Entregadores querem segurança, direitos e condições de trabalho!

O trabalho dos entregadores aumentou muitas e muitas vezes durante a pandemia, devido às restrições de circulação, mas agora vê o trabalho diminuindo em razão de uma criminalização injusta! O novo golpe utilizado por assaltantes é cometer os crimes disfarçados de falsos entregadores de delivery. Os criminosos usam equipamentos como as mochilas de identificação de Ifood, UberEats e Rappi, com a intenção de não chamar a atenção das vítimas. As abordagens utilizando este golpe levaram a um aumento no número de roubos e latrocínios (roubo seguido de morte) em SP, e os entregadores estão “pagando o pato”.

Trabalhadores de Apps - 27 de junho de 2022

O trabalho dos entregadores aumentou muitas e muitas vezes durante a pandemia, devido às restrições de circulação, mas agora vê o trabalho diminuindo em razão de uma criminalização injusta! O novo golpe utilizado por assaltantes é cometer os crimes disfarçados de falsos entregadores de delivery. Os criminosos usam equipamentos como as mochilas de identificação de Ifood, UberEats e Rappi, com a intenção de não chamar a atenção das vítimas. As abordagens utilizando este golpe levaram a um aumento no número de roubos e latrocínios (roubo seguido de morte) em SP, e os entregadores estão “pagando o pato”.

Após dois casos de latrocínios que ganharam grande repercussão midiática, associações de entregadores, o Sindicato dos Motofretistas e entregadores independentes exigem ações do Estado. Diferente da categoria de motofretistas, os entregadores, os famosos “empreendedores”, termo criado para justificar a exploração da categoria, não têm qualquer regulamentação, inclusive no quesito equipamentos de segurança, como baús, mochilas, identificação na Prefeitura e etc., e se tornam vítimas fáceis dos criminosos.

Em razão destes falsos entregadores, a categoria vem sendo criminalizada pela mídia e pelo o Estado, com inúmeros prejuízos. Os entregadores denunciam a dificuldade para realizar as entregas dentro do prazo estipulado, em razão da demora nas fiscalizações que estão sendo realizadas diariamente na capital paulista, sem que os aplicativos tenham aumentado o tempo de tolerância das mesmas entregas. “Na pandemia, éramos comparados a heróis, e por várias vezes recebemos diversos tipos de incentivo da população e consumidores. Hoje, voltamos à estaca zero, a classe trabalhadora que é associada a crimes e vandalismo”, desabafa Rodrigo Oliveira.

A categoria que, durante a pandemia, lutou e ainda vem lutando contra a precarização e a exploração das relações de trabalho; agora tem mais um desafio: combater a criminalização e estigmatização da categoria.

A solução não é a polícia encher a cidade de blitz, onde os entregadores perdem até 40 minutos parados, atrasando a entrega, gerando reclamação do consumidor na plataforma e prejuízo todo nas costas do entregador, cuja pontuação baixa no aplicativo. A saída é a investigação policial de verdade, através do monitoramento de câmeras, identificação dos receptadores e diretamente sobre o crime organizado.

A Prefeitura de São Paulo, no entanto, quer utilizar a situação para tirar mais dinheiro dos trabalhadores, cobrando R$ 900 de cada um, por um cadastro na prefeitura, que ainda exigiria a colocação de uma placa vermelha e baú com identificação. Coisas que os criminosos também poderiam imitar. Ou seja, no fim das contas, o prejuízo é sempre da classe trabalhadora. Além de serem brutalmente explorados, e as principais vítimas dos golpistas, os entregadores podem ter que arcar com mais custos, em razão da falta de segurança, que é um dever do Estado. Caso haja qualquer novo cadastro pago, ele deve ser pago pelas empresas bilionárias do ramo de entregas, bem como todas as adequações nas motos, seguro contra acidentes e contra roubos.

A luta dos entregadores já vem sendo grande nos últimos anos, mas deve ser ainda maior. Por condições dignas de trabalho, seguro contra roubo e acidente, licença remunerada em caso de doença, ajuda de custo para manutenção dos veículos e combustível, além do custeio para a regularização de todos os entregadores.

As eleições se aproximam e todos os oportunistas que apareceram nas manifestações passadas sumiram. Mas ainda vão querer o voto dos entregadores e de suas famílias. Temos que dizer não a estes aproveitadores e ir às ruas na ação direta e com paralisação. Os trabalhadores são muito fortes quando estão juntos, e só podem contar com eles mesmos. Os demais trabalhadores também devem se somar com tudo nesta luta, porque a luta dos entregadores é uma luta de toda a classe trabalhadora!