#ELESNAO! A enxurrada de 40 milhões de não-votos mostram que uma grande parte população já entendeu que o problema maior não é um candidato ou outro: é o sistema! [5ª Parte]

Acabando o mandato para o qual foi eleita a chapa Dilma/Temer, o número de estupros não parou e não para de crescer. A cada 10 minutos uma mulher é estuprada no Brasil! São 164 destes crimes bárbaros e que destroçam a vida das mulheres, todos os dias. Ao todo, foram mais de 60 mil casos apenas no ano passado!

Nacional - 12 de outubro de 2018

5ª parte da série “balanço das eleições 2018”

Barbárie machista: 60 mil estupros por ano, proibição do direito ao aborto e violência à mulher generalizada.

Acabando o mandato para o qual foi eleita a chapa Dilma/Temer, o número de estupros não parou e não para de crescer. A cada 10 minutos uma mulher é estuprada no Brasil! São 164 destes crimes bárbaros e que destroçam a vida das mulheres, todos os dias. Ao todo, foram mais de 60 mil casos apenas no ano passado! E a realidade ainda é muitíssimo pior do que estas estatísticas, pois é consenso entre os especialistas que este é o crime mais subnotificado que existe, seja pelo medo de represálias (a maioria dos estupros é cometido por alguém conhecido da vítima), pela vergonha ou falta de confiança que a polícia vá fazer alguma coisa. Estimativas projetam que os registros sejam próximos de apenas 10% dos casos totais, o que elevaria os estupros dos já assustadores 60 mil a escandalosos 600 mil casos ao ano! É uma epidemia de estupros por todos os lados, e uma violência tão presente que não deixa nenhuma mulher viver ou ter suas atividades sem estar permanentemente com medo.

Esta é uma violência terrível e hedionda, onde mais da metade das vítimas são menores de idade, crianças e adolescentes! E estes números vêm crescendo vertiginosamente nos últimos anos. Em SP, subiu 10% em um ano, no DF o aumento foi de 32%! Em todo o Brasil, em média, em apenas 5 anos, os casos notificados entre 2011 e 2016, praticamente dobraram! Ou seja, durante o governo do PT, e mais ainda no governo Dilma, uma mulher, o número de estupros explodiu! Outro exemplo inquestionável de que as mulheres já vivem na barbárie diariamente, e que Bolsonaro e Haddad só irão agravar este cenário, cabendo aos trabalhadores impor a mudança desta triste e inaceitável situação.

No tocante às demais agressões às mulheres, os dados são igualmente impressionantes. o 12o Anuário de Segurança Pública publicado em agosto deste ano, quando começava a campanha eleitoral, mostra que o Brasil teve 221.238 casos de violência doméstica em 2017. Mais de 221 mil casos! São 606 por dia! Isso é mais do que o dobro do que poucos anos atrás. Mesmo que se alegue que parte deste aumento extraordinário se deva ao aumento das denúncias de agressões que já existiam, a maior notificação, por si só, não explica tudo e sequer a maior parte deste aumento. Os registros estão tão espantosamente maiores porque realmente há multo mais mulheres agredidas hoje em dia. A libertação sexual, a luta por mais independência e a crise econômica, por outro lado, colocam as mulheres na linha de agressão de machistas cada vez com mais frequência e ferocidade. Não é preciso um novo presidente em 1o de janeiro de 2019 para que o inferno já exista para as mulheres. Um inferno construído por todos os partidos, e que foi agravado absurdamente durante os governos Lula/Alencar e Dilma/Temer.

A não-legalização do aborto é outra violência inominável. Obrigar mulheres a que sejam mães contra a vontade, e que não tenham o direito de decidir sobre seu corpo e sua reprodução é uma violência enorme, que, além dos incontáveis danos físicos e psicológicos, também mata! Foram 211 mulheres mortas por abortos clandestinos em 2015 no Brasil, último ano do governo Dilma, e um dos anos com maior número de mortes registradas. É a 4a maior causa de morte materna no Brasil, e se estima que haja 25 mulheres que quase morrem para cada uma que morre. Ou seja, foram mais de 5000 mulheres que correram risco de morte, das quais inúmeras tiveram sequelas para toda a vida, apenas em 2015. Outra vez, os governos do PT não fizeram absolutamente nada para isso; ao contrário: apenas agravaram a situação.

Não custa lembrar que foi o PT quem assinou um acordo especial com o Vaticano para que haja ensino religioso católico nas escolas públicas do Brasil. Um soco no estômago de um Estado laico que muitos dos eleitores do PT pensam estar defendendo ao votar em Haddad. O compromisso de Dilma junto às igrejas evangélicas em 2006, prometendo nunca colocar em votação ou aprovar a legalização do direito ao aborto foi outra vergonha histórica, que o PT irá repetir caso Haddad conquiste um 5o mandato consecutivo.

As eleições nunca mudaram a vida dos trabalhadores, e as mulheres sofreram agressões em cada um dos anos dos governos do PSDB, do PT e do PMDB. Não há candidato feminista nem sequer aliado das mulheres neste 2o turno. Haddad e Bolsonaro irão agravar ainda mais a violência contra as mulheres, pois foi isso que os governos que sempre apoiaram já fizeram. Ambos irão pagar os juros da dívida externa, governar para banqueiros e se ajoelhar diante do machismo e dos fanáticos religiosos, jogando a crise principalmente para as mulheres mais pobres, negras e indígenas.