DIA INTERNACIONAL DE LUTA DAS MULHERES! 08M2017

Milhões de mulheres ao redor do mundo tomam as ruas para enfrentar os governos de plantão. Mais do que nunca fica evidente que a força das mulheres trabalhadoras é central na luta contra o Capitalismo. No Brasil, o governo Temer segue a risca todos os ataques já propostos por Dilma.

Mulheres | Mundo | Nacional - 8 de março de 2017

Temer quer acabar com direito de mulheres se aposentarem

A Reforma da Previdência apresentada pelo governo Temer para ser votada pelo Congresso tem como alvo prioritário de seus ataques as mulheres. Todos os trabalhadores serão imensamente prejudicados, com a imposição de idade mínima de 65 anos e de 49 anos de tempo de contribuição aos que pretenderem se aposentar sem redução de salário. Mas as mulheres ainda serão triplamente penalizadas: a idade mínima de 5 anos a menos que hoje possuem para a aposentadoria por idade (que deixaria de existir) seria extinta; o tempo de contribuição menor também acabaria; e ainda seriam cortadas as aposentadorias especiais para os professores, onde a imensa maioria é formada por trabalhadoras.

As mulheres trabalham em média 7,5 horas a mais que os homens por semana, segundo um estudo divulgado pelo IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), com base nos dados mais recentes da Pnad, do IBGE. Em 2015, a jornada total média das mulheres (que considera a soma do trabalho remunerado mais os afazeres domésticos) era de 53,6 horas semanais, enquanto a dos homens, de 46,1 horas. Ou seja, as mulheres trabalham muitos anos a mais do que os homens, ao longo de uma vida de trabalho de ambos, e ainda recebem salários piores. Mais precisam’ente 24% a menos, em 2015.

Por isso, é necessário organizar a mais contundente luta em conjunto com todos os que querem derrotar a Reforma da Previdência, que virá para destruir uma conquista de décadas dos trabalhadores e para aprofundar ainda mais o machismo, a opressão e a superexploração às mulheres trabalhadoras. Este 8/3 deve ser um grande ensaio geral da Greve Geral que precisamos construir no país, a começar pela paralisação do Brasil nos atos de 15/3 contra os ataques à previdência.

Legalização do aborto já!

O aborto clandestino, inseguro e sem acompanhamento médico mata! E são as mulheres mais pobres as principais vítimas desta proibição reacionária. Religiosos, políticos, grandes empresários, e também ativistas sociais e sindicalistas omissos são cúmplices do descaso e da morte em massa de mulheres, já que o aborto é a 5ª maior causa de mortes femininas no Brasil.

O governo Dilma, a 1ª mulher a governar o país, não fez absolutamente nada para reverter esta situação, e ficou tristemente famoso o compromisso e a promessa de Dilma e de seu vice, Michel Temer, de não mexerem na legislação, para ganharem o apoio dos setores mais fundamentalistas cristãos, ligados às ultra reacionárias igrejas neopentecostais.  Hoje, o Congresso mantém medidas de restrição e de perseguição até mesmo contra as mulheres que acionam o sistema para os casos em que o aborto é permitido.

Por isso, é preciso romper o silêncio e agitar a luta pela legalização ampla do aborto, público, gratuito e sem burocracia para quem decide interromper a gravidez. É uma questão de saúde pública, de direitos humanos, de liberdade das mulheres e de luta contra a exploração capitalista, sobre nossos corpos e nossas mentes.

Pela vitória das mulheres na Síria, no Curdistão e no mundo inteiro

 

 

Assim como as mulheres do mundo todo lutam contra os ataques de seus governos, seja contra Temer no Brasil, Macri na Argentina, Hollande na França ou o misógino e machista Trump nos EUA, as mulheres da Síria e do Curdistão (seja na Síria, Iraque, Irã ou Turquia) pegam em armas e lutam nos campos de batalha pela sua libertação e por outra sociedade.

Em Rojava, onde os curdos governam através de um sistema comunal, após derrotarem a influência do governo do ditador Assad e também as tropas do Estado Islâmico, são as mulheres do YPJ que estão à frente das lutas. E que são parte fundamental da base da construção de conselhos populares e da revolução, que até agora não consegue ser derrotada, e que é um exemplo ao mundo todo.

Assim como em 1917 foi através das mobilizações do dia internacional das mulheres que teve início a revolução russa, maior de todas as revoluções da História, também hoje são as mulheres a linha de frente em inúmeras manifestações e ações diretas da luta de classes. É este o verdadeiro espírito do dia 8 de março e que deve inspirar os dias de hoje: lutar desde a base e nas ruas, contra o parlamento, a justiça e os governos burgueses.

A luta das mulheres é junto da classe trabalhadora, pela revolução socialista!

 

Marcha 08/03/2017 em Bélem – PA

 

A luta das mulheres exige, necessariamente, a libertação de todos os trabalhadores, destruindo o capitalismo e a exploração de classes. A opressão à mulher nasceu da sociedade de classes, da propriedade privada e só poderá acabar com o fim de ambas. Isso não quer dizer que não se deva lutar pelos pontos de reivindicação das mulheres – e não apenas das mulheres operárias, diga-se – o que seria um crime!

Mas é necessário compreender que nenhuma luta contra a opressão poderá ser vencida de modo definitivo e integral por dentro do capitalismo. E, diante disso, a ampla unidade de ação com todos os setores feministas e de mulheres é muito importante contra os elementos de barbárie machista; mas também é preciso saber que o feminismo reformista ou burguês é incapaz de mudar qualquer elemento significativo da vida das mulheres, em especial das trabalhadoras.

As mulheres operárias, as estudantes combativas e todas as que são vítimas da mais profunda exploração têm que lutar ao lado de todos os trabalhadores, contra a opressão, mas ainda mais contra a exploração de classes, que cria e alimenta as opressões. Neste sentido, mesmo que possamos estar juntas e juntos em alguns mesmos atos, temos que combater com toda a força as Dilmas, Micheles Bachelet, Erundinas e demais oportunistas e inimigas das mulheres, assim como milhares de pseudo feministas, que sustentam o capitalismo, os partidos do sistema e a superestrutura que massacra as mulheres o tempo todo.

 

Intervenção no Ato das 17:30 em Porto Alegre

Não há capitalismo sem machismo e só a revolução socialista poderá emancipar os explorados e oprimidos. Nesta luta, as mulheres têm o papel da vanguarda desta libertação!

CONTRA A REFORMA DA PREVIDÊNCIA!

FORA TEMER! FORA TODOS!