Dobro de mortos em 1 semana: Brasil já vive tragédia

                A primeira morte pelo Covid-19 ocorreu em 17 de março. Apenas 1 mês depois, já eram 2 mil mortos e o número não para de crescer. O Brasil chegou a 1000 mortos dia 10 de abril, mas uma semana depois já tinha dobrado este número!

Nacional - 19 de abril de 2020

                A primeira morte pelo Covid-19 ocorreu em 17 de março. Apenas 1 mês depois, já eram 2 mil mortos e o número não para de crescer. O Brasil chegou a 1000 mortos dia 10 de abril, mas uma semana depois já tinha dobrado este número!

                Dia 19, as mortes já chegaram a 2347, sendo 1.223 óbitos nos últimos sete dias, ou seja 52% do total. Nos últimos 5 dias, foram mais de mil mortos. Seguindo neste ritmo, até o final deste mês já teremos quase 5 mil pessoas mortas pelo novo coronavírus no Brasil. Mas a velocidade das mortes e dos contágios pode piorar!

                Já são 36.600 casos confirmados no país, mas o número real certamente é muito maior. Considerando que a letalidade média do vírus é cerca de 2% no mundo, confirmada nos locais em que os testes estão sendo feitos em maior escala, para os cerca de 2500 mortos no Brasil deve haver 125 mil infectados, aproximadamente. Mas esta multidão nem sabe que está infectada, e muitos seguem trabalhando, se movimentando pelas cidades e tendo contato com idosos, pessoas com baixa imunidade, diabetes, asma, etc. Isto é uma bomba-relógio prestes a explodir.

                Nenhuma outra doença ou epidemia matou tanto em tão pouco tempo. Somadas as mortes por dengue (782), chikungunya (92), zika (3) e gripe (1109, sendo 796 delas por H1N1) durante o ano todo de 2019, o coronavírus já matou mais pessoas que todas elas juntas apenas no primeiro mês!

Do negacionismo aos caminhões frigoríficos para corpos

                Todas as posições que relativizaram, menosprezaram ou tentaram comparar as mortes do Covid-19 a outras doenças “normais” ou mesmo surtos como o da H1N1 no seu auge, já foram completamente rechaçadas pela realidade. A tragédia é real e, lamentavelmente, só deve aumentar. Neste exato momento, o sistema de saúde brasileiro está entrando em colapso.

                Na cidade de Manaus, no coração da Amazônia, os hospitais já empilham corpos ao lado dos doentes, não há mais leitos nas UTIs e o exército colocou um caminhão frigorífico para recolher os corpos, que se multiplicam.  Em São Paulo e no Rio, as mortes duplicam a cada semana e já são quase 10 hospitais com as UTIs lotadas. Os infectados e mortos crescem no país todo.

                Enquanto isso, o presidente Bolsonaro e parte dos empresários mantêm a posição negacionista, de minimizar a pandemia e tentar acabar com a necessária quarentena. A demissão do ex-ministro da Saúde, Luís Henrique Mandetta, que nunca foi aliado dos trabalhadores, mas vinha sendo obrigado pela realidade do crescimento da pandemia a manter a quaretena, pode agravar ainda mais a situação, com o autorização para a reabertura de comércios, shoppings e empresas.

                Diante dos fatos científicos inegáveis quanto à capacidade de contaminação deste vírus bem maior que qualquer anterior, manter a economia funcionando é um crime que levará a uma carnificina. Mas, da mesma forma, é um crime não dar condições para que a maioria da população possa, de fato, ficar em quarentena.

                É imprescindível manter e aprofundar a quarentena. O Brasil precisa parar tudo que não seja absolutamente essencial! Mas exigimos a decretação da estabilidade no emprego, com a proibição de qualquer demissão, suspensão do contrato de trabalho, redução salarial ou retirada de direitos! E é urgente que os 80 milhões de brasileiros sejam pagos no valor de um salário mínimo, diferente dos insuficientes R$ 600 que não vão atingir nem perto deste total de necessitados.

                Há verbas para garantir a vida dos trabalhadores, seja com a construção de hospitais de emergência, criar leitos, comprar respiradores e medicamentos, contratar profissionais de saúde, e para garantir a renda de toda a população.  Mas isso só vai acontecer se o governo for obrigado a assumir estes custos, priorizando a vida da maioria da população, o que vai exigir que os bilionários paguem pela crise.