Congresso da Fentect mantém a CUT e PT no controle da entidade. A saída e construir a campanha salarial pela base

Durante os últimos dias 31, 1 e 2 ocorreu em Brasília o XIII Contect, congresso da Fentect. Além de definir a pauta de reivindicações da categoria para a campanha salarial 2018/19, prestação de contas da atual gestão, proposta de alterações estatutárias e elegeu-se a nova direção da entidade.

Sindical - 5 de junho de 2018

Durante os últimos dias 31, 1 e 2 ocorreu em Brasília o XIII Contect, congresso da Fentect. Além de definir a pauta de reivindicações da categoria para a campanha salarial 2018/19, prestação de contas da atual gestão, proposta de alterações estatutárias e elegeu-se a nova direção da entidade. O congresso iniciou-se com o credenciamento das delegações, no dia 31 de maio, e deu prosseguimento com a explanação das diversas correntes políticas que fazem parte do movimento em Correios.

Esta congresso ocorreu em um momento crucial para a luta da luta dos trabalhadores e trabalhadoras dos Correios, onde estão colocados uma série de ataques como: tentativa de extinção do cargo de OTT, fim da entrega diária de cartas nos domicílios através do DDA, imposição de cobranças no Plano de Saúde, Postalis saqueado por quadrilhas. Além de no último período terem dificultado a marcação e gozo de férias, alguns prédios simplesmente pegaram fogo fruto das péssimas condições a que a categoria é submetida.

O nome da empresa de Correios é alvo de críticas incentivadas pelas empresas privadas do ramo de entrega e também por Temer e pelos políticos de diferentes partidos que tentam encaminhar a Privatização dos Correios.

Diante disso tudo, infelizmente este foi mais um congresso que não foi capaz de organizar a categoria para a próxima campanha salarial.

Como acontece todos os anos a pauta de reivindicações não foi debatida e vai ser elaborada por uma comissão de alguns indivíduos. Foi apontado um calendário de luta que mais uma vez não se sabe se será cumprido, pois como acontece a anos muito se fala em unidade mas na maioria das vezes nem mesmo os sindicatos filiados a federação unificam o calendário.

Em resumo, de concreto saiu deste congresso a pauta econômica que consiste em: 8% de reajuste salarial, + R$ 300 linear, Ticket R$ 45,00 facial (valor referente a cada ticket), Vale cesta R$ 440,00. Demais benefícios 8%. E foi votava a nova diretoria que comandará a federação pelos próximos 2 anos.

A Fentect há muitos anos não consegue responder a altura a tantos ataques. É  dominada e controlada por setores da CUT e do PT. Nos 14 anos em que este partido foi governo contaram com a Fentect para trair a luta da categoria. Agora tentam colocar a federação a serviço da política do Lula Livre e engessada pelo calendário eleitoral. Esse era o eixo da tese guia votada neste congresso. A tese de que há um golpe no país e que alvo seria o PT e Lula. Não apontam a greve geral como saída. A prova de que não querem lutar de verdade, usam a federação para sustentar o PT e como forma de manter sua militância liberada anos a fio com liberação sindical. Prova disso é que houve briga de soco entre a bancada da Artsind pois não conseguiriam o numero diretorias suficientes para colocar seus militantes.

A traição da CUT diante da greve dos caminhoneiros foi a demonstração de que cumprem um papel de entravar as lutas no país. Não é diferente do que fazem nos sindicatos e na federação dos Correios.

Infelizmente hoje todas as forças políticas e sindicais que atuam na categoria atuam por dentro da Fentect. Mesmo aquelas que não reivindicam mais a CUT como o PSTU, Unidos Pra Lutar, Intersindical e PCB, estes abandonaram qualquer perspectiva de romper com essa federação. Não defendem nem ao menos que Fentect se desfilie da CUT. Numa capitulação tremenda aos setores Cutistas dentro da Federação.

Conlutas conforma chapa com CUTISTAS com a desculpa de combater um inimigo maior

As duas Centrais Centrais (Conlutas e Intersindical) que dizem fazer oposição e combater a CUT se equivocam juntas no momento em que não dão a batalha pela desfiliação da CUT. Porém a Conlutas nesse congresso foi além. Em nome de ganhar a qualquer custo a secretaria de finanças da Fentect mais uma vez fechou chapa com outro setor Cutista (MRL) em nome de combater a CUT majoritária  (Artsind).

Essa mesma lógica que leva a que em São Paulo e no Rio de Janeiro a algumas eleições o mesmo PSTU feche chapas com a Artsind em nome de derrotar o inimigo de ocasião,  nesse caso o PCdoB. Os companheiros da Intersindical hoje corretamente criticam esta chapa, mas também fizeram o mesmo em outro Contect. E na época fizeram balanço positivo de tal atitude. Lamentamos profundamente a postura destes companheiros. Pois na prática acabam, muiyas vezes, abandonando a perspectiva do classismo restando  somentr a briga pela diretoria e aparato a sua frente.

É necessária uma nova direção sindical nos Correios. É preciso romper com a CUT e construir o combate aos ataque pela base.

Nós do MRS entendemos que a próxima campanha salarial da categoria é decisiva. E não temos dúvidas que se a condução ficar somente nas mãos da Fentect e Findect mais uma vez sairemos derrotados. Os caminhoneiros mostraram o caminho. Quando uma direção sindical não luta a altura é a base que deve tomar as rédeas e se necessário atropelar suas direções sindicais.

Apostamos no poder de mobilização dessa categoria sofrida. E sabemos também que nem todos que pertencem as demais correntes concordam com a política levada por suas direções neste Contect. Chamamos os companheiros PSTU a pararem de adotar em Correios a política de alianças do MAIS. E da mesma forma os companheiros da intersindical, a virem construir um polo classista e independente. Que aponte um novo rumo a categoria e que atropele a burocracia sindical da CUT e CTB.