Mais de 30 dias da Greve da metalúrgica Corradi! Rumo aos 40!

Camaradas, a turma segue firme e destemida, o trabalhador não aguenta mais tanta sacanagem e desrespeito, a luta não é somente por 237, é por respeito acima de tudo. Uma greve que era para ser curta transformou na mais longa greve de Itaúna e uma das mais longas de Minas gerais nos últimos cinquenta anos.

Sem categoria - 10 de outubro de 2018

Reproduzimos a nota do SINTRAMITA em que os trabalhadores da Metalúrgica Corradi ja passaram dos 30 dias de greve. Segue o informe do presidente do sindicato – Noel Marcelo de Almeida.

Camaradas, a turma segue firme e destemida, o trabalhador não aguenta mais tanta sacanagem e desrespeito, a luta não é somente por 237, é por respeito acima de tudo. Uma greve que era para ser curta transformou na mais longa greve de Itaúna e uma das mais longas de Minas gerais nos últimos cinquenta anos.

Tudo pela arrogância e ganância do empresário, ele sem saber alimentou está greve. Companheiros eletricista que não teve o corte se incorporaram na greve pelo princípio da solidariedade de classes por achar a luta justa dos companheiros que perderam o direito ao adicional de insalubridade. Trabalhadores que estavam de férias iam voltando e já entrando no movimento, como no dia a dia os trabalhadores não tem sequer tempo para conhecer uns aos outros na greve este laço ficou firmado, pessoas que são estudantes de engenharia que estavam na greve iam se ajudando na questão de resolver os trabalhos escolares tudo no vestiário da empresa que ainda não tinha sido fechado. Companheiros ensinando outros a montarem quebra cabeça de cubo mágico, a harmonia era geral e o pessoal continuava firme, e os dias iam passando. A empresa vendo a força da greve começou a tentar intimidar os trabalhadores com aparato policial, não deu certo. A turma continuou ainda mais firme. Fecharam o vestiário, não tendo mais acesso ao banheiro, a turma ia no mato; até mesmos as companheiras mulheres.

Foram atos em frente a porta da firma, no centro da cidade, porta do INSS, prefeitura, câmara municipal e etc. Toda tática era válida, certo dia aparece um cadeado no portão com corrente para segurar os trabalhadores do escritório, assim a patronal aumenta ainda mais a represália. Se antes tinha duas viaturas nos outros dias, neste foram para a porta da empresa mais de sete viaturas e os trabalhadores não se intimidaram. Começou a faltar as coisas dentro de casa: comida, água, luz, gás. A resposta da turma era a seguinte: nós morremos aqui fora mas não entramos para dentro sem o nosso dinheiro. Quando o patrão começou a perceber o prejuízo milionário que estava tendo, começou a ir de casa em casa pressionar a todos e a resposta era sempre a mesma: só volto com todo mundo junto e um acordo assinado, vocês não tem palavra, diziam todos.

Nosso Sindicato teve várias dificuldades financeiras que quase botou a greve a perder, mas vários companheiros do MRS tendo a iniciativa de fazer uma campanha financeira para ajudar deu o pontapé inicial e vários sindicatos começaram a também nos ajudar. Sindicatos de nossa federação, outras localidades e de diferentes categorias, deram o apoio que tornou possível chegar até aqui. Esta greve é fruto de vários lutadores do país afora que apostaram na ação direta por ser a única forma de derrotar os patrões e governos. Se hoje o patrão está quase de joelhos é devido a estas pessoas que nos apoiaram.

Deixamos aqui uma menção honrosa a dois companheiros, em especial, que são aposentados e que tiveram um papel importante nesta luta, não que os outros não tiveram também, mas são caras que estão fora do sindicato e vieram de boa vontade enfrentar tudo e todos por acreditar na classe trabalhadora. Camaradas, Múcio e Baoiu, dois guerreiros.

 Confiamos nestas mulheres e homens que aos longos dos 40 dias aprenderam na a marra concepção de classe, como negociar e como por o patrão no seu devido lugar. Toda a força vem dos trabalhadores, estes companheiros vão levar para toda suas vidas esta lição e para nós fica também um legado histórico: muitos destes trabalhadores já estão indo para outras fábricas e assim, a semente da revolução que foi plantada aqui se espalha para demais fábricas de nossa base.