado de suas conferências e congressos, convidados estes partidos a participar de nosso congresso, militado organicamente junto com estes partidos por 6 meses e, hoje, podemos dizer que somos parte plena do CRIR.

O que é o CRIR e por que fortalecê-lo?

O Comitê pelo Reagrupamento Internacional dos Revolucionários (CRIR) é uma Frente Única entre 4 partidos revolucionários: o MRS do Brasil, o Freedom Socialist Party (FSP, dos EUA), o Partido Obrero Socialista (POS, do México) e o Partido Socialismo y Libertad (PSL, da Argentina). Ainda não somos uma Internacional nem há centralismo democrático dentro do CRIR, com seus partidos tendo autonomia. Mas o objetivo de todo revolucionário deve ser construir uma alternativa de direção para as lutas que se multiplicam no mundo todo. E os explorados e oprimidos precisam de um partido mundial da revolução, cujos partidos sejam seções nacionais, reivindicando a experiência e as elaborações dos 4 primeiros congressos da III Internacional Socialista e da IV Internacional Socialista.

O CRIR ainda é uma ferramenta embrionária neste caminho, mas que já conta com partidos sólidos em importantes países, atuando diretamente, via EUA, nas lutas dos milhões de explorados norte americanos, lado a lado com o movimento Black Lives Matter contra o racismo; no México enfrentando o governo frente-populista e inimigo dos trabalhadores de Lopez Obrador, além de sempre envolvido na luta dos professores (como na heróica greve em Oaxaca há alguns anos) e pelos direitos indígenas; na Argentina pela legalização do aborto, contra governos peronistas e de oposição burguesa, sempre presente nas mobilizações populares. Em todos os lugares onde existe militância do CRIR, se levantam bem alto as bandeiras do feminismo, dos negros e LGBT+, e de cada luta da classe trabalhadora.

Diante de um vendaval oportunista que varreu 99% da esquerda mundial e ainda provoca uma hegemonia de direções traidoras, burocratas, eleitoreiras, corruptas, antidemocráticas e conciliadoras de classe, o CRIR se constrói na contramão disso tudo, em defesa da ortodoxia marxista, da ação direta das massas e do combate pela revolução socialista. Como disse Trotsky: a crise histórica do proletariado é a crise da direção revolucionária, e o MRS militará com todas suas forças para que o CRIR seja parte desta reconstrução de uma direção revolucionária para as massas, que, objetivamente, nunca lutaram tanto, ao mesmo tempo, em tantos lugares, e com muita força.