Envolvido em corrupção, sem apoio na maioria população e fazendo bravatas: é urgente o Fora Bolsonaro!

O governo Bolsonaro segue perdendo popularidade e os escândalos de corrupção se multiplicam, ao mesmo tempo em que o desemprego, a inflação e as dívidas batem recordes. O que impede Bolsonaro de ser derrubado, até agora, é o acordo que os partidos têm no Congresso nacional para empurrar essa disputa para as eleições de 2022. Do centrão a partidos como o MDB e PT a lógica é uma só: sangrar Bolsonaro visando desgastá-lo para as próximas eleições, sem derrubá-lo antes disso.

Nacional - 6 de agosto de 2021

 

O governo Bolsonaro segue perdendo popularidade e os escândalos de corrupção se multiplicam, ao mesmo tempo em que o desemprego, a inflação e as dívidas batem recordes. O que impede Bolsonaro de ser derrubado, até agora, é o acordo que os partidos têm no Congresso nacional para empurrar essa disputa para as eleições de 2022. Do centrão a partidos como o MDB e PT a lógica é uma só: sangrar Bolsonaro visando desgastá-lo para as próximas eleições, sem derrubá-lo antes disso.

Bolsonaro sabe disso. E contra-ataca com o discurso de que as eleições poderão ser fraudadas se não houver voto impresso. Caso consiga retroceder ao voto impresso, o que dificilmente vai ocorrer, suas milícias poderão ampliar o famoso “voto a cabresto”, pressionando eleitores de comunidades controladas pelo tráfico ou igrejas a “marcarem” seus votos em papel, para depois serem confirmados pela milícia. E, caso não haja o voto impresso, Bolsonaro já prepara o discurso para sua derrota, dizendo que a eleição terá sido fraudada.

Bolsonaro está utilizando a estrutura do Estado para arrecadar dinheiro e disseminar suas teorias mentirosas através de fake news e da compra de diversos jornalistas, blogueiros e veículos de imprensa. O centrão, que reúne os partidos mais corruptos do país e que já apoiou FHC, Lula, Dilma e Temer, aproveita a crise do governo Bolsonaro para abocanhar cada vez mais cargos no governo, em troca de bloquearem o avanço do impeachment que afastaria Bolsonaro da presidência. Mas o centrão apoia todos os governos, porém também os abandona quando é conveniente. E, a depender do aumento da crise, poderão pular do barco e afundar o governo Bolsonaro antes do fim do mandato.

Bolsonaro está desesperado porque perde apoio entre a população e fica cada vez mais indiscutível sua participação direta na tentativa de roubo de dinheiro público com a compra de vacinas. Este desespero o levou a fazer uma “live” sobre supostas fraudes na eleição de 2014 e 2018, mas não foi capaz de apresentar nem uma única prova.

Por sua vez, a esquerda eleitoreira, como o PT e PSOL, se resume a ações parlamentares e a falar do impeachment por dentro da institucionalidade, sendo que o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, nunca abrirá o processo de impeachment enquanto estiver recebendo cargos e verbas do próprio governo e sem milhões de pessoas protestando nas ruas. PT e PSOL não defendem sequer o impeachment institucional de maneira coerente, pois não jogam força nas manifestações de rua. Estes partidos participam dos atos, mas fazem de tudo para que sejam menos frequentes, não avancem para a Greve Geral e se resumam a serem ensaios da campanha eleitoral de 2022. Os partidos de oposição que se apresentam como sendo de esquerda só pensam na eleição, e preferem manter Bolsonaro cambaleando do que derrubá-lo de uma vez, pela força das ruas.

É preciso que os trabalhadores e setores explorados e oprimidos tomem as manifestações para si, através de comitês de luta independentes, democráticos e combativos. A unidade de ação deve ser geral e somar todos os setores que estão pelo Fora Bolsonaro, com protestos cada vez maiores e com a paralisação da classe trabalhadora organizada, construindo a Greve Geral por tempo indeterminado. Não podemos dar um minuto sequer de trégua a este genocida com faixa de presidente.

Inflação dispara e aumenta o custo de vida. A luta é para sobreviver

Segundo os órgãos oficiais do governo, a inflação de 2021 está em 7%. E aponta um crescimento do produto interno bruto de 5,3%. E ambos os casos isso não quer dizer muita coisa. No caso da inflação, a subida dos preços da vida real de uma pessoa comum é muito maior. Com o preço absurdo do gás de cozinha, arroz, feijão, carnes e aluguel, tem mais brasileiros passando fome, diminuindo o nível de alimentação ou indo morar na rua.

No caso da elevação do PIB, os dados reais também são muito piores, pois o Brasil teve crescimento negativo na soma dos anos de 2015 a 2019, e uma queda de mais de 4% novamente em 2020. A crise segue forte e não existe uma recuperação verdadeira. Enquanto isso, o Banco Central prevê a elevação da taxa de juros Selic para 7% até o final do ano, e a dívida pública não para de crescer.

O quadro político para Bolsonaro é péssimo, e o econômico pior ainda. E todo plano do governo é tirar mais dinheiro e direitos da classe trabalhadora. O atraso da vacinação gera mais mortes por Covid-19 e, no fim de tudo, para o capitalismo a vida da classe trabalhadora e do povo pobre e oprimido é apenas uma mercadoria. Só existe uma saída: ação direta com mobilização, luta, greves e ocupações, para derrubar todos que estão no poder e construir um governo dos organismos dos trabalhadores.

Ampliar os protestos e construir a Greve Geral para barrar ataques e privatizações

Parte da burguesia já avalia que Bolsonaro deve cair, porque seu governo é um desastre, que também afeta parte de seus negócios. Mas muitos outros burgueses seguem lucrando e não querem que a instabilidade da queda de um presidente atrapalhe estes lucros. São estes setores que, apoiados na grande mídia, no Judiciário e no Congresso Nacional, agitam diariamente que se decidirá nas eleições e que é preciso esperar até lá.

Os partidos burgueses de “esquerda” e os reformistas já repetem o discurso do “mal menor”, de que para derrotar Bolsonaro nas urnas só existe a alternativa de uma Frente Ampla eleitoral, incluindo patrões e a oposição de direita. Querem que os trabalhadores depositem suas esperanças naqueles que já governaram por 15 anos o país, nos governos Lula e Dilma, e só atacaram a classe trabalhadora e enriquecerem ainda mais os banqueiros, latifundiários e grandes empresários.

Não pode ser assim! Bolsonaro precisa ser derrubado já! As lições do levante popular de 2013, das enormes manifestações de 2015 e 2016 que levaram à queda de Dilma e, agora, a insatisfação contra Bolsonaro, mostram que os de baixo querem algo novo! E este novo só será construído dentro da luta, da ação direta para derrubar todos os governos e instituições capitalistas. Nas eleições, eles são todos iguais. É preciso que a classe trabalhadora e os oprimidos governem diretamente.