Informe do representante do Sintect RS no comando nacional de negociações

Marcio Alves - militante do MRS - informa sobre os desafios nesta fase decisiva da greve nacional de correios. A traição da Findect ja se demonstrou deste o inicio deste processo e agora com o encerramento da greve em SP e RJ o movimento nacional tera novas tarefas.

Sindical - 5 de outubro de 2017

Marcio Alves –  militante do MRS – informa sobre os desafios nesta fase decisiva da greve nacional de correios. A traição da Findect ja se demonstrou deste o inicio deste processo e agora com o encerramento da greve em SP e RJ o movimento nacional tera novas tarefas.

“Companheiras e companheiros, estamos em um momento crucial de nossa campanha salarial. A sensação que eu tenho participando das negociações com a empresa e também por todas as discussões feitas no TST é de que parece que para o poder que aí está (governo, justiça, instituições em geral) não se preocupam com os trabalhadores e trabalhadoras do país.

Claramente nós de Correios estamos sendo o laboratório do que o governo, congresso nacional e essa justiça a serviço dos ricos prepara para toda classe trabalhadora no país. Para ser bem sincero com os companheiros e companheiras que estão aí no RS em greve, aqui por cima parece um grande teatro. Infelizmente entre os atores se encontram alguns sindicalistas que estão muito distantes da realidade da classe trabalhadora. A Findect na mesa de negociações parecem mais uns negociadores da empresa.

Pode parecer que não, mas a força do comando de negociações não está em mim ou nas pessoas que estão aqui, mas sim em todos que estão em greve pela base da categoria. A Findect dede o inicio atuou para desmontar a greve, a categoria que não deixou. E é justamente isso que estão fazendo neste momento. Com a nova proposta do TST, se entregam de forma vergonhosa. Imagina o que farão quando vier a reforma trabalhista e previdenciária.

Proposta rebaixada tem que ser REJEITADA

Todos tiveram conhecimento da proposta apresentada no TST, que resumidamente é: Manter as clausulas sociais, seguir com o plano de saúde no TST=cobranças de mensalidades em breve, e 2% de reajuste retroativo a Agosto. Além de compensação de 8 dias e desconto dos demais, nossa demanda é que sejam abonados os dias. Na minha opinião aceitar essa proposta é aceitar o discurso de que a empresa está com deficit, o que sabemos que é mentira. É aceitar que ficaremos mais um ano sem um real de aumento, pois esse índice sequer repõe a inflação real. Por isso não tenho dúvida que a proposta tem que ser REJEITADA pela categoria.

O ministro Emannoel Pereira não quer que vá a julgamento, mas foi obrigado a dizer que a única coisa que mudaria dessa proposta para uma futura decisão no TST seria que o aumento ia se dar retroativo a data da decisão que seria em Novembro. Mas também sabemos que em todos os julgamentos foram retroativos a Agosto.
Sinceramente acho que em unidade o movimento deveria rejeitar a proposta e seguir em greve. Diante de mais uma traição da Findect que orquestrou em conjunto com Guilherme Campos e o TST o fim de nossa luta é necessário que vocês aí discutam o rumo que o movimento deve tomar.

O Comando nacional de negociações está orientando aguardar a minuta que virá do TST para elaborar o informe. Portanto creio que o melhor a se fazer é aguardar, estudar bem a proposta do TST e se for necessário deixar para decidir na sexta feira, pois nesse momento a pressa em se aceitar ou rejeitar só ajuda a cúpula da ECT. Para ser bem claro: Entendo que a proposta deve ser rejeitada! E que era o momento de intensificar a luta. Porém sabemos também que um diferencial e força de nossa greve foi a base de RJ e SP ter derrotado os pelegos e obrigado o sindicato a chamar greve. Hoje já acabaram a greve em SP e RJ, portanto é necessário rediscutir o movimento.

Claro que isso são impressões minhas estando aqui em Brasilia. O que interessa é o que vocês decidirão nas assembleias aí no RS, e é aí que se deve avaliar a fundo o que fazer nesse momento. A mim cabe defender o que os colegas de luta decidirem. Por fim, diante dessa atual realidade gostaria de aproveitar este informe para solicitar que o Sindicato garanta a minha participação na assembleia de sexta feira, e meu retorno ao RS. Se for necessário retornar a Brasilia sigo a disposição. Estou em Brasilia desde o dia 4 de Setembro, também por isso solicito o retorno sexta e final de semana.

Abraço aos guerreiros e guerreiras!”

Marcio Santos Alves