Liberdade aos presos políticos na Nicaragua!

13 de maio de 2022 Comitê pelo Reagrupamento Internacional Revolucionário O presidente Daniel Ortega governou a Nicarágua a favor dos ricos por 16 anos. Ex-revolucionário, Ortega foi reeleito 3 vezes desde 2006, incluindo sua reeleição em 2021, que foi uma completa farsa. Ela foi precedida por uma repressão massiva em 2018, desencadeada pelo governo Ortega, que matou várias centenas de manifestantes e feriu mais mil. Na Nicarágua não existe mais liberdade sindical, estudantil ou política. Os socialistas devem levantar a voz contra a pessoa que hoje viola as liberdades democráticas conquistadas pela revolução sandinista de 1979.

Internacional - 13 de maio de 2022

13 de maio de 2022

Comitê pelo Reagrupamento Internacional Revolucionário

O presidente Daniel Ortega governou a Nicarágua a favor dos ricos por 16 anos. Ex-revolucionário, Ortega foi reeleito 3 vezes desde 2006, incluindo sua reeleição em 2021, que foi uma completa farsa. Ela foi precedida por uma repressão massiva em 2018, desencadeada pelo governo Ortega, que matou várias centenas de manifestantes e feriu mais mil. Na Nicarágua não existe mais liberdade sindical, estudantil ou política. Os socialistas devem levantar a voz contra a pessoa que hoje viola as liberdades democráticas conquistadas pela revolução sandinista de 1979.

No contexto das eleições fraudulentas de 2021, o regime de Ortega prendeu trinta e dois opositores, incluindo sete candidatos presidenciais. Entre os presos, também estavam três líderes sandinistas da revolução de 1979. Esses ex-companheiros de armas do próprio Ortega eram Dora María Téllez, Víctor Hugo Tinoco e Hugo Torres, que disse minutos antes de sua captura: “Esta é a vida. Aqueles que uma vez abraçaram os princípios, hoje os traíram.” Disse ainda: “Daniel Ortega apropriou-se do partido da revolução, a Frente Sandinista, distorceu-o e transformou-o no seu partido, num partido familiar. O que Ortega fez com a FSLN, privatizando-a e transformando-a em instrumento a serviço de seus interesses, fez com todo o Estado. Hoje, todas as instituições do Estado estão politicamente subordinadas à sua vontade. E a subordinação que Ortega obteve nas instituições é maior do que a obtida por Somoza, porque no tempo de Somoza havia uma certa independência no Judiciário e havia juízes que enfrentavam Somoza com firmeza e agiam com a lei em mãos.” Poucos meses depois de fazer essas declarações, Hugo Torres morreu na prisão.

Sem assistência médica, muito menos um julgamento legítimo, Torres tornou-se mais uma vítima da ditadura de Ortega. Logo após a morte de Torres, o próprio embaixador da Nicarágua na Organização dos Estados Americanos (OEA), Arturo McFields Yescas, descreveu o governo de seu país como uma “ditadura” e renunciou ao cargo em referência aos “mais de 177 presos políticos e mais de 350 pessoas que perderam a vida no meu país desde 2018… Continuar calado e defender o indefensável é impossível.”

Liberdade imediata para Dora María Téllez

Entre os que permanecem na prisão, está Dora María Téllez, conhecida como “Comandante Dos” da revolução sandinista. Em 1978, liderou a invasão do Palácio Nacional, sede do Parlamento. Este foi um dos ataques mais significativos contra a antiga ditadura de Anastasio Somoza. Ela rompeu com o partido em 1995, muito antes da conversão de Daniel Ortega e sua esposa, Rosario Murillo, agora vice-presidente, nos novos déspotas do país. “Só morto, Ortega deixará a liderança da Frente Sandinista, mas Rosario Murillo está na linha de sucessão”, disse Téllez. “Eles deram todo o poder para Murillo. A sucessão é uma chave que Ortega ainda tem. Eles precisam institucionalizar a sucessão familiar”, reiterou.

Sua prisão ocorreu em 13 de junho de 2021. Após meses de detenção ilegal, os julgamentos contra 36 presos políticos detidos em junho de 2021 foram retomados em 1º de fevereiro de 2022. Em 3 de fevereiro, Dora María e Lesther Alemán (um líder estudantil da insurreição popular de 2018) foram condenados a 15 anos de prisão por acusações de “conspiração” e “ataque à integridade nacional”.

Esses “julgamentos” foram realizados a portas fechadas, em completo sigilo dentro das próprias prisões, e não em tribunais. E aconteceram sem a presença de familiares ou da imprensa. A intenção do regime era evidente: esconder os vestígios de tortura e violência cometida contra os presos. Familiares e testemunhas que visitaram Dora María relataram que ela foi espancada durante sua detenção e que continua sendo maltratada desde então.

Por isso, organizações sociais, políticas, sindicais, feministas, esquerdistas, estudantis e de direitos humanos, assim como pessoas solidárias com a causa do povo nicaraguense contra o regime de Ortega e da FSLN, devem organizar uma ampla comissão internacional para visitar e documentar as condições dos prisioneiros na Nicarágua e investigar seu estado de saúde física e mental, a fim de forçar o governo nicaraguense a retirar todas as acusações contra os presos políticos e libertá-los imediatamente.

Liberdade para Dora María Téllez e aos demais presos políticos já!

Abaixo o regime repressivo de Daniel Ortega e da FSLN!

Comitê pelo Reagrupamento Internacional Revolucionário

Partido Socialismo y Libertad – Argentina

Movimento Revolucionário Socialista – Brasil

Freedom Socialist Party – Estados Unidos y Australia

Partido Obrero Socialista – México