Metalúrgicos preparam greve em MG. É hora de lutar!

Os operários das cidades de Itaúna, Itatiauçu, Itaguara, Mateus Leme, Jutuaba e Florestal, em Minas Gerais, estado onde está o segundo pólo metalúrgico e operário mais importante do Brasil, se preparam para a greve! A data-base da categoria foi em outubro, mas as empresas se recusam a atender às demandas dos trabalhadores. Diante de uma inflação oficial calculada em 3,89%, a burguesia, organizada na FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), ofereceu apenas 2% de reajuste e um pacote de retirada de direitos na 1ª proposta.

Sindical - 5 de janeiro de 2021

Os operários das cidades de Itaúna, Itatiauçu, Itaguara, Mateus Leme, Jutuaba e Florestal, em Minas Gerais, estado onde está o segundo pólo metalúrgico e operário mais importante do Brasil, se preparam para a greve! A data-base da categoria foi em outubro, mas as empresas se recusam a atender às demandas dos trabalhadores. Diante de uma inflação oficial calculada em 3,89%, a burguesia, organizada na FIEMG (Federação das Indústrias do Estado de Minas Gerais), ofereceu apenas 2% de reajuste e um pacote de retirada de direitos na 1ª proposta.

Diante do rechaço dos operários, e muitas semanas e atividades do sindicato depois, veio uma nova proposta de pagar a inflação dos 3,89%, mas em 2 parcelas, sendo apenas uma delas na data correta e a segunda parte meses depois, acarretando perda salarial; além de insistir em parte da retirada de direitos prevista na 1ª proposta. Infelizmente, esta proposta foi aceita pelos sindicatos da CUT, CTB e até mesmo pela maioria da Federação Democrática Metalúrgica de MG (dirigida pelo PSTU e PSOL). Sem greve!

Mas não pelo Sindicato de Metalúrgicos de Itaúna e região! Marcelo Almeida, presidente do Sindicato e dirigente do Movimento Revolucionário Socialista, afirma: “Não vamos entregar direitos de forma alguma. A crise e a pandemia são mais uma ocasião em que a burguesia ganha dinheiro e os trabalhadores são atacados. Nós vamos construir a greve metalúrgica, mais uma vez, e lutar até o final”.

A proposta da FIEMG e dos patrões foi novamente rechaçada e a saída é uma só: a greve! Foi só através da luta direta que a classe trabalhadora obteve todas as conquistas que tem hoje, e só através das lutas manterá o que tem e conquistará mais. Não serão deputados, governantes ou concessões à burguesia que manterão os empregos, direitos e salários: serão os próprios trabalhadores, através de seus organismos e métodos de luta!

É preciso varrer o oportunismo e a burocracia dos sindicatos! Por uma direção sindical combativa e revolucionária!

Enquanto a quase totalidade das centrais sindicais e sindicatos se recusa a agir, colocando desculpas que vão desde a pandemia até uma suposta onda reacionária, patrões malvados e governos “fascistas”, os direitos dos trabalhadores vão sendo retirados sem resistência. Os pelegos alegam que é melhor aceitar qualquer coisa, para ao menos não perder os empregos. São covardes que, longe de serem sensatos, só são cúmplices da burguesia e inimigos da classe trabalhadora. A verdade é que, sob a direção destes setores, estão sendo perdidos direitos e, ao mesmo tempo, o desemprego é o maior de todos os tempos.

Entretanto, na contramão do oportunismo sindical dos que só pensam em seus privilégios materiais e usam os sindicatos como táticas para sua real estratégia, as eleições burguesas, existem vários setores que seguem lutando. Um deles foi o de entregadores de aplicativos, que fizeram grandes manifestações em 2020, apesar de, depois, parte de suas lideranças terem virado as costas à luta e assumido seu caráter eleitoreiro.

Outro setor que lutou, e muito, foram os trabalhadores dos Correios. Fizeram mais de um mês de greve, impediram o avanço da privatização da empresa, mas, quando podiam derrotar Bolsonaro, manter todos seus direitos e arrancar conquistas, foram traídos pela direção oportunista de partidos como PCdoB, PT, PSTU e PSOL.

Entre os metalúrgicos, a situação é parecida. No país inteiro, centenas de sindicatos e todas as federações estaduais e nacionais fecharam acordos favoráveis aos patrões e contra os operários. Sindicatos ligados à Força Sindical, CUT, CTB e até mesmo à direção majoritária da CSP-Conlutas fecharam acordos em que os trabalhadores perderam poder aquisitivo ao não receberam toda a correção da inflação de uma vez só, e aceitaram aumentar o banco de horas. E o pior: estes sindicatos fizeram isto sem nem mesmo lutar! Não houve greve em quase nenhuma base, e os sindicatos venderam a categoria.

Mas o exemplo do Sindicato de Metalúrgicos de Itaúna e região mostra que é possível e necessário outro tipo de sindicato e de campanhas salariais. Todo apoio à greve de metalúrgicos! Fazemos um chamado a que todos os demais sindicatos de luta, oposições sindicais e ativistas se solidarizem com a luta metalúrgica em Itaúna. A base grita bem alto: ou melhora a proposta ou é greve! Onde há sindicato combativo, não passarão sem enfrentar nossa luta!