#ELESNAO! A enxurrada de 40 milhões de não-votos mostram que uma grande parte população já entendeu que o problema maior não é um candidato ou outro: é o sistema! [1ª Parte]

Houve 3 grandes fenômenos nesta eleição: 1) uma avalanche de não-votos; 2) um voto em massa pela renovação; 3) uma grande polarização Bolsonaro x PT. Iniciamos a publicação das nossas análises deste processo eleitoral com a 1ª parte da série "balanço das eleições 2018".

Nacional - 10 de outubro de 2018

Houve 3 grandes fenômenos nesta eleição: 1) uma avalanche de não-votos; 2) um voto em massa pela renovação; 3) uma grande polarização Bolsonaro x PT.

A maior quantidade de não-votos de toda a história neste sistema de voto

As eleições de 2018, mais do que a vitória de alguns candidatos ou partidos, teve como grande fenômeno, outra vez, o não-voto: com um recorde de abstenções nos últimos 20 anos, a soma de quem se recusou a votar em qualquer um dos milhares de candidatos e 35 partidos foi de dezenas de milhões de eleitores. Entre abstenções, votos nulos e votos brancos, mais de 40 milhões de eleitores entenderam que eles todos são iguais e não votou em ninguém para presidente!Esta enxurrada de não-votos, que bate o recorde já impressionante da eleição passada, quando 38 milhões e 780 mil eleitores se recusaram a votar em qualquer um, mostra que mais 1 milhão e meio de eleitores se somaram ao não-voto, a maioria deles por romper com as ilusões de que as eleições possam mudar qualquer coisa. Somente em 1998, último ano da eleição ainda por meio de cédulas em papel, onde era muito mais fácil alguém errar o voto sem querer ou usar a cédula como protesto e anular o voto até mesmo com mensagens políticas, houve mais não-votos.

Com a urna eletrônica, de eleição em eleição, este número vem aumentando, e o não-voto já foi “o 2º colocado nesta eleição presidencial”, “o 2º colocado na maioria das eleições para governador” e a maior quantidade nas eleições para deputados estaduais e federais. Nenhuma votação de partido ou coligação chegou sequer perto do total der não-votos para nas votações proporcionais, onde a enxurrada de não-votos foi maior ainda.

Grandes estados como Rio de Janeiro (com mais de 30% de não-voto), Minas Gerais (mais de 30% de não-voto), São Paulo e Bahia foram os grandes puxadores do não-voto, mostrando que nos grandes centros é onde a experiência eleitoral já foi mais fundo, e uma imensa parcela da população já percebeu que, ganhe quem ganhar, sua vida não vai mudar. Apesar da insistente propaganda eleitoral do TSE, órgãos do governo, imprensa, igrejas e dos 35 partidos e suas dezenas de milhares de candidatos, uma onda crescente e gigantesca rechaçou as urnas e virou as costas à farsa das eleições.

O que muitos militantes que se reivindicam revolucionários não entendem, ao não conseguir pensar nem viver sem eleições burguesas, mais de 40 milhões de trabalhadores ensinaram outra vez: as eleições são um jogo de cartas marcadas, onde só se escolhe a cor do chicote que vai estalar no lombo dos explorados.