Caixa ataca o Home Office no auge da pandemia!

O Brasil se aproxima de 60 mil mortos por Covid-19, mas governadores e prefeitos se alinham a Bolsonaro e tomam medidas de abertura cada vez maior da economia. No auge da pandemia, com o Brasil no epicentro mundial da doença. Entretanto, quantos mais morremos, mais os governos e empresas nos expõem ao contágio. E é isso que a Caixa está fazendo agora!

Nacional | Sindical - 29 de junho de 2020

O Brasil se aproxima de 60 mil mortos por Covid-19, mas governadores e prefeitos se alinham a Bolsonaro e tomam medidas de abertura cada vez maior da economia. No auge da pandemia, com o Brasil no epicentro mundial da doença. Entretanto, quantos mais morremos, mais os governos e empresas nos expõem ao contágio. E é isso que a Caixa está fazendo agora!

Vice-presidências (Vipes, Vilop, Vimap e Vicor) fazem reuniões por vídeo-conferência para que seus gestores estabeleçam a volta dos empregados em home office para o trabalho presencial. Prédios inteiros da Matriz, Gihabs, Gigovs, Cicocs e inúmeras outras áreas são pressionadas a expor os trabalhadores de volta ao trabalho; confinados em ambientes com risco de contaminação, onde os condicionadores de ar são coletivos, as copas e banheiros são os mesmos para todos, as copiadores e equipamentos são compartilhados e há pouco espaço físico, tornando impossível impedir o “contato direto” entre vários empregados.

Além disso, o trabalho presencial exige deslocamento de muitos trabalhadores por meio de ônibus e metrôs, onde o risco de contaminação é enorme. Milhares de bancárias e bancários, mães e pais de crianças e adolescentes sem creches nem escolas abertas, também terão que “se virar” para arranjar quem possa cuidar de seus filhos. Assim como bancários que moram junto ou prestam auxílio a pais idosos ou quem mais necessite de algum apoio diferenciado num momento de pandemia, em que praticamente nenhum serviço está funcionando normalmente.

 Não é ilegal. Mas é imoral!

É um crime o que a Caixa está fazendo. E por isto, a medida é tomada “por baixo dos panos”. Não existe nenhuma determinação oficial por escrito determinando o fim ou a restrição brusca do home Office. Mas a pressão neste sentido já ocorre desde o início de junho, logo após o presidente da Caixa, Pedro Guimarães, ser flagrado dizendo que o home office é uma “frescurada”. E a volta de milhares de bancários aos prédios da Matriz, às áreas-meio em todo país e até mesmo às agências (que seguidamente foram as maiores aglomerações de pessoas em plena pandemia) acontece ao mesmo tempo em que voltam oficialmente as cobranças por metas.

As duas medidas vão na contramão da realidade, em que a produtividade dos bancários em home office se manteve bastante alta e com o atendimento sendo realizado praticamente da mesma forma. Bolsonaro e Pedro Guimarães, no entanto, querem o sangue dos trabalhadores, e usam VPs, Gihabs, Gigovs, SRs, GGs e demais chefes para forçar o fim de um direito básico, de que os bancários possam trabalhar em suas casas, sem um risco muito maior de contágio e mortes em ambientes que já são focos de Covid-19. Centenas de bancários da Caixa já foram contaminados, e atacar o home Office só vai agravar esta situação.

Sabemos que a orientação de atacar o home office vem de cima, mas os gestores locais são os responsáveis em puxar o gatilho. Fazemos um apelo aos gestores de cada área a manterem os empregados em home office, sem retrocesso!

Home Office para todos que optarem por ele nas áreas meio e para no mínimo 70% da rede!

Há muitas semanas, a Caixa deixou de cumprir a promessa de ter apenas 30% dos empregados nas agências e 70% em home office ou em rodízio. A maioria das unidades está apenas com bancários do grupo de risco trabalhando de casa e os demais estão todos nas agências, muitas vezes cumprindo jornadas superiores a 10h, chegando 7h da manhã e saindo no final da tarde. O “Quero Atender” criado pela Caixa não passa de uma coação disfarçada, para retirar bancários do home office e mandá-los para atender até mesmo em outras cidades, sábados e feriados. Nas áreas-meio, a situação vai pelo mesmo caminho.

Até em lugares onde há decretos estaduais mais restritivos, gestores ligam, mandam e-mails e pressionam bancários para retornarem ao trabalho presencial, a despeito de seus problemas familiares e dos riscos que correrão. Milhares de bancários já foram obrigados a voltar. Outros milhares estão com data de retorno para os próximos dias. E nada disso é para atender melhor à população. É apenas para bater mais metas e para reforçar o esforço de Bolsonaro em fazer tudo voltar a funcionar, mesmo que daqui a pouco tenhamos 100 mil mortos pela pandemia.

O maior volume de filas, e de gente sendo humilhada por horas sob o sol ou a chuva, já passou. Os bancários que estão voltando às agências estão sendo ocupados contratando cartões, fazendo empréstimos, vendendo seguros e batendo metas comerciais. Os que estão voltando às áreas-meio já produzem normalmente em home office e voltar às unidades tampouco faz algum sentido.

 Por isso, exigimos não menos, e sim mais direito ao home office. Que todos os empregados de área-meio que optarem pelo home office possam exercê-lo, com data inicial até 30/09 (com reavaliação sobre extensão do prazo até esta data), para que possam programar suas rotinas, cuidado com filhos, pais e quem mais deles depender. E que, nas agências, seja cumprido de verdade o limite de no máximo 30% de bancários trabalhando presencialmente, com os demais em home office fixo ou em rodízio. E que estes 20%, 25% ou 30% de empregados presenciais estejam 100% dedicados ao atendimento dos pagamentos sociais: auxílio emergencial, FGTS, INSS, bolsa família, etc.

Manter os mesmos direitos e garantir auxílio-home office já!

 A medida mais urgente é garantir e ampliar o direito ao home office, que a Caixa quer retirar. Mas não basta só isso. Com o home office, a Caixa está economizando com luz, material de escritório e manutenção (muito menos equipamentos e estações de trabalho próprias sendo utilizados), além de água, telefone, etc. Os bancários, por sua vez, são obrigados a trabalhar sem um mobiliário com a ergonomia adequada e assumindo todos estes gastos economizados pelo banco. É economia para o banco e prejuízo para o trabalhador.

Na prática, a Caixa e os bancos “privatizaram” parte de suas despesas, agora assumidas pelos bancários. É preciso que esta conta seja zerada, e a Caixa pague aos trabalhadores em home office pelo que eles estão gastando no lugar dela. Defendemos que haja um benefício de R$ 500 por mês para cada trabalhador em home-office, o suficiente para pagar um bom plano de internet e telefonia e cobrir as demais despesas de luz, água e adequações básicas que necessitarem ser feitas para transformar uma casa num ambiente razoavelmente adequado ao trabalho.

 

FRENTE NACIONAL DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA – FNOB