Crise na Venezuela força migração massiva ao Brasil!

Desde dezembro de 2016 que o fluxo de imigrantes venezuelanos vem crescendo no nosso país, atingindo patamares elevados em julho e agosto de 2017. Apenas em 2017 a Venezuela viu 52 mil de seus mais de 30 milhões de habitantes solicitar refúgio em outras nações.

Mundo - 24 de dezembro de 2017

Desde dezembro de 2016 que o fluxo de imigrantes venezuelanos vem crescendo no nosso país, atingindo patamares elevados em julho e agosto de 2017. Apenas em 2017 a Venezuela viu 52 mil de seus mais de 30 milhões de habitantes solicitar refúgio em outras nações. Entre janeiro e setembro de 2017, 12.960 solicitaram refúgio no Brasil, buscando fugir da grave situação de miséria e perseguição política. Estima-se que quase 30 mil estão em situação irregular no nosso país, segundo dados publicados Acnur, Agência da ONU para Refugiados. Depois dos Estados Unidos, o Brasil é o segundo destino mais procurado pelos venezuelanos, seguido da Argentina, Espanha, Uruguai e México.

Conforme dados divulgados pela Polícia Federal em Roraima, a maioria dos venezuelanos que migram para o estado são de Caracas, capital do país. Mais de 58% são homens e jovens entre 22 e 25 anos. A maior parte deles são estudantes (17,93%), seguidos por economistas (7,83%), engenheiros (6,21%) e médicos (4,83%).

Tornado-se palco deste grande fluxo migratório, o Estado de Roraima vem enfrentando diversas dificuldades na manutenção e fornecimento dos serviços públicos em função na alta da demanda. Os imigrantes venezuelanos estão vivendo em condições precárias em Boa Vista, capital de Roraima, o que aponta para um estado de urgência na região Norte do Brasil. Outro exemplo de calamidade pública se encontra em Pacaraima, cidade fronteiriça com a Venezuela, que tem 12 mil habitantes, mas os serviços públicos atendem a cinco vezes mais pessoas do que a população inteira do município.

A escassez de alimentos, remédios e empregos combinado à ditadura de Nicolás Maduro são as causas primárias do povo venezuelano continuar deixando o país. Nesta matéria esclarecemos melhor a condição desesperadora em que se encontra a Venezuela: www.mrsocialista.com.br/abaixo-a-ditadura-na-venezuela/

“A História se repete, a primeira vez como tragédia e a segunda vez como farsa”

Desde o início da constituição do capitalismo a nível mundial a humanidade sofreu com incontáveis crises humanitárias e migratórias ao longo dos séculos. Na lista das migrações massivas atuais em destaque encontra-se os milhões de árabes e africanos fugindo dos seus países à Europa. No meio do século XX, principalmente em função da 2 guerra mundial o povo europeu migrou para diversos continentes, entre eles as Américas além de intensificar a opressão e exploração sobre os países africanos. Ou seja, durante o auge e decadência do capitalismo, migração sempre esteve presente. A variável em cada caso são as formas em como se realiza este processo assim como a incorporação dos imigrantes nos países de destino.

A realidade dos imigrantes é de grande sofrimento, seja por conflitos armados, quebra geral da economia do país ou perseguições a grupos específicos. Não são pessoas a turismo, são trabalhadoras e trabalhadores buscando sobreviver em lugares que nunca pisaram e em muitas vezes sem nem mesmo saber a língua local. Por esta razão que não existe qualquer justificativa ao xenofobismo (descriminação de estrangeiros) como qualquer solução aos problemas proporcionados pelo deslocamento massivo entre as fronteiras. Longe de serem a causa, os imigrantes são apenas reflexos da crise que se aprofunda na periferia da economia mundial.

Já que a migração forçada de milhões não é novidade na nossa história recente e que a dominação imperialista no 3º mundo é a causa fundamental deste fenômeno a única solução permanente neste assunto passa necessariamente pela construção da revolução socialista. O Internacionalismo proletário é a nossa maior ferramenta de incorporação com os irmãos venezuelanos. Nossa solidariedade não se limita à propaganda contra a xenofobia ou contra as medidas ditatoriais de Maduro, é necessário elevar o patamar desta luta erguendo a perspectiva de poder dos trabalhadores. É evidente que devemos lutar pelas necessidades emergenciais, como por exemplo: alojamento, alimentação, acesso à saúde e legalização dos imigrantes já ingressos no Brasil. Ao mesmo tempo em que defendemos as medidas mínimas se faz necessário combina-las com as tarefas máximas já que nem mesmo as condições básicas serão concedidas por Temer e Cia resultando desta maneira em ações transicionais de combate ao sistema capitalista como um todo. A unidade do povo brasileiro com o venezuelano é essencial para a resistência proletária continental contra os ataques das burguesias sul americanas e seus governos.

Toda a solidariedade aos imigrantes Venezuelanos!

Por investimento públicos emergenciais (saúde, educação e moradia) para o Estado de Roraima!

 Reforma urbana Já: Pela expropriação de casas e apartamentos dos grandes especuladores para atender a necessidade de alojamento!

Pela abertura de restaurantes públicos a preços populares!

Concessão de cidadania brasileira a todos os imigrantes!

Fora Temer! Fora Maduro! Fora TODOS!