Fora Bolsonaro! Que os bilionários paguem pela crise! Nenhuma demissão, nenhum direito a menos e nenhuma redução de salário!

Quando o total de infectados no Brasil ultrapassa as 3 mil pessoas e já nos aproximamos de 100 mortes, Bolsonaro e empresários assassinos, como Roberto Justus e os donos da Riachuelo, Giraffas, Madero, Havan, Coco Bambu, etc., exigem que os trabalhadores sigam produzindo, para gerar seus lucros, mesmo que morram milhares de “velhinhos” descartáveis, como eles mesmo dizem.

Nacional - 27 de março de 2020

                Quando o total de infectados no Brasil ultrapassa as 3 mil pessoas e já nos aproximamos de 100 mortes, Bolsonaro e empresários assassinos, como Roberto Justus e os donos da Riachuelo, Giraffas, Madero, Havan, Coco Bambu, etc., exigem que os trabalhadores sigam produzindo, para gerar seus lucros, mesmo que morram milhares de “velhinhos” descartáveis, como eles mesmo dizem. A pandemia do Covid-19 escancarou a luta de classes no Brasil e no mundo. A burguesia manda às favas a farsa de “responsabilidade social” e deixa claro que a produção não pode parar. Eles querem nosso sangue!

                Como resposta, os trabalhadores não podem aceitar ser vítimas duplamente de uma pandemia causada pela burguesia. Ainda que a origem do vírus ainda seja controversa, é fato que a disseminação do coronavírus ocorreu pela irresponsabilidade do governo capitalista chinês, e, depois, dos governos europeus, de Trump nos EUA e de criminosos como Bolsonaro. Todos eles menosprezaram a gravidade da situação até que ela fosse irreversível, esconderam informações e deixaram seus povos à mercê da morte, das sequelas físicas e do desemprego, fome e dívidas.

                A crise ainda está começando em nosso país, e o pior ainda está por vir. Se não houver uma baixa da curva de infecções e mortes até os meses do nosso inverno, poderemos ter uma tragédia ainda maior da que hoje se abate sobre a Itália e a Espanha, por exemplo. Nosso sistema de saúde já é uma vergonha, e todos os anos morrem milhares de pessoas por dengue, gripe comum, sarampo, tuberculose e outras doenças antigas, conhecidas e já com tratamento. Isso pode ser multiplicado de maneira incalculável diante de uma doença nova, desconhecida e sem cura ou vacina…

                Além da tragédia das mortes e doentes, que Bolsonaro quer aumentar ao deixar cada um por si, teremos toda a classe trabalhadora vítima da recessão que vai assolar o Brasil. Já estamos sob uma forte crise econômica há quase 10 anos. Temos um PIB negativo se somarmos os valores dos últimos 6 anos! O Brasil já está no buraco e agora vai afundar ainda mais, tanto em 2020 como em 2021, quando os efeitos da crise atual ainda serão sentidos.

                A burguesia e os governos do PT, MDB e PSL quebraram o Brasil, sucatearam a saúde com sucessivos cortes de verba e deixaram quase 50 milhões de brasileiros vivendo no desemprego, no subemprego informal ou como MEIs e outras formas de trabalho precárias sem carteira assinada. Agora, é preciso amparar todos os mais de 100 milhões de trabalhadores brasileiros, em especial estes 50 milhões precarizados, além de todos os aposentados e pensionistas.

                Não podemos aceitar ter nenhuma redução salarial para pagar por esta crise que não é nossa. E da qual somos vítimas! Não permitiremos nenhuma redução de direitos! Agora é o momento em que mais a população precisa ser assistida. Não aceitaremos nenhuma demissão! Ao contrário, é urgente multiplicar a contratação pública de médicos, enfermeiros e trabalhadores de saúde, e reduzir a jornada de trabalho para 36h semanais, sem redução de salário, para que, tão logo passe a quarentena, se possam contratar dezenas e milhões de novos trabalhadores em cada setor.

                Será preciso garantir uma renda mínima a todos os desempregados, informais e de quem não puder exercer suas atividades neste momento. E não pode ser apenas R$ 200 como quer Bolsonaro nem R$ 500 como quer Rodrigo Maia. É preciso que seja no mínimo um salário mínimo de R$ 1045, sendo que este valor já é insuficiente para sobreviver adequadamente. Todos os trabalhadores empregados precisam ter estabilidade no emprego e seus salários e direitos irredutíveis! Mas como e quem vai pagar por isto tudo? Os bilionários devem pagar pela crise!

                Se houvesse a cobrança de um imposto sobre grandes fortunas, como a própria Constituição de 1988 previu, seriam arrecadados R$ 272 bilhões por ano! Isto garantiria 1 salário mínimo para cada 1 dos 50 milhões de trabalhadores precários por quase 1 semestre inteiro. Uma única medida! Mas há inúmeras outras. A dívida pública consumiu mais de R$ 500 bilhões apenas em 2019. É fundamental parar de pagar a dívida pública, e com este dinheiro seria possível garantir o emprego de todos os brasileiros, com seu salário sem redução, além de investir massivamente em saúde e, depois do pior da crise passar, em um enorme plano de obras públicas e investimentos sociais, que garantiriam pleno emprego, moradia para todos e saúde e educação com qualidade.

                Ainda há outras medidas, como estatizar os bancos sem indenizações. Apenas os 5 maiores bancos lucraram mais de R$ 100 bilhões em 2019. A Caixa já é 100% pública e o Banco do Brasil preserva pouco mais da metade de seu capital sendo público. Mesmo descontando estes valores, são mais de R$ 70 bilhões apenas em lucros obtidos pelos bancos privados ou pelos acionistas privados de bancos estatais. Some-se a isso os mais de R$ 100 bilhões em isenções fiscais a grandes empresários, e temos uma nova fortuna que deveria estar sendo usada em investimentos sociais, e hoje é apossada por poucas dezenas de grandes bilionários.

                Já está claro que Bolsonaro não tomará nenhuma destas medidas e, ao contrário, vai tentar usar a crise para avançar na retirada de direitos, cortes de salários e demissões em massa. Por isto, a primeira medida para defender a saúde dos brasileiros contra a ameaça desta pandemia é lutar pela derrubada de Bolsonaro/Mourão. Eles e o Congresso fingem ter divergências, mas todos são culpados pela pobreza e falta de saúde do povo, que será determinante para agravar os efeitos da pandemia. Não há setor burguês aliado nesta luta, que, repetimos, é de classe! É hora de todos os trabalhadores se unirem para colocar para Fora Bolsonaro/ Mourão e Fora o Congresso. Que os ricos paguem pela crise!

 Fora Bolsonaro/Mourão! Fora Todos!

 

– Estabilidade no emprego para todos, Estatização sem indenização de qualquer empresa que demitir.

– Proibição de redução salarial e retirada de qualquer direito!

– Não pagar a dívida pública!

– Estatizar todo o sistema financeiro, sem indenização.

– Acabar com todas as isenções fiscais aos grandes empresários e combater a sonegação.

– Taxar as grandes fortunas e especuladores de fundos e da bolsa de valores!

– Garantir renda mínima a todos os desempregados, informais, MEIs e demais trabalhadores precarizados. Em caráter imediato e emergencial, exigir o salário mínimo de R$ 1045 a cada um dos 50 milhões de precarizados no Brasil, já valendo a partir de março.

– Reduzir a jornada de trabalho para 36h semanais sem redução de salários.

– Garantir abastecimento gratuito de luz e água para todos enquanto durar a crise, bem como passe-livre a todos que precisam pegar transporte público.

– Investir massivamente em saúde e pesquisa, multiplicar contratações destes profissionais.

– Preparar um grande plano de obras públicas após o pico da pandemia.

– Ampliar o salário mínimo para o valor mínimo calculado pelo Dieese (R$ 4366) como forma de reaquecer a economia.

– Pagar os salários de todos os trabalhadores de empresas que quebrarem ou não mantiverem seus pagamentos, assim como garantir subsídios e crédito sem juros a pequenos comerciantes e trabalhadores liberais.

– Organizar vizinhos, colegas de estudo e de trabalho, virtualmente e depois em comitês populares, para definir todas as medidas que afetem a maioria da população, rechaçando as medidas dos poderes burgueses que nos levaram a esta situação.