Encontro de Mulheres – Argentina

Nos dias 8, 9 e 10 de outubro aconteceu em San Luis na Argentina, o 35º Encontro Plurinacional de Mulheres, Lésbicas, Trans Travestis, Bissexuais, Intersexuais e Não-Binárias. O encontro, que é uma prática social feminista histórica, acontece desde 1986. Antigamente denominado apenas como Encontro Nacional de Mulheres e com a participação, em média, de 1.000 mulheres. Hoje, o Encontro tornou-se plurinacional e se multiplicou, atingindo a marca de 100 mil mulheres.

Mulheres - 27 de dezembro de 2022

Nos dias 8, 9 e 10 de outubro aconteceu em San Luis na Argentina, o 35º Encontro Plurinacional de Mulheres, Lésbicas, Trans Travestis, Bissexuais, Intersexuais e Não-Binárias. O encontro, que é uma prática social feminista histórica, acontece desde 1986. Antigamente denominado apenas como Encontro Nacional de Mulheres e com a participação, em média, de 1.000 mulheres. Hoje, o Encontro tornou-se plurinacional e se multiplicou, atingindo a marca de 100 mil mulheres.

O Encontro conta com a participação de diferentes movimentos, partidos políticos, coletivos feministas, independentes, mulheres da classe trabalhadora, burguesas e até governistas! Apesar de ter uma comissão organizadora autônoma, há financiamento do Governo e de entidades que têm algum interesse oportunista na luta das mulheres.

São realizados, em média, simultaneamente 100 grupos de trabalho durante os 3 dias, que são divididos conforme temas sugeridos em reuniões e assembleias que precedem o Encontro, como aborto, imperialismo, integração latino-americana. Em razão disso, é praticamente inviável que movimentos menores consigam participar de todos os debates, havendo um posicionamento tendencioso majoritário pró-peronistas. Uma forma nada democrática de se fazer os debates que deixam de ser realistas e passam a ter cunho meramente partidário.

Sendo assim, o Encontro Plurinacional apesar de muito expressivo, importante, histórico, está fadado ao que costumamos ver no Brasil, partidos políticos que se apossam dos movimentos feministas para de forma oportuna e eleitoreira atingir a classe trabalhadora, especificamente as mais exploradas e oprimidas, as mulheres. Fazendo com que seus programas e posicionamentos sejam engolidos pela minoria.


Por outro lado, participar de um Encontro dessa dimensão, como partido revolucionário e coletivo feminista é uma vitória para todos aqueles que estão nas trincheiras lutando pelo fim do sistema capitalista, do patriarcado, do machismo, uma luta de toda a classe trabalhadora, uma luta que deve ser unificada, homens, mulheres, LGBTQIA+, negros, índigenas, quilombolas, povos originários e etc.


O Encontro Plurinacional deixa um recado da importância da organização dos oprimidos, que a luta deve ser nas ruas, na mobilização direta, através de comitês criados nas comunidades, da organização da classe trabalhadora, através de direções revolucionárias. Nossos direitos não são permanentes, eles estão em constante oscilação e a luta não pode parar!

A luta das mulheres na Argentina deve ser um exemplo para toda a classe trabalhadora, assim como ocorre em outros países, nos quais os trabalhadores saem às ruas reivindicando melhores condições de vida, de trabalho, contrários aos governos, seja qual for à luta ela só pode ser vitoriosa nas ruas.

Saímos do Encontro Plurinacional com a certeza da importância de um movimento revolucionário, classista e real de mulheres no Brasil, como a Ação Feminista Benedita Farias que é formado por mulheres independentes, às quais se somam militantes do Movimento Revolucionário Socialista. Com uma política revolucionária, socialista e baseada na mobilização direta das mulheres e da classe trabalhadora. É preciso agir! Sair às ruas!

As mulheres estiveram e estão à frente de muitas lutas, como recentemente as mulheres haitianas que lutam pela não intervenção da ONU no Haiti; as dominicanas que exigem a descriminalização do aborto; as mexicanas que lutam contra a perseguição do governo às mulheres combativas; as argentinas que exigem o cumprimento da lei que permite o aborto; as mulheres estão em luta e todas nas ruas. No Brasil, não pode ser diferente.

Nossos direitos estão sendo incansavelmente atacados! O risco de o aborto ser criminalizado é iminente, um retrocesso sem precedentes na luta das mulheres. As inúmeras mulheres sendo mortas todos os dias. E estamos assistindo a um massacre de mulheres. Precisamos ter unidade na luta e sair às ruas! Pelo fim da violência contra a mulher! Pela legalização do aborto! Pela unificação da luta de todos os explorados e oprimidos!