#ELESNAO! A enxurrada de 40 milhões de não-votos mostram que uma grande parte população já entendeu que o problema maior não é um candidato ou outro: é o sistema! [4ª Parte]

Bolsonaro é inimigo dos oprimidos. O PT também. Negros e índios já sofrem um genocídio. 1 pessoa LGBTQ é morta a cada 19 horas e são agredidas sem parar.

Sem categoria - 11 de outubro de 2018

4ª parte da série “balanço das eleições 2018”

Bolsonaro é inimigo dos oprimidos. O PT também. Negros e índios já sofrem um genocídio. 1 pessoa LGBTQ é morta a cada 19 horas e são agredidas sem parar.

No Brasil, a cada 23 minutos um jovem negro é assassinado no Brasil. O relatório da ONU de 2017 já trata a questão como sendo um genocídio. São 63 jovens negros (entre 15 e 29 anos) assassinados todos os dias! São 23.100 por ano, sendo 77% do total de mortes nesta faixa etária. Como um todo, o Brasil tem 59 mil assassinatos por ano, na imensa maioria de negros, sejam eles jovens, adultos, idosos ou crianças. Este número cresceu de 48 mil para 59 mil ao ano durante o período de 2005 a 2015, todo ele de governos do PT.

O genocídio negro já existe e só os hipócritas não veem. Pior ainda são aqueles que veem, que o denunciaram por tanto tempo, mas agora se calam, em campanha para o PT no 2º turno, ameaçando que a vitória de Bolsonaro pode trazer o genocídio ao povo negro. O genocídio já existia com o PSDB! O PT ampliou este genocídio de forma brutal! E, ganhe quem ganhar, seja ele Bolsonaro ou Haddad, se não for impedido pelas ruas e pela mobilização dos oprimidos e de todos os trabalhadores, aumentará ainda mais, com qualquer um dos dois.

Outro genocídio incontestável é contra os povos indígenas. Os povos pré-colombianos já vêm sendo exterminados há 5 séculos, impiedosamente, por todos os regimes e governos. Nas últimas décadas, a principal ameaça aos índios é a expansão agrícola, que derruba floresta para plantar soja ou criar gado. Já foi a extração madeireira e o garimpo, que ainda seguem existindo com força e expulsando índios de suas terras, envenenado seus rios e matando suas lideranças, que ousam enfrentar fazendeiros, comumente ligados aos políticos, do PSDB, PT e PMDB, na imensa maioria. Mas a soja e o gado vieram para arrebentar de vez com o que sobrou de terra indígena e de suas comunidades.

Os conflitos por terra no sul do Pará, em toda a Amazônia, Mato Grosso, Tocantis, Maranhão, Roraima e Rondônia são impressionantes. Há dezenas de líderes mortos a tiros, pauladas e com facões. Casos de índios com mãos decepadas e aldeias inteiras incendiadas. Considerando que já são uma pequena população, estas centenas de mortes representam um genocídio, ainda mais que não se resumem aos assassinatos, mas à retirada da terra, da cultura e da própria existência como uma população comum.

Após 11 anos de governos do PT, o próprio Conselho Indigenista Missionário, ligado à CNBB e sempre próximo do PT, contabilizou um aumento médio de 269% dos assassinatos de índios nos governos do PT em relação aos anos de governo do PSDB, que já era inimigo dos indígenas. Com FHC, houve absurdas 20,8 mortes ao ano. Mas com Lula, houve 56,5 mortes ao ano! Índice mantido por Dilma, com 54 índios assassinados por ano. São centenas de mortos e áreas inteiras tomadas à força. O genocídio já está aí! E o PT nunca fez nada para deter. Ao contrário, nomeou Kátia Abreu, a “motosserra de ouro”, a rainha do genocídio á frente da CNA para ser ministra da Agricultura. Kátia Abreu morreu abraçada a Dilma e agora foi candidata a vice de Ciro Gomes. Eles são todos iguais!

Se FHC só homologou 148 áreas indígenas em 8 anos, Lula e Dilma, em 11 anos, só hab=viam homologado 84! Com 3 anos a mais. Na reserva de Dourados (MS), 13 mil guarani-kaiowa vivem em minúsculos 3,5 mil hectares, uma densidade demográfica altíssima comparável á das piores favelas do Brasil. houve uma época em que todos éramos guaranis-kaiowas. Eles estavam ameaçados de extermínio e ameaçaram colocar fogo em si mesmos para poder se defender e protestar. Hoje, ninguém mais fala nos guaranis-kaiowas. Parece que não existem nem nunca existiram. É um crime que descendentes de indígenas apoiem Bolsonaro! Mas igualmente inaceitável que apoiem Haddad ou Ciro/Kátia Abreu.

Quando tratamos da defesa da liberdade de orientação sexual e contra a LGBTQfobia, o inferno também já está à nossa volta. O Brasil é o país em que mais se mantam LGBTQs do mundo! Todos lembram do ataque com lâmpadas fosforescentes a 3 jovens na Avenida Paulista em 2010. Todos lembram… apesar de alguns quererem se esquecer. Em pleno governo Lula. Houve a travesti morta em Fortaleza, o vendedor trans morto no RJ… Crimes bárbaros e revoltantes. Milhares deles… nos governos Lula, Dilma, Temer. E antes deles nos governos de FHC e daí para trás. Mas não são casos individuais que nos provarão nada. São as estatísticas gerais.

E os números mostram que a cada 19 horas uma pessoa LGBTQ morre assassinada no Brasil! Segundo o Grupo Gay da Bahia, referência nesta questão, estes assassinatos subiram de 130 em 2000 para 260 em 2010 e 445 em 2017! E esta curva é contínua, com mais assassinatos todos os anos! No governo Lula, a LGBTQfobia aumentou! Com Dilma e Temer mais ainda! Outra vez, não precisamos de Bolsonaro ou Haddad para que vivamos o inferno da intolerância e dos crimes contra a livre orientação sexual. Um eleitor de Bolsonaro ser indiferente a este massacre é repugnante, mas um eleitor do PT fingir que ele não existe é uma postura cúmplice de cada um destes assassinatos.

Bolsonaro verbaliza e fala o que o PSDB, o PT e o PMDB já fazem. Eles são todos inimigos dos oprimidos e responsáveis pelo assassinato em massa de negros, índios e LGBTQs. Ainda trataremos das mulheres no próximo tema, mas a realidade não é diferente. Escolher qual apoiador do genocídio e qual racista e LGBTQfóbico vai nos governar não é papel dos trabalhadores. Porque Bolsonaro e Haddad são diferentes no discurso, mas cúmplices e responsáveis dos mesmos crimes na prática. Nosso papel é lutar nas ruas contra ambos!