Bolsonaro quer destruir os Correios

No dia 24 de fevereiro de 2021, foi enviado ao Congresso Nacional um projeto de privatização dos Correios. Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro e Paulo Guedes anunciavam que pretendiam privatizar tudo. Vendem a falsa ideia de que o problema do país são os direitos trabalhistas. Como se todo trabalhador de estatal fosse um marajá e recebesse milhões sem trabalhar. Quem é assim é Bolsonaro, são seus filhos, seus ministros, os deputados e os senadores, aproveitadores e corruptos.

Sindical - 7 de março de 2021

No dia 24 de fevereiro de 2021, foi enviado ao Congresso Nacional um projeto de privatização dos Correios. Desde a campanha eleitoral, Bolsonaro e Paulo Guedes anunciavam que pretendiam privatizar tudo. Vendem a falsa ideia de que o problema do país são os direitos trabalhistas. Como se todo trabalhador de estatal fosse um marajá e recebesse milhões sem trabalhar. Quem é assim é Bolsonaro, são seus filhos, seus ministros, os deputados e os senadores, aproveitadores e corruptos.

Ainda que esbocem diferenças, quando se trata de retirar o direito dos trabalhadores e trabalhadoras do país, eles unificam-se, como vimos com a Reforma da Previdência, que todos os partidos aprovaram nos estados que governam. Desde que Bolsonaro assumiu a presidência, uma série de medidas internas na empresa de Correios foram tomadas, burlando a legislação que garante a estabilidade no emprego.  Foram feitos vários planos de demissão incentivada e, somente no último, cerca de 12 mil trabalhadores deixaram os quadros da ECT. Tantos trabalhadores saíram porque se transformou num verdadeiro sacrifício trabalhar nos Correios.

A média salarial de um trabalhador dos Correios é de cerca de R$ 2.000 por mês. Além de um vale alimentação que é o básico que qualquer empresa deve pagar a seus empregados. E este mínimo foi conquistado  com muitas greves e lutas. Agora, numa campanha salarial desastrosa, cujo acordo foi negociado pelas direções sindicais traidoras, do PT, PCdoB, PSOL e PSTU, a jornada de trabalho semanal foi aumentada para os sábados,  os salários  foram reduzidos em até 30% e o 13º vale-alimentação foi retirado!

Além de atacar as condições de vida dos trabalhadores, a terceirização tomou conta dos Correios. Sem concurso público desde 2011, e com a diminuição brutal da efetivo e aumento da demanda do serviço de encomendas, o que vemos é que a ECT segue batendo recordes de lucro. Porém seu principal capital, o capital humano, está sendo atacado! Durante a pandemia, os Correios não pararam de funcionar um só dia, garantindo transporte de insumos de saúde, a logística do ENEM e diversos eventos. Os trabalhadores fizeram tudo isso. Quem não fez e precisam acabar são os altos cargos dentro da empresa. Estes, sim, com salários de 30, 40 ou 50 mil reais por mês.

Tem muita gente no Brasil querendo trabalhar, e a empresa de Correios tem que se manter pública e melhorar o atendimento. Para isso, precisa abrir concurso para o ingresso de pelo menos 50 mil funcionários, que representam o déficit de empregados necessários para repor os trabalhadores que saíram nos últimos anos, e as exigências dos novos serviços. Isso geraria mais riqueza, renda, empregos e qualidade no serviço ao país. Aos trabalhadores dos Correios, resta uma coisa: lutar pelo Fora Bolsonaro, Mourão e Paulo Guedes, em defesa dos Correios público, 100% estatal e com qualidade.

Monopólio público dos Correios é bom para a população

Qualquer empresa hoje, brasileira ou multinacional, pode realizar atividade de entregas de encomendas. Tanto é que já o fazem. O monopólio dos Correios é específico para alguns serviços e é justamente através dele que se mantém o caráter social da empresa. É o caso das correspondências que os moradores recebem de porta em porta. E esta enorme logística dos Correios é no que a iniciativa privada está de olho. É o mesmo que achar poços de petróleo e entregar para os EUA explorarem a preço de banana.

Queremos um Correio que siga lucrando muito. Porém, que seu lucro se volte para dar muitos empregos, com direitos aos trabalhadores, e tendo produtos de encomendas com preços acessíveis, e auxiliando na logística do Estado brasileiro. A privatização dos Correios vem sendo preparada desde a ditadura, passando por Sarney, FHC, Lula, Dilma e Temer. Bolsonaro agora quer terminar o serviço.

Os funcionários dos Correios que trabalharam durante a ditadura contam histórias de perseguições. Nada podia ser questionado e muitos eram levados para salas fechadas com os superiores para ter que dar “satisfação” dos serviços prestados. Tempos que jamais devem voltar. Na década de 90, foram anos de demissões durante os governos de FHC. Anos de abonos salariais, sem nenhum aumento salarial. Foi um período de muito rebaixamento salarial.

Então, vieram os governos do PT, e fazemos questão de lembrar que foram eleitos com alguma esperança por boa parte dos trabalhadores e trabalhadoras que à época deram seu voto. Muitos fizeram campanha para que o primeiro operário chegasse ao poder. Porém, na vida real, Lula e o PT optaram em manter a “harmonia” do país. O que significou aliar-se a grandes empresários, latifundiários, empreiteiras e banqueiros. Estas traições do PT e seus brutais ataques aos Correios

são as razões que levaram, depois, a que muitos trabalhadores tenham votado em Bolsonaro como forma de tirar o PT do poder. Um erro, é claro. Mas motivado pela arrogância dos setores petistas que traíram greves em defesa do seu partido, que perdeu sua essência de defesa do trabalhador. Os mesmos que acamparam durante semanas para defender Lula Livre, depois de todos seus ataques e corrupção, não acamparam nem um dia em Brasília para combater Bolsonaro!

A CUT, mesmo com o fim dos governos do PT, não constroi o Fora Bolsonaro, e a mesma coisa ocorre com os sindicatos, federações e centrais sindicais. Ser contra o Bolsonaro é ser contra também o capitalismo que, de tempos em tempos, nos coloca sob governos genocidas como o atual. Mas foi a conciliação de classes do PT que abriu caminho para o atual governo. Agora, é necessário dar o passo que muitos trabalhadores pela base já deram: entender que nenhum governo eleito sob este sistema foi benéfico à nossa classe. Isso não quer dizer que colocamos um sinal de igual nas formas que cada governo utiliza para nos atacar.

Com o discurso de acabar com a “mamata” (o mesmo do impeachmado Collor), Bolsonaro quer vender os Correios. Com o discurso do neoliberalismo, FHC demitiu e achatou salários. E com o discurso da Frente Popular, o PT impôs terceirizações e mudanças na estrutura interna (Lei 12.490 sancionada por Dilma em 2011) que agora permitem que Bolsonaro queria privatizar. Nenhum governo beneficiou os trabalhadores. A única vida que mudou foi a dos militantes que assumiram cargos dentro dos Correios, Brasil afora. Muitos destes envergonhando os sindicatos, pois vinham de dentro do movimento sindical.

É hora de uma nova direção. Fora Fentect, Fora Findect. Abaixo as coligações com as correntes oportunistas.

Assim como a categoria de Correios precisa de novos trabalhadores, de concurso público, da manutenção dos direitos, o movimento sindical precisa de um novo rumo. Esse movimento sindical de cúpula, com congressos fantasmas, onde quase não existe participação real da base, já se demonstrou incapaz de organizar a luta real da categoria.

Todos que já participaram de encontros da Fentect sabem que todas as decisões se dão pela cúpula, por acordões como querem fazer agora, ampliando o mandato da Federação em um ano sem passar por fórum algum da categoria! É nas mãos deste tipo de dirigentes que a categoria está. Por isso, o MRS Correios atua nos sindicatos e oposições no sentido de construir a unidade da categoria em torno de nossas reais demandas, em oposição aos pelegos sindicais.

A vitória da nossa luta depende de construirmos novas ferramentas de luta em nível nacional.

Não à privatização dos Correios

Fora Bolsonaro! Fora Todos!

Greve Geral em defesa de nossas vidas

Por uma nova direção para o movimento sindical dos Correios