Greve Geral coloca multidões nas ruas pela 3ª vez em 30 dias!

A Greve Geral de 14 de junho paralisou setores em todas as grandes cidades brasileiras, incluindo transportes, fábricas, refinarias, extração de petróleo, comércio, bancos, escolas, serviços públicos e dezenas de áreas, cuja produção parou total ou parcialmente. Foi uma grande manifestação da força dos trabalhadores e da disposição de luta contra a Reforma da Previdência, os cortes de verbas do orçamento, as privatizações e a degradação da vida em geral, com um desemprego recorde.

Nacional - 3 de julho de 2019

A Greve Geral de 14 de junho paralisou setores em todas as grandes cidades brasileiras, incluindo transportes, fábricas, refinarias, extração de petróleo, comércio, bancos, escolas, serviços públicos e dezenas de áreas, cuja produção parou total ou parcialmente. Foi uma grande manifestação da força dos trabalhadores e da disposição de luta contra a Reforma da Previdência, os cortes de verbas do orçamento, as privatizações e a degradação da vida em geral, com um desemprego recorde.

A Greve Geral foi a terceira em 2 anos no Brasil, após as greves de 28/4 e 30/6 de 2017, quando fazia quase 30 anos sem nenhuma outra Greve Geral. Além da Greve em si, aconteceram manifestações no final da tarde em centenas de cidade, e outra vez as ruas ficaram tomadas de trabalhadores e estudantes. Em apenas 30 dias, foi a terceira onda de megamanifestações em todo o país. Os dias 15 e 30 de maio já haviam levado cerca de 1 milhão de pessoas às ruas e a Greve Geral manteve este ritmo de mobilização intensa.

Alguns setores, em geral de quem não apostou nem construiu a Greve Geral, questionam o tamanho da adesão à greve. Como questionaram o levante popular de 2013, as maiores manifestações da História do Brasil em 2015 e 2016 pelo Fora Dilma, a greve dos caminhoneiros, as próprias Greves Gerais de 2017, etc. É preciso dizer que a paralisação de 14/06/19 não foi tão grande quanto a de 28/04/17, mas esta foi a maior Greve Geral da História do país. Termos realizado a 2ª maior Greve Geral em mais de 30 anos é uma façanha. Ainda mais sendo a 3ª megamanifestação em apenas 30 dias! E sob um governo com menos de 6 meses no poder. É a prova inequívoca do ascenso dos trabalhadores no Brasil.

De todos os que enxergavam o fim do mundo com a eleição do Bolsonaro, os campos de concentração fascistas, as execuções e prisões em massa, a destruição da democracia e das suas instituições, muitos agora se dão conta de que foram enganados pelo PT. Nada de significativo mudou. Bolsonaro está aplicando os mesmos cortes de verbas sociais e investimentos que Dilma aplicou, propondo privatizações que ela também tentou realizar (Embratel, Caixa, petróleo, aeroportos, etc.) e sua Reforma da Previdência que irá à votação na Câmara é quase idêntica à de Dilma e de Temer. Os eleitores de Bolsonaro também vão se dando conta que seu presidente é corrupto, não cumpriu nada do que prometeu e governa da mesma forma que seus antecessores.

A realidade vai desmontando as ilusões dos eleitores de Bolsonaro e de Haddad, e vai ficando claro que mudam os nomes e as siglas, mas o projeto neoliberal capitalista segue o mesmo: entregar patrimônio, cortar direitos e aumentar o lucro de banqueiros, grandes empresários e do agronegócio, consumindo toda a riqueza do Brasil com o pagamento da dívida pública. Os atos de 8/3 e 1º de maio e as 3 enormes manifestações  de maio e junho deixaram claro que a correlação de forças segue favorável à resistência e à luta dos explorados.

Bolsonaro pode ser derrotado e já se encontra em uma grande crise, mesmo com pouquíssimo tempo de governo. A origem de tudo é a continuidade da crise econômica, que mantém as famílias endividadas, mais de 13 milhões de desempregados segundo os números oficiais, e a saúde e a educação sem verbas. O país está parado, não vai crescer nada neste ano e os efeitos da recessão impedem que o governo tenha alguma “boa notícia” ao povo. Ao contrário, cresce a decepção e a indignação. No meio disso tudo, a crise ética a respeito do ministro Moro e a corrupção escancarada envolvendo os filhos de Bolsonaro, a relação com as milícias e o chamado “laranjal do PSL”, seguem sangrando o governo, que vê sua popularidade despencar.

A hora é de aprofundar as mobilizações. Realizar outra grande jornada de lutas no dia 12/07, e chamar uma nova Greve Geral, desta vez de 48h, para barrar de vez a Reforma da Previdência, que está completamente atrasada, mas ainda ameaça ser votada nas próximas semanas. Somente pela ação direta é possível derrotar este ataque e os demais que estão à vista, como a privatização dos Correios e demais estatais, e novos projetos que retiram direitos trabalhistas. E o crescimenro das lutas deve estar a serviço de construir uma alternativa de poder dos trabalhadores.

Temos que paralisar o Brasil e lotar as ruas pelo Fora Bolsonaro/Mourão e pelo Fora Todos. Nenhum partido eleitoreiro é capaz de resolver a crise que vivemos, pois todos são parte da mesma engrenagem capitalista. Do PT/PCdoB/PSOL ao PSL/DEM/PSDB/MDB, eles são todos financiados por burgueses, estiveram em escândalos de corrupção, como na lista da Odebrecht, e atacam os trabalhadores. É urgente construir uma alternativa revolucionária no país, que cresça junto do crescimento das lutas. Esta é a única saída.