Belgo Mineira Bekaert aproveita a MP 936 para beneficiar aqueles que mais importam: Diretores e Acionistas.

No dia 17 de abril de 2019, a BMB realizou uma reunião com o Sindicato de Itaúna e Região para propor um ataque brutal para mais de 500 trabalhadores, penalizando assim centenas de famílias e milhares de pessoas.

Nacional | Sindical - 18 de abril de 2020

No dia 17 de abril de 2019, a BMB realizou uma reunião com o Sindicato de Itaúna e Região para propor um ataque brutal para mais de 500 trabalhadores, penalizando assim centenas de famílias e milhares de pessoas.

A proposta foi muito simples: suspensão do contrato de trabalho para a maioria das trabalhadoras e trabalhadores e redução da jornada de trabalho em 25% para o setor administrativo e chefia. Ou seja, todos que trabalham na empresa serão prejudicados, a diferença que a minoria vai ser menos atingida enquanto a vasta maioria deve se contentar ao limbo da suspenção contratual. Neste momento a empresa mostra a verdadeira “responsabilidade social” que pratica – aquela que proteje o lucro de um punhado de burgueses.

A empresa ainda diz que vai manter os “benefícios” como plano de saúde e odontológico pros funcionários, mas nada diz de como vão ser feitos os pagamentos da utilização destes. Infelizmente sabemos como vai ser, o colega que utilizar estes serviços vai acumular uma dívida que será paga quando retornar as atividades regulares ou na demissão.

Para termos noção do tamanho desta empresa, a qual certamente possui uma vasta quantidade de recursos a disposição, basta observar a quem pertencer a Belgo Mineira Bekaert. Esta empresa nasceu da combinação entre a ArcelorMittal, o maior grupo siderúrgico do mundo presente em 61 países, e a Bekaert, maior produtor mundial de arames com presença em mais de 120 países. De lucro a nível mundial, a ArcelorMittal teve em 2016 US$ 1.77 bilhões, já a Bekaert teve em 2018 US$ 636,19 milhões. Não temos acesso aos dados financeiros mais recentes, mas ja esta claro que estes dois grupos empresariais lucram por ano mais de 10 bilhões de reais!

Enquanto a MP 936 protege o patrão, o peão recebe as migalhas

Publicada no dia 01 de abril,  bem que poderia ser mais uma pegadinha nacional ou alguma tentativa humoristica do governo federal em lidar com a pandemia do COVID-19, mas para a tristeza e desespero daqueles que trabalham, esta medida provisória não impede demissões, permite a redução da jornada de trabalho combinada a redução de salário e permite a retirada temporária de direitos trabalhistas. Nesse período, o empregador não precisará manter o pagamento do FGTS devido ao empregado nem o recolhimento das contribuições ao INSS.

A BMB Itaúna possui receita bruta anual acima de R$ 4,8 milhões, assim no caso das suspenções de quem recebe até R$ 3.135 o governo arca com 70% do valor baseado no seguro-desemprego do trabalhador e a empresa é obrigada a manter o pagamento de 30% do salário do empregado. Ou seja, como o governo fornece este percentual com base no seguro-desemprego o valor total que o trabalhador vai receber será menor que o salário atual que já recebe. Neste cálculo seremos otimistas com relação ao valores, suponhamos que o salário médio da fábrica seja de R$ 2.000 e que o valor médio do seguro desemprego seja de R$ 1.800; no final, o trabalhador vai ser recebido somente R$ 1.860! Ou seja, no melhor cenário perdemos 7% do nosso salário, mas indo direto pra realidade podemos acumular um perda de 25%! Isto significa colocar centenas de famílias na fome, na inadimplência e rebaixar ainda mais o nosso nível de vida. Enquanto isso, os diretores da empresa seguem concentrando os lucros que nós produzimos ao longo de anos para manterem suas mansões, carros, viagens internacionais e o confortável nível de vida que desfrutam.

E não para por aí! Se empresa quiser demitir, basta pagar uma multa que no máximo vai ser de 100% do salário do funcionário. É um completo descaso com a vida daqueles que produziram a riqueza desta empresa! Infelizmente para aqueles colegas que pensavam que só precisavam obedecer a vontade da empresa para terem uma carreira garantida, agora se deparam com a realidade dentro do sistema capitalista: quando vem a crise, a vida de meia dúzia de parasitas (que nem sabem mais o que é trabalho) é mais importante que a vida de centenas de trabalhadores.

Desde 1996 – data de fundação da BMB Itaúna – o chicote da exploração nunca deixou de ser sentido. Com o passar do tempo, esta empresa vem cortando salário, PLR, plano de saúde e demais benefícios, agora com a expansão e a crise do novo coronavírus, a empresa se recusa a fazer o mínimo por seus trabalhadores, garantir os salários e os empregos.

Se uma pequena fração dos lucros da Belgo fossem utilizados para pagar os salários, os trabalhadores poderiam realizar a quarentena por meses ou mesmo  até o fim da pandemia. Mas colocar a nossa riqueza para satisfazer as necessidades da maioria não é possível dentro da capitalismo, isso antes de mais nada é tarefa do socialismo!

Mesmo tarefas elementares para combater a crise, como por exemplo: taxar as grandes fortunas, acabar com as isenções fiscais pros grandes empresários, proibir as demissões, proibir a redução dos salários é completamente impossível através do sistema atual!

Bolsonaro já demonstrou ser o PT repaginado, a aparência é diferente mas a essência é mesma! Aprovou a reforma da previdência, apresentou diversos projetos de privatizações e até agora nenhum projeto foi anunciado em favor da classe trabalhadora. Tudo para o grande empresário e talvez alguma migalha pros que trabalham, tudo aquilo que o PT fazia, tudo aquilo que sempre fizeram os governos anteriores. Nenhuma novidade, tudo permanece igual.

A nossa saída é oposta ao que propoe a empresa e o governo: Que os ricos paguem pela Crise!

Sempre nos momentos de crise nós somos obrigados a fazer escolhas difíceis, que marcam as nossas vidas. De um lado a empresa e o governo propondo que nós paguemos pela crise, do outro, milhões de trabalhadoras a trabalhadores querendo manter os empregos e salários. Acontece que esta crise só nos mostra com mais força que a nossa luta diária pela sobrevivência é uma luta de classe contra classe.

A escolha que esta colocada é se aceitamos o rebaixamento do nosso salário e da possibilidade de demissão ou se levantamos a cabeça pra conquistar o mínimo de garantias. As nossas exigência não vão ser atendidas pelas urnas ou por qualquer político, alías, até agora nenhum vereador  ou deputado proporam cortar o próprio salário, será que Bolsonaro nunca pensou nessa ideia? Com esse dinheiro poderiam comprar mais respiradores, ampliar hospitais e até mesmo aumentar o auxílio emergencial; será que esta gente se importa com a maioria da população? Todos sabem as respostas, os de baixo morrem para sustentar os privilégios dos de cima.

É necessário enfrentar a empresa e os governos de forma conjunta! Não podemos aceitar o corte no salário, na PLR e nos postos de trabalho! Por todos continentes, nossos irmão trabalhadores se levantam pra enfrentar os ataques dos patrões e dos governos de plantão. A revolução chegou na nossa vizinhança quando a juventude e a classe trabalhadora chilena decidiu se levantar contra as privatizações e os baixos salários! No chile, a insurreição conseguiu cortar pela metade o salário de políticos e presidente, aumentar as aposentadorias e o salário mínimio e outras conquistas, tudo fruto da luta.

O nosso caminho é nas ruas, nas greves, nas barricadas; são as ocupações e as tomadas de palácios que vão garantir a defesa dos nossos interesses. Esta na hora dos trabalhadores da BMB se unirem para garantir o salário e o emprego e colocar pra Fora Bolsonaro, Mourão e o Congresso. Que os ricos paguem pela crise!

Pela Garantia de Salário e Emprego Já!

-Pela licença Remunarada Integral com Ônus pra Empresa!

-Nenhuma Redução na PLR!

-Fora Bolsonaro/Mourão! Fora Todos!

– Estatizar todo o sistema financeiro, sem indenização.

– Acabar com todas as isenções fiscais aos grandes empresários e combater a sonegação.

– Taxar as grandes fortunas e especuladores de fundos e da bolsa de valores!