Bolsonaro reajusta combustíveis pela 6ª vez no ano e preço vai às alturas

A mando de Bolsonaro, a Petrobrás efetivou neste dia 9 de março o sexto reajuste de combustíveis em suas refinarias no ano. A gasolina vai ficar 9,2% mais cara e o óleo diesel, 5,5%. Com mais esse aumento, as altas acumuladas no ano são de 54% na gasolina e de 42% no diesel, em apenas 2 meses e 1 semana.

Nacional - 9 de março de 2021

A mando de Bolsonaro, a Petrobrás efetivou neste dia 9 de março o sexto reajuste de combustíveis em suas refinarias no ano. A gasolina vai ficar 9,2% mais cara e o óleo diesel, 5,5%. Com mais esse aumento, as altas acumuladas no ano são de 54% na gasolina e de 42% no diesel, em apenas 2 meses e 1 semana.

Bolsonaro havia anunciado a demissão do presidente da Petrobrás, Roberto Castello Branco, supostamente por ele (que foi indicado por Bolsonaro) permitir a subida muito grande dos preços. O novo aumento, já com o anúncio de um novo presidente da Petrobrás, também indicado por Bolsonaro, deixa claro o que todos já sabiam: que é o presidente da República quem manda aumentar os preços!

Enquanto aumenta os preços sem parar, Bolsonaro também segue desmontando a Petrobrás, que anunciou a privatização de mais 8 refinarias no Sudeste. Isso significa que o Brasil estará ainda mais dependente da importação de gasolina do exterior. É um absurdo: o país produz milhões de galões de petróleo, mas vende o óleo bruto barato, sem refinar, e depois compra a gasolina do exterior, encarecendo os preços. Os “especialistas” ainda dizem que será preciso aumentar mais R$0,05 por litro na gasolina e R$0,10 por litro no diesel, mesmo depois do assalto do reajuste atual.

Com o álcool, ocorre parecido. Os produtores aproveitam para aumentar seus preços, mesmo sem nada a ver com os preços da Petrobrás. Os usineiros vêem a gasolina subindo e sobem o preço do etanol também. Desde janeiro de 2021 o etanol teve uma alta de 21,1%, chegando a atingir alta de 35% nas usinas do centro sul do país, principais produtores!

Esses números resumem uma coisa: nunca esteve tão caro abastecer um veículo no país. Todos sentem: desde quem abastece o carro para ir ao trabalho, passando pelos trabalhadores de aplicativos, caminhoneiros e todo o resto da população. Pois o aumento dos combustíveis acarreta aumento do preço dos alimentos, do transporte coletivo, etc.

Por uma greve dos trabalhadores do transporte já!

Nos últimos anos, muitas vezes os gastos de uma família com transporte ultrapassam os gastos com alimentação, por exemplo. E a postura de Bolsonaro tem sido a de capacho do capital internacional, ao mesmo tempo atacando milhões de brasileiros, e enfraquecendo a própria Petrobrás, com a venda de seus ativos e declarações alopradas. Ele já defendeu que a Petrobras tivesse autonomia para decidir o preço dos combustíveis, mas, depois que se deparou com a aceleração da inflação, fala em controlar preços. Na prática, não faz nada em defesa da empresa nem dos consumidores, e a Petrobrás consegue desagradar acionistas e trabalhadores. A indicação do general Silva e Luna para substituir Castello Branco na presidência da Petrobras é mais um sinal do descontrole na estatal.

Enquanto isso, a vida real da classe trabalhadora segue cada vez mais difícil. A alta do preço dos combustíveis joga muita gente na miséria, pauperiza ainda mais famílias e escancara mais uma vez que, para o capitalismo, ainda mais nesse ramo, o que importa são os lucros e a necessidade do mercado. Os caminhoneiros e trabalhadores de APP são os mais atingidos (sejam eles motoristas da uber, 99, etc.) ou entregadores. Os custos nunca foram tão altos, e isso durante uma recessão econômica, em que os serviços e comércio estão em queda. 

Assim como qualquer trabalhador, diante dos desmandos dos governos e dos patrões, os caminhoneiros se revoltam e, há algum tempo, têm protagonizado alguns ensaios de mobilização. A greve realizada ainda durante o governo Temer mostrou o poder da categoria, que parou a produção e distribuição de mercadorias no Brasil todo. E suas demandas não só não foram atendidas, como agora a categoria poderia estar mais forte, com reivindicações que estão ainda mais na ordem do dia. Falta chamar uma greve geral dos caminhoneiros por tempo indeterminado!

Os trabalhadores em APP estão apontando uma paralisação nacional para o dia 17 de março. São um setor ainda mais precarizado, com menores salários e atingido pela crise do que os caminhoneiros. Com cada vez menos direitos e mais custos para exercer suas atividades, só resta ir à luta e reivindicar! Estamos do lado destes trabalhadores! O povo pobre, os caminhoneiros, trabalhadores de app e toda a população brasileira devem se mobilizar, fazer greves, protestos de rua, panelaços, e todas as ações diretas possíveis, para pôr para Fora Bolsonaro!

Reestatizar 100% da Petrobrás é o único caminho

Como papagaios dos interesses das multinacionais, Bolsonaro e Paulo Guedes mostram o quão capachos do imperialismo são e defendem a privatização total da Petrobras. Uma medida que seria criminosa contra o Brasil, os trabalhadores e a própria Petrobrás. A Petrobrás, além de um patrimônio do povo, gera muita riqueza ao país, garante soberania na questão energética, gera milhares de empregos e sempre foi uma das mais importantes empresas do ramo no mundo.

Nos governos anteriores, como os de FHC, Lula, Dilma e Temer, vários passos foram dados no sentido da privatização. Hoje, mais da metade das ações sem direito a voto já estão nas mãos de empresários brasileiros e estrangeiros. Além disso, setores inteiros foram terceirizados e áreas inteiras entregue a preço de banana. Hoje, o negócio dos combustíveis é um campo fértil para máfias privadas, cartéis de postos de gasolina, adulterações de combustíveis e empresários que abocanham poços vendidos pela Petrobrás, ganhando dinheiro fácil.

O MRS é radicalmente contra a privatização da Petrobrás e somos pela total reestatização da empresa. Por mais refinarias, volta do monopólio da extração, produção, refino, distribuição e venda nas mãos de uma Petrobrás pública, 100% estatal e controlada pelos trabalhadores. Fora Bolsonaro, Fora Todos!