Amazônia em Chamas

Como um fenômeno natural causado por ondas de calor, já aconteceram diversos incêndios em região de mata. Porém, a situação da Amazônia neste momento, tem como desculpa este tipo de fenômeno climático, mas a verdade é que está sendo promovido o maior incêndio da história a título de desmatamento pra pecuária, indústria de grãos e madeireira. Um ato criminoso que ganhou força com o desmonte das políticas de preservação ambiental, promovido pelo governo Bolsonaro, mas que já tinha se iniciado nos governos anteriores, incluindo o governo do PT, de onde fez parte Kátia Abreu, conhecida como Kátia motosserra.

Nacional - 28 de agosto de 2019

Como um fenômeno natural causado por ondas de calor, já aconteceram diversos incêndios em região de mata. Porém, a situação da Amazônia neste momento, tem como desculpa este tipo de fenômeno climático, mas a verdade é que está sendo promovido o maior incêndio da história a título de desmatamento pra pecuária, indústria de grãos e madeireira. Um ato criminoso que ganhou força com o desmonte das políticas de preservação ambiental, promovido pelo governo Bolsonaro, mas que já tinha se iniciado nos governos anteriores, incluindo o governo do PT, de onde fez parte Kátia Abreu, conhecida como Kátia motosserra.

No início do mês de agosto, fazendeiros da região próxima a BR 163, colocaram em prática um método de desmatamento chamado “dia do fogo”. Isso agravou substancialmente o que teria se iniciado como um acidente climático, expandindo o incêndio, chegando a aumentar os focos em 300% em apenas um dia na cidade de Novo Progresso. (Fonte: Greenpeace Brasil). O fogo alastrado vem dizimando centenas de quilômetros de mata nativa, uma quantidade imensa de biomas, centenas de espécies de animais silvestres, alguns destes ameaçados de extinção, os deixando sem habitat. Além de tudo, as queimadas invadiram diversas Unidades de Conservação e Territórios Indígenas, com uma estimativa de 3553 focos de incêndio até o momento, atingindo cerca de 148 terras indígenas na amazônia brasileira. Entre elas estão: Parque Indígena Araguaia (TO), Pimentel Barbosa (MT), Parabubure (MT), Apyterewa (PA), entre outros. (Fonte INPE)

Segundo pesquisa realizada pelo Instituto Sócio Ambiental (ISA), a Amazônia bateu recorde de desmatamento por queimadas apenas entre vinte de julho e vinte de agosto, o que junto com outros métodos totalizam cerca de 20% da sua área total. Esta desgraça promovida pela queimada devasta, gera emissão de gases efeito estufa, acelera o aquecimento global,  contribui para a deterioração da camada de ozônio, já em estado crítico, além de colaborar diretamente para as mudanças do padrão da chuva, aumentando a seca em diversas regiões.

A floresta amazônica representa aproximadamente 20% da área verde do planeta, por isso chamada de “pulmão do mundo”. É responsável pelo processo de “filtragem” do ar que respiramos, convertendo parte da poluição gerada pelo capitalismo em oxigênio. O incêndio atinge também outros pontos da América do Sul, como Paraguai e Bolívia, atinge também o Pantanal. No Amazonas, Acre e Rondônia as florestas ardem em chamas há meses sem nenhuma política de contenção por parte do governo, sendo os maiores desde 2013. A fumaça pode ser percebida no Paraná e em São Paulo. Na capital paulista, no último dia 19 o céu escureceu as três da tarde por conta da nuvens provindas da queimada, trazidas por uma frente fria, sendo seguido de chuva. A água coletada foi submetida a análise pelo Instituto de Química da USP, trazendo no resultado preliminar a confirmação de substâncias marcadoras de queimada na água completamente preta que caiu do céu naquele dia.

 O INMET (Instituto Nacional de Meteorologia) confirmou que o fenômeno foi resultado de uma corrente de ar frio e ventos que carregaram a fumaça, também para Rondônia, Mato Grosso e Bolívia. Em Porto Velho, por exemplo, a cidade ficou imersa em uma fumaça densa que trouxe problemas respiratórios a população, lotando unidades de saúde.

Estes atos criminosos ocorrem com o encorajamento do governo neoliberal de Bolsonaro e seu ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, o mesmo que favoreceu (e foi condenado) mineradoras quando fazia parte do governo Alckmin (PSDB). Além de aplicar diversos ataques à classe trabalhadora, também vem promovendo um imenso desmonte nas políticas de preservação ambiental, o que afeta a vida não só dos brasileiros, mas de todo o planeta. Cerceia a fiscalização do IBAMA, desacredita pesquisas do INPE, além de demitir seu presidente, Ricardo Galvão. Ainda por cima foi responsável pelo bloqueio do Fundo Amazônia, equivalente a 288 milhões provenientes da Noruega e Alemanha. Este fundo também seria usado para a prevenção de situações como esta, principalmente neste período do ano onde os focos de fogo são comuns.

Está claro que o interesse do governo e da burguesia não é manter ileso o patrimônio ambiental, tampouco patrimônio público. O desmonte das estatais, e fundações e a venda destes visa o lucro e a parceria com países imperialistas,  grandes empresas e latifundiários, contradizendo completamente o discurso de soberania nacional, combate a corrupção que era feito na campanha eleitoral.

Em Julho, Jair Bolsonaro já havia afirmado que seu governo iria propor um projeto para legalizar o garimpo no Pará. Sob protestos, ainda afirma que vai casar “o garimpo à questão ambiental, pondo fim ao uso de mercúrio”. Como se  o garimpo só apresentasse riscos por esta questão. Hoje na região da bacia do rio Tapajós, uma das maiores da Amazônia, existem diversos garimpos clandestinos. O metil mercúrio, a forma mais tóxica que surge dos processos químicos de bioacumulação agravados pelos desmatamentos, queimadas e principalmente pelo garimpo de ouro. Estudos da Universidade Federal do Oeste do Pará (UFOPA), constataram níveis elevados deste componente na população do entorno do rio, além de altas doses de mercúrio no solo. A invasão de territórios indígenas e de mata nativa para este fim é constante. Ainda na sua campanha polêmica, Bolsonaro aparece ao lado de um filiado à Associação Nacional de Caça e Conservação, além de defender a prática no Brasil, já havia sinalizado para a liberação, alegando ser “um esporte saudável”.

Outra demonstração de que este governo é nosso inimigo é a questão dos povos originários, indígenas e quilombolas, onde em momentos de campanha e mesmo depois de eleito, afirma categoricamente que não haverá um centímetro de terras demarcadas para estes setores. Na lógica de lucrar com a exploração de terras indígenas e áreas de preservação, diversos acordos espúrios estão sendo fechados para a indústria desenfreada da pecuária,uma das principais causadoras do aquecimento global com a o efeito estufa, também o alto consumo de água para este setor. (Fonte: Mercy for Animals) Estima-se que a pecuária seja responsável pelo uso de 1/3 da água doce consumida no mundo. Além da água destinada a irrigação de pastos e culturas de grãos para alimentar animais de abate e o consumo dos mesmos, sendo este outro fator muito relevante do desmatamento. Citamos também a indústria madeireira que invade constantemente as reservas de matas e terras a serem desmatadas antes do plantio, de forma violenta, com grileiros armados, expulsando os verdadeiros donos da terra, muitas vezes promovendo assassinatos , como foi o recente caso do Cacique Emyra Waiãpi, na comunidade Waiãpi, localizada no oeste do Amapá. A perseguição é tamanha que o mesmo governo acabou de aprovar uma lei que permite porte de armas em propriedades rurais, visando garantir a propriedade privada aos latifundiários, mesmo em terras improdutivas.

Diante deste cenário, é necessário não somente defender a Amazônia e o meio ambiente, mas também os povos originário, maiores preservadores da biodiversidade, a preservação do planeta, dos oceanos como forma de barrar o aquecimento global. E neste sentido, durante a última semana o assunto foi o mais mencionado em todo o mundo, foram convocados atos por diversos setores e indivíduos, tendo início no dia 25 e se estendendo durante o dia 26 e 27. Estes atos aconteceram nas embaixadas brasileiras de diversos países em uma menor proporção, mas  também em inúmeras cidades do Brasil, com um número bem maior de pessoas.

É necessário ir às ruas, mobilizar os setores da nossa classe, ONG’s e todos que entendam a necessidade de defender o patrimônio da humanidade. Mas para isso a saída não está dentro do capitalismo, por entender que não será capaz de deixar de explorar as riquezas naturais, com a produção anárquica de materiais poluentes. Além de ser incapaz de utilizar os recursos naturais de maneira sustentável, o sistema capitalista já provou ser insuficiente para reverter o constante avanço do aquecimento global e suas consequências: aumento do nível do oceano, aumento médio da temperatura global e a extinção de milhares de espécies. Isso significa, de maneira clara, o prelúdio do fim da humanidade, com países literalmente submergidos, tomados pelo mar, formando diversas Atlantidas e com os oceanos mais quentes, todas as formas de vida que hoje se encontram nele existiram não mais nas águas, mas limitadas aos registros históricos.  Somente uma sociedade socialista, justa e igualitária, que garanta a preservação e meios para tal, será possível salvar o planeta de uma catástrofe.

Pelo Fim do Desmatamento da Amazônia!

Prisão e confisco de bens aos garimpeiros e madeireiros que causaram as queimadas!

Pelo Reflorestamento da área Desmatada!

Em Defesa dos povos Indígenas e Quilombolas: Demarcação de Terras JÁ!

Fora Bolsonaro! Fora TODOS!