Greve dos Correios mantém os direitos que Temer queria tirar da categoria mas reajuste é uma piada

Depois de 20 dias de greve os trabalhadores dos Correios retornaram ao trabalho com uma sensação de que a luta valeu a pena, pois derrotou a ameaça do governo de retirar uma série de direitos garantidos através do acordo coletivo de trabalho da categoria. Porém há também o sentimento de que foram afrontados pelo TST e pelo presidente dos Correios Guilherme Campos (PSD), que após muita provocação e ameaças aos grevistas concedeu um reajuste pífio de 2,07%.

Sindical - 18 de outubro de 2017

Depois de 20 dias de greve os trabalhadores dos Correios retornaram ao trabalho com uma sensação de que a luta valeu a pena, pois derrotou a ameaça do governo de retirar uma série de direitos garantidos através do acordo coletivo de trabalho da categoria. Porém  há também o sentimento de que foram afrontados pelo TST e pelo presidente dos Correios Guilherme Campos (PSD), que após muita provocação e ameaças aos grevistas concedeu um reajuste pífio de 2,07%.

A tática utilizada pelo governo foi a de lançar uma 1ª proposta que consistia em retirar uma série de direitos da categoria como abono de férias, dias para acompanhar dependentes ao médico, imposição do banco de horas, e um longo etc. Após a movimentação dos sindicatos e da categoria nas assembleias apresentaram a 2ª proposta, que consistia em estender o ACT até dezembro, sem reajuste, e voltar a negociar em Janeiro após a aplicação da reforma trabalhista. Com tanta provocação os trabalhadores deram a resposta com a GREVE. Como os sindicatos de São Paulo e Rio de Janeiro, dirigidos pelo PcdoB, não haviam saído em greve ainda, lançaram a última cartada na tentativa de sufocar a greve em curso, que seria manter as clausulas do ACT anterior e conceder reajuste de 3% a partir de janeiro de 2018.

Junto disso está também vem sendo tema de apreciação do TST a questão do plano de saúde da categoria, que caminha para cobranças muito superiores das que existem hoje e muito distantes da realidade de um trabalhador dos Correios. Assim nem mesmo a burocracia sindical conseguiu segurar a greve, e as bases do RJ e SP atropelaram as direções pelegas e como a anos não ocorria a greve dos Correios se unificou, e colocou o governo Temer contra a parede.

Desde o inicio a gestão do presidente dos Correios, Guilherme Campos (PSD), tem tratado a categoria com desrespeito.  E nessa greve utilizou do corte ilegal e arbitrário do ponto, ameaçou que os que seguissem em greve teriam falta injustificada supostamente desamparados pela lei de greve. O TST declarou a abusividade da greve e “ordenou” que 80% do efetivo trabalhassem, ferindo frontalmente o direito a greve.

Com ataques de todos os lados, traição por parte do sindicalismo vendido, os trabalhadores deram uma lição de luta e mostram o caminho para as demais categorias. Com tanta ameaça por parte da ECT e do TST somado a covardia de parte dos sindicalistas o tiro final do governo foi apresentar que manteria as clausulas do ACT anterior e concederia reajuste de 2,07% retroativo a Agosto (data base da categoria). De pronto os sindicalistas do PcdoB aceitaram. A Fentect que é coordenada por uma maioria da Articulação sindical colocou a culpa no PcdoB, porém rapidamente com apoio do PSTU e outras correntes do PT orientaram a aprovação de tal proposta nas assembleias, decretando assim o fim da greve dos Correios.

A vitória desta greve foi o protagonismo da base que garantiu uma das maiores greves dos últimos tempos de Correios nos últimos anos. A disposição de luta se explica também pela força dos ataques que estão por vir. Porém ainda é necessário aumentar muito mais a luta da categoria e buscar a construção de uma Greve Geral para por pra Fora Temer e barrar o processo de demissões e privatização que passa os Correios.