Hora de protestar nas ruas! Fora Bolsonaro/Mourão. Fora Todos!

Depois de 4 meses sem grandes atos de rua, o Brasil terá novamente protestos anunciados em todo o país nos próximos dias. As últimas manifestações nacionais ocorreram em 8 de março, no dia internacional de luta das mulheres. Logo depois, por volta de 20 de março, todos os estados começaram a fechar suas economias e decretar regras de isolamento social, e já temos em torno de 110 dias de quarentena.

Nacional | Sindical - 9 de julho de 2020

Depois de 4 meses sem grandes atos de rua, o Brasil terá novamente protestos anunciados em todo o país nos próximos dias. As últimas manifestações nacionais ocorreram em 8 de março, no dia internacional de luta das mulheres. Logo depois, por volta de 20 de março, todos os estados começaram a fechar suas economias e decretar regras de isolamento social, e já temos em torno de 110 dias de quarentena.

Neste meio tempo, inicialmente os grupos bolsonaristas tentaram realizar manifestações contra a ciência, a saúde e a quarentena, além de realizarem as chamadas “carreatas da morte”. Em resposta a estas manifestações absurdas, a partir de algumas torcidas de futebol, setores independentes e poucas organizações, dentre elas o MRS, saímos às ruas em contra-manifestações para repudiar o negacionismo e o fim da quarentena, exigindo o contrário: mais recursos à saúde, aos milhões de pessoas que estão sem renda e pelo Fora Bolsonaro!

No entanto, tanto as manifestações pró Bolsonaro eram minúsculas e agora praticamente desapareceram; como as corretas e progressivas manifestações anti Bolsonaro (chamadas por alguns de “antifascistas” ou “pela democracia”) também se resumiram a setores de vanguarda e poucos militantes organizados. Agora é diferente: estão sendo convocados atos de rua nos dias 10 e 12 de julho, com a pretensão de marcar o retorno do movimento de massas às ruas! O eixo: Fora Bolsonaro e seu vice, Mourão.

Trabalhadores lutam pela base enquanto direções só fazem traição

Estes 4 meses de pandemia nunca deixaram de ter lutas. Operários fizeram manifestações e protestos contra demissões e redução de salários em várias fábricas, assim como motoristas de ônibus e trabalhadores do transporte fizeram greves e atividades contra as péssimas condições de trabalho (rodoviários estão entre os mais infectados e com grande número de mortos) e pelo pagamento em dia de salários, que vêm sendo atrasados por várias empresas. 

Por outro lado, as centrais sindicais e a imensa maioria dos sindicatos agiram todo este tempo de maneira covarde e traidora. A começar pelo 1º de Maio, acertado de ser realizado de forma virtual junto com a escória da burguesia, incluindo FHC, Dória, Witzel, Rodrigo Maia e demais quadrilhas da política brasileira. No final, PT, PCdoB e parte do PSOL realmente fizeram esta unidade vergonhosa, e a Conlutas e Intersindical romperam faltando poucos dias e realizaram um ato próprio, após terem concordado com o ato junto da burguesia.  Mas todos eles, antes do 1º de maio e depois dele estiveram juntos rejeitando construir outros atos e até mesmo convocar os atos chamados pela base e pelas torcidas.

O cúmulo desta oposição de base querendo lutar e direções só pensando em trair a classe trabalhadora foi o dia 1º de julho. Neste dia, os entregadores de aplicativos, um setor precarizado, desorganizado e ameaçado por empresas poderosas, decidiu realizar uma greve (que significa perder salário automaticamente aos que aderiram a ela) e, mesmo sem apoio de quase nenhuma entidade ou organização, deram o exemplo, com uma adesão fortíssima à greve e um movimento que sacudiu o país.

No mesmo dia, os trabalhadores do metrô de SP, concursados, com um sindicato forte e organizado, com dirigentes liberados e muitos recursos, também tinham uma greve marcada. E motivos para ela não faltavam: corte de salários e benefícios, demissões, falta de proteções à saúde, etc. Pois, apesar disso tudo, na véspera da greve, dia 30/6, a direção da entidade, a partir de partidos como o PSTU, PSOL e PCdoB traiu os trabalhadores e desmontou a greve. Alegaram que era um “adiamento” e que decidiriam pela greve em nova assembleia no  dia 7/7 para ser deflagrada a partir de 8/7. Mas outra vez, os mesmos traidores impediram a greve, desmontando a luta pela 2ª vez seguida. Caso a greve dos metroviários tivesse ocorrido, SP teria parado e, se fosse junta da luta dos entregadores, este movimento poderia ter se multiplicado por todo o Brasil.

É hora de passar por cima da omissão e traição sindical. É necessário derrubar Bolsonaro e Mourão. E a base dos trabalhadores organizados e desorganizados tem que ser a protagonista deste processo. Os atos de 10 e 12 de julho devem contar com todo nosso apoio porque só a ação direta pode garantir vitórias aos trabalhadores e impedir os ataques de governos de todos os partidos.

É hora de irmos às ruas! Os operários em defesa de seu emprego, as torcidas organizadas contra Bolsonaro e os entregadores de aplicativo mostraram o caminho! Todos aos atos de 10 e 12 de julho!