Covid volta a lotar hospitais e matar milhares, no momento em que Bolsonaro corta verbas da saúde, educação e do trabalho.

Neste momento, a média de mortes por Covid-19 voltou a ultrapassar 300 vítimas por dia. Os hospitais voltaram a ficar lotados e faltam até mesmos testes para os casos suspeitos. Mas nada disso impediu que Bolsonaro tenha cortado mais R$ 74 milhões do Ministério da Saúde. O desemprego também bate recordes, com cerca de 14 milhões de desempregados reconhecidos pelo Ministério do Trabalho, e quase 40 milhões de pessoas desempregadas ou subempregadas em condições precárias, sem qualquer direito trabalhista. Mas este Ministério também teve cortes, que chegaram ao absurdo de R$ 1 bilhão.

Nacional - 26 de janeiro de 2022

Neste momento, a média de mortes por Covid-19 voltou a ultrapassar 300 vítimas por dia. Os hospitais voltaram a ficar lotados e faltam até mesmos testes para os casos suspeitos. Mas nada disso impediu que Bolsonaro tenha cortado mais R$ 74 milhões do Ministério da Saúde. O desemprego também bate recordes, com cerca de 14 milhões de desempregados reconhecidos pelo Ministério do Trabalho, e quase 40 milhões de pessoas desempregadas ou subempregadas em condições precárias, sem qualquer direito trabalhista. Mas este Ministério também teve cortes, que chegaram ao absurdo de R$ 1 bilhão.

Ao todo, Bolsonaro cortou R$ 3,2 bilhões do Orçamento de 2022, atingindo principalmente os ministérios de Trabalho e Previdência, Educação, Desenvolvimento Regional e Cidadania. Também houve cortes graves nas áreas de educação, meio ambiente, assistência social, direitos humanos e obras públicas.

Alvo do maior corte do orçamento, o Ministério do Trabalho e Previdência, apenas para o INSS, perderá 982 milhões, que ajudariam a resolver o caos do processamento de dados e reconhecimento de direitos de benefícios. Hoje, existe uma fila enorme para reconhecer a aposentadoria pedida pelos trabalhadores, da mesma forma que para fazer perícias em que se afastou do trabalho por acidentes ou doenças. As pessoas passam meses sem receber salários porque faltam empregados, médicos e atendimentos – e Bolsonaro acabou de cortar mais 1 bilhão de reais deste ministério.

A segunda maior redução foi feita no Ministério da Educação, totalizando 740 milhões de reais. Entre os prejudicados, está o programa Educação Básica de Qualidade, com redução de aproximadamente 400 milhões de reais e R$ 34,4 milhões que estavam previstos para a modernização das instituições federais de ensino superior. É o governo Bolsonaro destruindo ainda mais a educação, desde a creche até a universidade. Os hospitais federais vinculadas ao Ministério da Educação perderam outros 100 milhões de reais.

Bolsonaro ainda cortou R$ 429 mil do Ministério da Ciência e Tecnologia, e R$ 11 milhões da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produz vacinas, dentre elas as contra a Covid. É um crime! Também foram cortados R$ 8,6 milhões em verbas para combater o desmatamento e incêndios florestais. Bolsonaro ainda cortou mais R$ 4,3 milhões do orçamento do Ibama. Enquanto isso, o desmatamento da Amazônia atingiu a marca de 13.235 quilômetros quadrados entre 1 de agosto de 2020 a 31 julho de 2021, alta de 21,97% na comparação com o ano anterior. O orçamento do Ministério do Desenvolvimento Regional (MDR) também teve cortes de 102 milhões de reais, além de milhões cortados da regularização de terras indígenas e proteção dos direitos desses povos, assim como 40 milhões de reais foram cortados do programa para implementação de saneamento básico em pequenas comunidades rurais e quilombos.

As políticas para as mulheres e a Ciência também perderam verbas, e a tesoura do governo não poupou nada nem ninguém. O resultado é que os serviços públicos seguirão com a qualidade cada vez pior, não haverá obras públicas necessárias para construir moradias, saneamento básico e todos os investimentos que seriam necessários. E, mesmo com os cortes, o orçamento público ainda seguirá deficitário. Ou seja, além de cortar verbas de tudo, a dívida vai aumentar ainda mais.

Auxílio Brasil e reajuste de funcionários são completamente insuficientes

Em 2022, acaba o Bolsa Família e entra o Auxílio Brasil, programa com previsão de gastos de R$ 89 bilhões. Parece muito, mas não é. O auxílio-emergencial, que durou apenas 3 meses para algumas pessoas, 5 meses para outras e naco chegou a um ano para ninguém, custou cerca de R$ 200 bilhões. E mesmo assim não chegou a todo mundo e foi insuficiente para acabar com a fome. Imaginemos agora um valor de menos de metade disso, após a inflação subir muito, com todos os preços disparando (comida, aluguel, transporte) e tendo que durar o ano inteiro. É claro que a maioria dos que precisam do benefício não vão receber nada e os que receberem será num valor muito abaixo do necessário.

Os servidores públicos federais estão há vários anos sem reajuste salarial, e acumulam perdas recentes de mais de 20%. Neste ano, está prevista uma verba de apenas R$ 1,7 bilhão, o que, conforme o próprio vice-presidente Mourão, daria para pagar alguns centavos por mês a cada trabalhador, se fosse reajustar todos os salários. Por isso, além de pouca verba, Bolsonaro quer que os recursos vão apenas para pagamento dos policiais federais, mantendo o arrocho de todos os demais.

Enquanto o Auxílio aos mais miseráveis e o reajuste dos funcionários recebem migalhas, a maior parte do orçamento segue indo para pagar os bancos! O orçamento total de 2022 será de R$ 4,7 trilhões. Mas R$ 1,884 trilhão serão destinados apenas para a dívida pública federal! Ou seja, 40% de todo o orçamento é apenas para pagar uma dívida, que não foi feita pelos trabalhadores, que nunca conseguirá ser paga, e que aumenta de valor todos os anos. Isto é um assalto!

Nós defendemos o não-pagamento da dívida pública e o investimento de todo este valor em investimentos sociais e em obras públicas para garantir emprego pleno aos brasileiros, desenvolvimento do país e a solução dos problemas crônicos da saúde, educação, moradia, meio-ambiente, saneamento básico e infraestrutura (estradas, ferrovias, portos, aeroportos, metrôs, subsídio aos ônibus de transporte público, passe livre, etc.).

Veja os cortes nos demais ministérios:

Trabalho: R$ 1 bilhão;

Educação: R$ 739,9 milhões;

Desenvolvimento Regional: R$ 458,7 milhões;

Cidadania: R$ 284,3 milhões;

Infraestrutura: R$ 177,8 milhões;

Agricultura: R$ 87,2 milhões;

Saúde: R$ 74,2 milhões;

Ciência, Tecnologia e Inovações: R$ 73 milhões;

Comunicações: R$ 63,5 milhões;

Defesa: R$ 62,1 milhões;

Justiça e Segurança Pública: R$ 54,8 milhões;

Meio Ambiente: R$ 35,1 milhões;

Turismo: R$ 35,1 milhões;

Mulher, Família e Direitos Humanos: R$ 16,5 milhões;

Minas e Energia: R$ 11,4 milhões;