Estados Unidos em chamas contra o racismo do capitalismo!

George Floyd, negro da cidade de Minneapolis nos EUA, foi morto pelo Derek Chauvin, policial branco da mesma cidade. A cena revoltante, filmada por celulares de pessoas que viram a abordagem assassina, mostra um policial por mais de 8 minutos torturando George Floyd com um joelho esmagando seu pescoço até a asfixia total. Enquanto isso, outros 3 policiais assistiam a cena ajudando Derek a conter a população e deixá-lo à vontade para torturar e matar. Os 4 policiais são assassinos! Mas esta cena acontece em todas as principais cidades dos Estados Unidos. E no mundo inteiro. O racismo filmado em Minneapolis é a cara do capitalismo!

Mundo - 31 de maio de 2020

George Floyd, negro da cidade de Minneapolis nos EUA, foi morto pelo Derek Chauvin, policial branco da mesma cidade. A cena revoltante, filmada por celulares de pessoas que viram a abordagem assassina, mostra um policial por mais de 8 minutos torturando George Floyd com um joelho esmagando seu pescoço até a asfixia total. Enquanto isso, outros 3 policiais assistiam a cena ajudando Derek a conter a população e deixá-lo à vontade para torturar e matar. Os 4 policiais são assassinos! Mas esta cena acontece em todas as principais cidades dos Estados Unidos. E no mundo inteiro. O racismo filmado em Minneapolis é a cara do capitalismo!

George Floyd foi parado pela polícia, algemado, agredido, torturado e assassinado acusado de usar uma nota falsa de US$ 20 num supermercado. 3 dos policiais assassinos estão livres quase 1 semana depois do seu crime. Apenas Derek, o autor direto da tortura e execução de George, foi preso, mas acusado somente de homicídio culposo (sem intenção de matar). Isto é mais um crime, desta vez de impunidade. A polícia mata e a Justiça acoberta. Os autores dos crimes são os mesmos: agentes públicos do Estado capitalista.

Protestos se multiplicaram por cidades inteiras nos Estados Unidos desde o início, e não podem parar. Não é apenas por 20 dólares! É pela vida arrancada de George Floyd e pelos milhões de negros agredidos, explorados e mortos pelas polícias, justiças e governos de todos os lugares. Chega! Malcom X já disse que não há capitalismo sem racismo, e ele mesmo depois foi morto por racistas capitalistas.

Cada vez mais, o capitalismo retira direitos, demite, reduz salários e destrói a vida de todos os trabalhadores. E os negros são os primeiros a serem demitidos, despejados de suas casas; e presos ou mortos quando lutam contra qualquer injustiça, ou simplesmente quando são inocentes e estão parados, arrancados de dentro de seus carros para serem torturados e executados cruelmente como foi George.

O racismo é estrutural, inerente ao capitalismo, tortura e mata negros todos os dias. A única saída é ir às ruas e enfrentar o sistema capitalista todo! E é isso que está acontecendo neste momento em vários estados dos EUA. Manifestantes incendeiam carros de polícia, postos policiais, e também lojas e símbolos do racismo, como prédios da CNN, emissora que reproduz o racismo.

Os coquetéis molotov explodem nos carros da polícia racista, e de Los Angeles a Nova York o capitalismo treme quando milhões dizem que não aceitarão mais sermos massacrados em silêncio. Em Nova York, protestos fecharam grandes vias no Harlem, tradicional bairro negro da cidade, e na praça Union Square, onde costumam acontecer manifestações na cidade. Do outro lado, os assassinos fardados prenderam mais de 200 manifestantes, mostrando que estão do lado de Derek, o assassino de Minneapolis.

O prefeito nova iorquino Bill de Blasio criticou o racismo da boca para fora, mas coloca a polícia para espancar e prender quem sai às ruas para colocar fim ao racismo. Em Minneapolis, onde ocorreu o caso, há novos protestos todos os dias, mas o governo de Minnesota, estado onde fica Minneapolis, acionou a Guarda Nacional pela primeira vez desde a Segunda Guerra para conter as manifestações. O governador Tim Waltz manda a polícia fazer o que Derek fez, e avançar sobre a população nas ruas. Donald Trump também disse que diante dos protestos, que ele chama de “saques”, é a hora dos tiroteios dos policiais contra os manifestantes.

A saída é pela “extrema esquerda”

O procurador-geral dos Estados Unidos, William Barr, afirmou que os protestos que se alastram pelos EUA estão infiltrados por grupos anarquistas e de extrema-esquerda. Barr declarou ainda que os integrantes desses grupos estariam cometendo “crime federal” por cruzar as divisas dos estados americanos para promover protestos violentos. “Em muitos lugares, parece que a violência é planejada, organizada e dirigida por grupos anarquistas e de extrema-esquerda, usando táticas da Antifa para promover violência.”. O presidente Trump também atribuiu os protestos a “saqueadores e anarquistas”.

Pois os saqueadores de verdade são Trump, os governadores, congressistas e grandes empresários, que lucram com o racismo e massacram os negros, desde que os primeiros navios chegaram à América carregados de escravos. A violência sempre partiu da classe dominante, que dizimou os indígenas do país e matou milhões de trabalhadores na Guerra Civil, quando, mesmo acabando com a escravidão, só “libertaram” os negros para ter mais soldados para matar pelos interesses dos brancos, e mantiveram eles escravizados economicamente. Depois, em cada Guerra em que os EUA invadiram países, a História se repetiu, com os negros sendo lançados para morrer no Vietnã, Iraque, Afeganistão, etc.

O capitalismo é quem é violento! Não satisfeitos em matar George Floyd, mataram mais um jovem de 19 anos nos protestos em Detroit, após a polícia assassina disparar balas letais num protesto. É isso que eles fazem enquanto pedem para os manifestantes serem pacíficos.

A paz que os capitalistas querem é a paz dos cemitérios. Mas o que as massas estão lhes dando e precisam dar mais ainda é o ódio de classes e a violência dos oprimidos como defesa contra a violência dos opressores. E não basta apenas sair às ruas para protestar desarmados. Como ensinaram os Panteras Negras, todo povo pode e deve reagir armado contra a violência do racismo e da burguesia.

Cerca de 1700 agentes da guarda Nacional foram enviados para Minneapolis para ajudar a polícia a reprimir os protestos. Esse número se junta aos 2.500 policiais do estado de Minnesota que estão no local. É a maior mobilização de policiais no estado desde 1929. O prefeito Jacob Frey já impôs um toque de recolher, mandando que as pessoas esvaziem as ruas das 20h às 6h, exceto membros da Polícia e da Guarda Nacional, corpo de bombeiros e equipes médicas. Esta é a liberdade que o capitalismo oferece a quem ousa reagir.

E a única forma de impedir que mais Georges Floyds sejam assassinados pelas polícias é por uma saída revolucionária que destrua o capitalismo e construa um governo dos trabalhadores. Tomar o poder nos Estados Unidos é dificílimo, pois o imperialismo americano é o dono do maior arsenal de guerra do mundo. Mas as dezenas de cidades em chamas nos Estados Unidos mostram que este sistema já está podre. E milhões de negros, mulheres, latinos, imigrantes em geral, e também trabalhadores brancos e a juventude em geral estão apontando que é preciso uma ruptura política.

Obama foi um presidente negro e não mudou nada sobre o racismo. Sejam democratas ou republicanos, qualquer presidente governa para as grandes empresas, controladas por brancos, e que lucram com o racismo. Nas eleições, nada nunca mudou nem vai mudar. O caminho é mesmo nas ruas, e a saída é caminhar por onde Trump, o procurador-geral, a CNN, a FoxTV e toda a burguesia mais temem: para a extrema-esquerda!

Se a extrema-esquerda são os que se recusam a votar em Biden ou Trump nas eleições daqui a 6 meses, e que se recusam a seguir morrendo sem lutar, então nós somos a extrema-esquerda. E a hora da mudança é agora. Mas, embora justificável e progressivo, apenas destruir carros de polícia e atear fogo em lojas não vai resolver nada. É uma imensa energia popular para não destruir nenhuma base do sistema capitalista nem construir nenhuma alternativa.

É preciso organizar comitês populares e de luta em cada cidade, junto com comitês de autodefesa que protejam os manifestantes e a população contra a polícia. E, juntos, comitês de luta e autodefesa devem apresentar um programa anticapitalista, socialista e revolucionário, para expropriar a burguesia, dissolver as polícias e acabar com o racismo e o capitalismo.

A morte de George Floyd não pode passar em vão. E os ventos de Minneapolis já começaram a soprar.