Economia brasileira em queda livre

A maior crise da História do capitalismo, como não poderia deixar de ser, também já é a maior crise econômica da História do Brasil. Já são mais de 15 milhões de desempregados oficiais, 4 milhões a mais do que no início de 2020, mas isso ainda deve piorar bastante, podendo chegar a quase 20 milhões de brasileiros, já que muita gente está sem emprego mas, como não está procurando, não aparece nas estatísticas. Ao todo, são 80 milhões de trabalhadores sem emprego ou vivendo em condições precárias, como informais ou por conta própria.

Nacional - 16 de junho de 2020

A maior crise da História do capitalismo, como não poderia deixar de ser, também já é a maior crise econômica da História do Brasil. Já são mais de 15 milhões de desempregados oficiais, 4 milhões a mais do que no início de 2020, mas isso ainda deve piorar bastante, podendo chegar a quase 20 milhões de brasileiros, já que muita gente está sem emprego mas, como não está procurando, não aparece nas estatísticas. Ao todo, são 80 milhões de trabalhadores sem emprego ou vivendo em condições precárias, como informais ou por conta própria.

Segundo estimativas do Banco Mundial, a economia brasileira vai cair 8% em 2020, uma queda que nunca existiu no país, nem sequer durante guerras, outras epidemias ou nas piores recessões que o país já viveu. Segundo o Banco Mundial, o Brasil vai entrar em recessão nos próximos meses, e os investimentos já estão em forte queda, assim como sofre a grande redução nos preços de commodities.

Em janeiro, a projeção era de crescimento de 2% para o Brasil, o que já seria baixo, considerando que a soma dos resultados dos PIBs dos últimos 5 anos do país é negativa! De 2015 a 2020, a economia brasileira encolheu. E agora vai cair mais cerca de 8! É um desastre completo!

Comércio despenca

Os brasileiros estão sem dinheiro e cerca de 50 mil já morreram pela Covid-19. A pandemia foi a crise dentro da crise, e agravou a situação que já era péssima, e que agora é de desespero para muitas famílias. Nesta situação, o comércio brasileiro despencou 16,8% em abril, no que foi o primeiro mês que começou e terminou com medidas de distanciamento social em todo o país. Os números de maio e de junho devem ir pelo mesmo caminho.

De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), é o pior desempenho do setor desde o início da série histórica, que começou em janeiro de 2000. Todos os ramos de atividade pesquisados pelo IBGE sofreram quedas, até os setores considerados essenciais durante a pandemia, como supermercados, alimentos e bebidas (-11,8%) e produtos médicos, de farmácia, perfumaria e cosméticos (-17%).

Essa foi apenas a terceira vez em toda a série histórica que todas as oito atividades pesquisadas pelo IBGE sofreram queda. A maior foi em vestuário e calçados (-60,6%), seguido de livros, jornais e papelaria (-43,4%) e artigos de uso pessoal e doméstico (-29,5%). Também caiu o setor de equipamentos, material para escritório e informática (-29,5%), Móveis e eletrodomésticos (-20,1%) e Combustíveis e lubrificantes (-15,1%). Na média, em comparação com o mesmo período do ano passado, o varejo caiu 16,8%.

O volume de vendas do comércio varejista ampliado, que integra outras atividades mostra uma enorme queda também. As atividades de Veículos, motos e peças registrou -36,2% e material de construção caiu -1,9%. As pessoas estão comprando cada vez menos e a crise é vista por todos os lados.

Indústria arrasada, desemprego e mais crise pela frente

A queda do comércio se soma ao dado já divulgado de queda profunda da indústria. O IBGE já havia divulgado que a indústria teve queda de 18,8% na comparação de março de 2020 com março de 2019, no pior resultado da História. Em abril, maio e junho, a queda da indústria provavelmente foi e será ainda maior, e saberemos destes números em breve.

Como resultado disso, houve um recorde de 4,9 milhões de postos de trabalho perdidos no trimestre encerrado em abril. Desse total, o comércio foi o setor que mais sentiu a queda na população ocupada, com 1,2 milhão de empregos a menos. É muita gente desempregada em tão pouco tempo!

Como “resposta” a esta tragédia social, o governo Bolsonaro e os capitalistas brasileiros aprovaram a possibilidade de suspender contratos de trabalho, reduzir salários e direitos. Enquanto isso, os grandes empresários são autorizados a não pagar ou atrasar pagamentos de impostos, e recebem enormes empréstimos com juros baixos. Os 99% de trabalhadores estão pagando os custos do salvamento do 1% mais rico. É preciso impor o contrário!

É o momento de romper com o pagamento da dívida pública; expropriar sem indenização bancos, multinacionais e grandes empresas; e garantir o pleno emprego, o fim dos efeitos das reformas trabalhista e previdenciária aprovadas nos últimos anos e o aumento geral dos salários. Bolsonaro, o Congresso e os governadores estão matando a população brasileira em nome de “salvar a economia”, mas a economia já está na UTI, exatamente pelos crimes que eles cometem contra a saúde do povo trabalhador e por atacarem nossos direitos.