CUT encabeça desmonte da Greve Geral e centrais se mostram capachos de Temer!

Na véspera da Greve Geral marcada para o dia 5 de dezembro, cujo eixo era combater os ataques propostos pelo governo Temer, dentre eles a Reforma da Previdência, novamente desengavetada e que representaria o fim do direito à aposentadoria para a maioria da população, as centrais sindicais simplesmente desmontaram a paralisação.

Nacional - 3 de dezembro de 2017

Na véspera da Greve Geral marcada para o dia 5 de dezembro, cujo eixo era combater os ataques propostos pelo governo Temer, dentre eles a Reforma da Previdência, novamente desengavetada e que representaria o fim do direito à aposentadoria para a maioria da população, as centrais sindicais simplesmente desmontaram a paralisação.

Em nota divulgada nacionalmente, do dia 1/12, assinada por CUT, Força Sindical, UGT, CTB, Nova Central e CSB, se desconvoca a Greve Geral, com a alegação de que Temer e o Congresso teriam suspendido a tramitação da Reforma da Previdência, cuja 1ª votação em comissão estava prevista para iniciar em 6/12. É uma vergonha e uma traição inaceitável! Anda que o recuo fosse uma realidade, isso só daria ainda mais razão para deflagrar a Greve Geral, aproveitando a fraqueza do governo e a divisão do Congresso.

No entanto, é pior ainda, pois não há garantia nenhuma de que a matéria não vá à votação. Não aconteceu nenhum comunicado oficial do governo retirando o projeto, e, pelo contrário, segue em andamento uma propaganda massiva, paga com dinheiro público, a favor da reforma, além de Temer e Rodrigo Maia – presidente da Câmara dos Deputados – insistirem em votar a reforma ainda neste ano. Sem mencionarmos os ataques em outros flancos, como as privatizações de empresas públicas, cortes de verbas sociais, arrocho do salário do funcionalismo…

Quer dizer, existem inúmeras razões para deflagrar a Greve Geral. A começar pela Reforma da Previdência, que segue como uma ameaça imediata! E que não há nenhuma garantia que não será posta em votação muito em breve. Mas, além dela, toda a defesa do emprego, do reajuste de salários, da manutenção de direitos, da defesa das estatais, contra a corrupção desenfreada, a tentativa de acabar com a proteção ambiental, etc; tudo passa por empunhar o Fora Temer e o Fora Todos, e levar às ruas, pela Greve Geral e ações radicalizadas, o enfrentamento da classe trabalhadora contra seus inimigos.

As centrais sindicais, porém, abandonaram novamente esta ação, assim como traíram e desmontaram a Greve Geral de 30 de junho, e como tentaram reduzir e não queriam ter chamado a Greve Geral histórica de 28 de abril. Fica evidente que a CUT e a CTB, ligadas ao PT e ao PCdoB, respectivamente, eram iguais aos pelegos da Força Sindical e demais centrais de direita quando o PT estava no poder. E seguem absolutamente iguais diante do governo Temer. Todas têm pavor de greves e lutas, e são parte da superestrutura burguesa, que não pode permanecer de pé se os trabalhadores lutarem com mais força. Todas as principais centrais são organismos patronais hoje em dia, e vivem do imposto sindical e negócios empresariais.

A ameaça de Greve Geral e a suspensão da mesma nas vésperas da deflagração é uma manobra para chantagear Temer para que ele garanta o enriquecimento da burocracia sindical corrupta, que domina estas centrais, através do roubo dos trabalhadores via “taxa de negociação sindical”, uma nova versão do imposto sindical, que Temer e as centrais já haviam pactuado antes do desmonte da greve de 30/06.

Não haverá mais Greve Geral! Fora Temer, Fora Todos e Fora todas as centrais pelegas!

O desmonte da Greve Geral já está feito. Infelizmente, o anúncio da traição à classe trabalhadora e da desmarcação da paralisação, feito a pouco mais de 3 dias antes da Greve Geral, caiu como uma bomba sobre todos que organizavam a ação. Até mesmo quem não fez parte da traição sindical, como a Intersindical e a CSP-Conlutas, acusou o golpe, e reconhece, em notas nacionais, que não teremos mais uma Greve Geral, devendo converter a luta nas ações que forem possíveis. A CSP-Conlutas, por exemplo, chama os trabalhadores a “se manterem mobilizados, realizarem protestos, assembleias e manifestações” e defende que “se for colocar em votação a reforma, chamamos a todos os sindicatos e organizações a paralisarem o país imediatamente”. Ou seja, a Greve Geral de 5/12 já está, mesmo, sepultada.

A responsabilidade desta tragédia é unicamente das centrais traidoras e patronais. Mas, apesar do desmonte, é preciso reforçar a luta e colocar como eixo, junto do Fora Temer e Fora Todos, e do fim das Reformas e dos ataques, o fim da burocracia sindical. Não há mais como manter a Greve Geral em pequenas ilhas isoladas de alguma categoria, em algum estado. Porém, não apenas é possível como é necessário manter e aprofundar atos, agitações em locais públicos e até paralisações parciais, onde for possível. E precisamos jogar todas as nossas forças nisso: construir mobilizações massivas, para demonstrar ao governo e aos burocratas que os trabalhadores estão dispostos a lutar e que podem atropelar todos seus inimigos.

Do ponto de vista político, assim como não é possível combater só Temer e não o congresso, nem é possível lutar contra o Congresso sem denunciar a Justiça e o STF, que lhe dá carta branca; os desmontes das Greves Gerais de 30/06 e de 5/12 colocam como imprescindível também militar dia e noite pelo fim da CUT, CTB, Força Sindical e demais parasitas das centrais, federações e sindicatos que atuam apenas para desmobilizar a classe trabalhadora.

Não é admissível confiar nas centrais patronais disfarçadas de centrais sindicais! Não descartamos realizar unidades de ação com quem quer que seja, diante de pontos de reivindicações que interessem aos trabalhadores. Mas é urgente incorporar como denúncia permanente o fim da CUT, CTB e Força Sindical, dentre outras, porque não se impedirá os ataques dos patrões em varrer seus empregados das entidades sindicais. A luta contra a burocracia exige uma nova postura de centrais como a CSP-Conlutas, cuja direção, hoje, subordina todas suas ações às iniciativas que as 3 grandes centrais patronais/burocratas impulsionam.

Nós chamamos a todos os trabalhadores a realizarem grandes manifestações no dia 5/12 e a que construamos, nas ruas e na ação direta, uma nova e poderosa Greve Geral, militando diretamente sobre as bases dos sindicatos traidores, que não foram consultadas por suas direções para a desmarcação da Greve Geral. Defendemos que sejam construídos, a partir das entidades de luta, comitês populares, que articulem sindicatos, oposições sindicais, entidades de luta popular, de defesa das mulheres, negros e LGBT+, de juventude e ativistas independentes para, cotidianamente, organizar lutas e também forjar uma nova direção de massas no Brasil.

Cada vez que mais sofremos ataques, mais precisamos de unidade dos explorados. Mas a unidade possível é a unidade pela base, de baixo para cima, sem confiar na burocracia apodrecida. Aliás, a burocracia se mostra tão inimiga como os inimigos mais explícitos dos trabalhadores – o governo, o Congresso e a Justiça – e é preciso acabar com sua influência dentre nossa classe para que possamos de fato obter vitórias

Fora Temer! Fora Todos!

Abaixo a Reforma da Previdência!

Reajuste geral de salários já. Por mais verbas para a saúde, educação e moradia.

Redução da jornada de trabalho para 36h semanais, por pleno emprego!

Pelo não pagamento da dívida pública. Fim das isenções de impostos aos empresários e da sonegação. Que os ricos paguem pela crise que criaram!

Expropriação sem indenização de bancos, empreiteiras e de todas as empresas privatizadas.

Construir a Greve Geral pela base!

Fora CUT, CTB e Força Sindical do movimento!