Caos! Brasil tem 730 mortos e 10 mil novos casos num único dia.

Há 5 dias seguidos, há mais de 600 mortes por dia no Brasil. Na média, acima de 700 pessoas morreram por Covid-19 nestes 5 dias, totalizando mais de 4000 mortos em menos de uma semana! Já são 155 mil infectados oficialmente, o que já é um número assustador, mas se calcula que o total real seja muito maior: 4,2 milhões de brasileiros infectados com o coronavírus. É este o cálculo feito pelo Imperial College de Londres, que vem monitorando a pandemia no mundo todo.

Nacional - 9 de maio de 2020

Há 5 dias seguidos, há mais de 600 mortes por dia no Brasil. Na média, acima de 700 pessoas morreram por Covid-19 nestes 5 dias, totalizando mais de 4000 mortos em menos de uma semana! Já são 155 mil infectados oficialmente, o que já é um número assustador, mas se calcula que o total real seja muito maior: 4,2 milhões de brasileiros infectados com o coronavírus. É este o cálculo feito pelo Imperial College de Londres, que vem monitorando a pandemia no mundo todo.

Assim como as pessoas infectadas são quase 30 vezes mais do que os números oficiais, os mortos também podem ser até do triplo dos 10 mil anunciados. A contabilidade inédita de mortos cujo atestado de óbito menciona pneumonia ou síndrome respiratória aguda está muito acima das 10 mil pessoas a mais do que em qualquer outro ano neste mesmo período, afora as mortes sem registro de motivo. São mortes inexplicáveis de outra forma que não pelo Covid-19, e já se reconhece que o Brasil deve ter entre 20 mil e 30 mil mortos neste momento, se aproximando das maiores tragédias provocadas pela pandemia, em países europeus.

Os números de infectados e de mortos já é assustador no geral, mas quando analisamos a última semana, revelam um filme de terror. São cerca de 50 mil casos oficiais e mais de 4 mil mortos em 1 semana. Em 10 de abril, o Brasil chegava aos mil mortos. 1 mês depois, foram mais 9 mil mortos oficialmente! O capitalismo mata e são os mais pobres que estão morrendo em massa, na maioria das vezes porque estão sendo obrigados a sair às ruas e se contaminar, e não têm hospitais e tratamento depois que adoecem!

No mundo todo, já são mais de 4 milhões de infectados oficiais e quase 300 mil mortos! Não é pânico, nem terrorismo nem exagero: são fatos, números, vidas de trabalhadores. Não entender isto e não reconhecer a gravidade do que está ocorrendo é gravíssimo e um atestado de falta total de conexão com a realidade. O vírus chegou ainda mais letal ao continente americano, que provavelmente será o recordista de mortos, e ignorou o calor de países como o Brasil ou qualquer outra crença negacionista de que, por aqui, não viveríamos o caos por que passaram Itália e Espanha. Erro completo! O caos já está entre nós.

Cidades como São Luís (MA), Belém (PA) e Fortaleza (CE) simulam medidas de restrição de circulação mais severas, chamadas de lock down, mas isto é pura demagogia. A miséria dos auxílio-emergencial pago a alguns trabalhadores e não a outros não garante a sobrevivência de milhões, que seguem se obrigando a ir às ruas. Da mesma forma, empresários insistem em abrir seus negócios, combatendo a quarentena, a saúde e a vida dos trabalhadores, em nome de seus lucros. A combinação desta pressão da burguesia por normalizar a economia e a insuficiência do auxílio para milhões de trabalhadores informais já colocou o Brasil como o 2º país com mais mortos nos últimos dias, atrás apenas dos Estados Unidos.

Auxílio total e para todos para pararmos tudo!

É preciso urgência para instalar novos hospitais, contratar trabalhadores da saúde, comprar respiradores e medicamentos. Mas tudo isso só poderá ser efetivo se a população puder ficar em quarentena de verdade. E isso só vai acontecer se o auxílio-emergencial for aumentado imediatamente para um salário mínimo (R$ 1045) por mês, distribuído para todos os brasileiros sem carteira assinada, sejam eles quem forem, e com os pagamentos ocorrendo pelo menos até dezembro!

Os pesquisadores já calculam que o Covid-19 seguirá infectando e matando milhares de pessoas até o final deste ano. Para deter a maior parte deste horror, é fundamental estender as medidas de restrição de produção e, com exceção dos serviços realmente essenciais, parar tudo! Mesmo depois de a economia voltar aos poucos, os efeitos da crise do capitalismo vão ficar por muito tempo: desemprego em massa, falta de dinheiro para consumir, dívidas das famílias, serviços e pequenos negócios falidos… É necessário manter o auxílio-emergencial até o final de dezembro! Com o valor de um salário mínimo e para todos!

Cada dia é mais um dia de luto nacional no Brasil. A tragédia da mina da Vale, cuja represa de dejetos se rompeu em Brumadinho, matou 200 pessoas. Hoje, há 3,5 tragédias de Brumadinho por dia! Nada se compara a isso nos últimos 100 anos no Brasil!

E o governo Bolsonaro, o Congresso e a burguesia que os sustenta e respalda suas decisões são os culpados por estas mortes! Os que morrem não perderiam suas vidas se pudessem ficar em suas casas com renda garantida, e se houvesse uma rede de saúde com recursos no caso de adoecerem. Por isso, temos que exigir mudanças já, denunciar todos os ataques, mas, junto de tudo isso, levantar cada vez mais alto a bandeira de Fora Bolsonaro/ Mourão, Fora Congresso, Fora Todos!