A base voltou a definir os rumos do sindicato de Bauru. Contra o vale-tudo por cargos e aparelhamento político.

O sindicato de bancários de Bauru é conhecido no país todo por conta da luta em defesa dos trabalhadores. Esta luta em defesa dos direitos, do emprego, do salário e das condições de trabalho dos bancários e de todos os trabalhadores precisou se chocar também contra o sindicalismo governista, burocrático e afastado da base.

Sindical - 2 de setembro de 2017

O sindicato de bancários de Bauru é conhecido no país todo por conta da luta em defesa dos trabalhadores. Esta luta em defesa dos direitos, do emprego, do salário e das condições de trabalho dos bancários e de todos os trabalhadores precisou se chocar também contra o sindicalismo governista, burocrático e afastado da base. Num mar de sindicatos, confederações e centrais que se tornaram trampolins políticos e servem de cabide de emprego a dirigentes que usam o sindicato para seu benefício próprio ou de seus partidos, o SEEB Bauru se tornou um exemplo de entidade independente e de luta, e rompeu com a CUT, com a Contraf e com as traições destas entidades.

Infelizmente, o que parecia ser uma decisão conjunta de todos os que até então vinham lutando para ter um sindicato combativo e de base, se transformou numa divisão, em que parte da antiga direção do sindicato definiu retornar aos fóruns da Contraf/CUT, ao mesmo tempo em que iniciou uma luta por manter seus cargos a qualquer custo, apelando a um vale-tudo moral vergonhoso e práticas típicas dos piores inimigos dos trabalhadores.

Neste último período, o grupo ligado ao MNOB/PSTU, além de voltar aos fóruns sindicais dos governistas, se aliou à CUT em praticamente todas as votações mais polêmicas sobre a entidade, e passou a perseguir de modo criminoso aqueles que se mantiveram coerentes na luta por um sindicato de luta e independente, e que defendem a FNOB em Bauru. Entre outros absurdos, entraram na Justiça para cassar o mandato de Priscila Rodrigues, levando à demissão da dirigente. Desde então, mesmo derrotado na Justiça, o MNOB/PSTU recorreu e mantém a política de perseguir e atacar as mulheres à frente do sindicato. A vítima mais recente foi Michele, dirigente que teve uma ata falsificada produzida em reunião do sindicato para que também fosse demitida. Os criminosos que realizaram este absurdo, típico dos piores sindicalistas vendidos aos patrões, chegaram ao cúmulo de registrar a ata falsa no cartório, e Michele também foi afastada do seu banco e, assim como Priscila, está sem salário!

Depois disso, golpes, fraudes, agressões verbais e físicas, com registros policiais fartos, se somaram ao abandono da base, burocratização, demissão ilegal de advogados, novos contratos feitos à medida para quebrar o sindicato e beneficiar a si mesmos e seus comparsas…

Assim, foi votada em assembleia geral e formada por bancários da base, uma comissão de ética, independente, que cumpriu rigorosamente todo o rito e calendário estabelecido pelo estatuto, e investigou os fatos, restando comprovado práticas comuns a gangues e burocratas sindicais, dentre as quais a falsificação da ata e a entrega de Michele à patronal, para que fosse demitida. Neste processo, está comprovada a confecção, assinatura e registro em cartório de uma ata fraudulenta. Mesmo com provas inquestionáveis e abundantes, nenhum processo sumário foi realizado e foi a base quem deliberou o destino dos falsificadores a serviço do patrão.

Nós repudiamos toda e qualquer tentativa de desqualificar a democracia dos trabalhadores! As assembléias são soberanas e só os pelegos sindicais as condenam. Por fim, um dos diretores responsáveis pelo registro da falsificação foi expulso e outros dois se afastaram voluntariamente.

Não se pode permitir o surrado argumento da antiguidade ou do passado para justificar traições do presente. Esta é a tática de ex-lutadores, como Lula ou José Dirceu, que bradam seu passado como defesa em relação a fatos inegáveis de terem mudado de lado e se tornado corruptos e patrões. A moral da classe trabalhadora e a solidariedade de classe são princípios para nós! O lugar de um sindicalista que ataca uma mulher de luta e combativa, a entregando ao patrão, e ainda sob falsificações registradas em cartório é fora das entidades dos trabalhadores! A luta contra os ataques de Temer e dos banqueiros exige entidades fortes, independentes e democráticas. Sem golpes. E sem vale-tudo em nome de seus projetos particulares.

Felizmente, o trabalho de base tem raízes mais profundas que qualquer manobra de cúpula e hoje acontece um desmonte da burocracia que se apropriou do sindicato durante um ano. Após ficarem isolados na base, houve outras 3 renúncias do grupo oportunista do sindicato, derrotados sistematicamente nas inúmeras assembleias da base, que votaram o retorno do sindicato à sua normalidade. Nesta retomada do sindicato à base, o sindicato esteve com força nas lutas e nas Greves Gerais, devolveu o imposto sindical, conseguiu votar o auxílio financeiro às diretoras sem salário (contra a posição do MNOB e dos cutistas da categoria) e reafirmou a independência política do sindicato e a construção da luta antiburocrática e de oposição à Contraf-CUT.

A luta pela reintegração da Priscila e da Michele ainda não acabou, e os trabalhadores ainda têm que resistir em incontáveis frentes, diante dos ataques dos patrões, do governo e da burocracia sindical. Mas o caminho está traçado: mobilizar a base e garantir a máxima democracia proletária.

Minoria da Secretaria Executiva Nacional da CSP-Conlutas e MRS